segunda-feira, 24 de maio de 2010

Depois que desfiz as malas

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais - por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!”

Já faz um mês que desfiz as malas... E pensar que nas primeiras vezes em que eu disse que as faria foi mesmo pra fazer um drama e tentar resolver as coisas como uma garota mimada. Confesso.
Demorou mas finalmente comecei a sentir que minha vida é muito mais que um ontem mal resolvido, e agora que as feridas começaram a cicatrizar decidi não mexer mais no que não me impulsiona. Tô cansada de construir e demolir fantasias. Não quero me encantar com ninguém, mas é o seguinte: não estou morta, nem tão pouco triste, pelo contrario, estou ótima e quero incomodar bastante ainda.
Não vou negar, às vezes tenho uma vontade besta de voltar, mas é uma vontade semelhante à de não ter crescido, sabe?! Vontade que bate quando a gente se apega apenas as lembranças boas de uma época, vontade que dá e passa.
Mudei muito, e não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado.
Depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim e em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro.
Descobri que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraca para entrar.
Vou lhes contar um segredo: Pra ser feliz é preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada - Não há nada a ser esperado, muito menos desesperado.
Já repararam quantas surpresas boas receberam naquelas noites que não prometiam absolutamente nada? Então!

"Hoje o tempo voa amor, escorre pelas mãos... Mesmo sem se sentir, que não há tempo que volte amor: VAMOS VIVER TUDO QUE HÁ PRA VIVER, VAMOS NOS PERMITIR!"