segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Minha vida

Qual meu problema? O problema é que esse mundinho aqui ficou pequeno pra mim, sim, este mundinho... Esta cidadezinha de gente miúda, de pessoas iguais, com pensamentos cômodos. Quanto mais eu saio aqui, mais percebo que não nasci pra isso. Por isso junto todos os que ainda me acrescentam e prefiro uma mesinha aconchegante do bar mais vazio, ou mesmo o fundo do meu quintal, com boas risadas e ninguém para reclamar do nosso barulho:
-Isso me parece um pedaço agradável de uma agenda encantada, dias felizes, nada demais.

Meu emprego na televisão e no jornal que me permitem mandar em boa parte do meu tempo sem ser, por isso, uma louca duranga, a reta final na faculdade, o costume de escrever até tarde ouvindo antena 1, os mocinhos que aparecem com intervalos de dez ou vinte dias e me abastecem de um gostar possível e descartável, e até mesmo rir de um ou outro ser humano, são coisas que ainda não me soam como banais e aprendi mesmo a chama-las de minha vida.

Agora serão dias achando tudo idiota e até mesmo medíocre. Ainda que sentir de verdade pareça uma outra vida, às vezes cansa viver dentro das coisas que invento. Com você, mesmo eu inventando tudo também, dá pra ter essa sensação de desordem, atropelamento, vida dizendo e não minha cabeça falastrona. Mesmo sendo ofensivo pra minha existência que pessoas como você existam. Mesmo que sua tristeza, preguiça e desistência mostrem pra minha frescura de sentidos como tudo pode ser amargo, e pior: mostrem que tudo sempre foi e eu é que - talvez - seja forte e abençoada demais pra não sucumbir. Mesmo que sua alegria nunca seja por mim. E que sua alegria torne, quando por mim, minha vida intolerável. Sua existência é um absurdo e isso é a maior verdade que me vem à mente quando penso em você ou estamos relativamente próximos.

E você tem razão quando diz que agora estou leve e quieta. Eu estava sempre histérica e hoje eu estou muito quieta, até demais. Talvez seja porque eu não tenho mais a euforia louca de ser amada. Eu piro quando alguém me ama e ao ver em você a calmaria dos vencedores corriqueiros, larguei o corpo. Acaba sendo boa a sensação de um encontro ordinário. Já que tenho que acostumar com eles, que ao menos sejam tranquilos.

Acho que seu desejo morreu e talvez o meu também, já que boa parte desse amor enorme que eu sentia vinha da minha alegria desmesurada em me sentir amada pelos meus próprios sonhos.
Viver essa vida de agora é terrivel, mas quando me sentia amada, era ainda mais terrível. Daí que sobra essa sensação de uma solidão filha da puta mil vezes pois em nada dá pra ser como era com você.

No último andar, lá no alto, na sua cozinha, certa vez, você me colocou no seu colo e deu aquele abraço que disparava corações em mim como se eu tivesse um em cada nó de veia. E me disse, com sua voz tão bonita, todo bobo, que eu tinha uma pinta linda do lado direito da boca. Após isso ficamos discutindo sobre o que era o amor, como se pudessemos chegar a alguma conclusão, afinal nossas idéias nunca bateram... Hoje entendi que o amor era aquilo.
Que vertigem era o nosso amor! E o resultado dele são minhas olheiras, meu cansaço e meus setenta quilos.

- Pronto, falei. Tô sentindo sua falta. Merda.

Eu devia ter pulado da sua sacada quando pude. Não pulei, e hoje já não posso morrer de amor com tanta coisa pra fazer: meus empregos, meus textos, a antena 1, os meninos de dez a vinte dias, os bares, a faculdade, enfim... Tudo isso que é minha vida de antes e depois de você. Tudo isso que daqui a pouco, quando a sensação desgraçada de absurdo e solidão passar, volta e se acomoda. Volta a Ludy para sua agenda encantada, para o sentimento gostosinho no peito que simplesmente é: Esquecer você todo dia um pouco pra vida.

Por que escrevo? Porque é a minha vingança contra todas as palavras e sensações que morrem todos os dias mostrando pra gente que nada vale de nada. Toma esse texto, o único lugar seguro e eterno pra gente.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Coração burro

Desde ontem a noite carrego em mim uma vontade louca de ser verborrágica, bancar a louca e falar tudo que está entalado aqui. Ser transparente como água e objetiva como os homens. Resumindo, me deu vontade de ser honesta. Mas a honestidade trás um ônus que no fundo não sei se estou pronta pra carregar. Traz o fim da questão sem todo o meio de campo... E não sei se quero.
É como tirar um peso dos ombros e por outro na cabeça.
Sou do signo de libra e nada equilibrada. Sou direta. Franca. Não sei fazer média nem mentir. E exijo o mesmo das pessoas. Não gosto de meias-palavras ou meias-verdades. Talvez eu seja, sim, o oposto daquilo que você espera de mim. Sou hiperativa ao extremo. Gosto de bichos. Não gosto de muitas pessoas. Minha vida é desalinhada. Dirijo como um homem e choro como uma criança.

Talvez eu mereça mais que isso.
Talvez meu jeito estúpido de amar as pessoas ao meu redor não seja suficiente. Talvez eu precise começar do zero e aprender a amar. Aprender a viver como se diz no manual. Sou temperamental. Aprendi com as aves: Não gosto de ser incomodada sob o risco de eu te dar uma bicada e arrancar seu dedo fora. Gosto da liberdade, mas adoro companhia.
Obs.: Sigo a risca a frase "melhor só do que mal acompanhada".

Não sou a melhor pessoa para te dizer se a festa foi boa, porque já disse que não tenho mais idade (mental) nem saco pra micareta.
Não sei mais paquerar ou fazer joguinho de “não te quero só pra você me querer”.
Não preciso que me queiram pra massagear meu ego. Tá mais que claro pra mim, todos os elogios do mundo não tem 1% da importância que um certo elogio que eu costumava receber tinha. Tenho foco.

Já que o meu mundo é 50% virtual, considero que a melhor coisa inventada recentemente foi o bloqueio. Tá enxendo? Block. Tá se achando? Block. Doeu pra você? Engraçado, pra mim não.

Espero que esse texto não esteja parecendo aqueles perfis rídiculos de orkut, onde meninas sem criatividade fazem listas: "eu amo: chocolate, baladas, amigos... eu odeio: falsidade, dia de chuva..."
Só quero deixar bem claro algumas coisas para quem realmente pensa que me conhece.

Vez em sempre me dou broncas, me odeio, faço as pazes comigo cantando alto no chuveiro que inunda a casa inteira. Deixo a casa uma zona, estrago comida, permito que as flores morram, sujo o sofá de iogurte e assisto a um filme besta sem me preocupar com a opinião alheia. Isso sim é vida e começo a achar que é difícil enjoar de mim, basta ser um pouco humano.

Tenham um pouco de paciência comigo vai, é só uma fase em que estou exigente e acho tudo um porre. Um grandessíssimo porre. De vez em quando, no meio do porre, a gente arruma alguém pra fazer uma coceguinha no nosso coração. Mas aí, depois da coceguinha, a vida volta ainda mais tosca. E tudo volta um porre ainda maior.
Porque ninguém se mantém interessante ou mágico pra sempre?
A gente espera, lá no fundo do coração perdido, soterrado e cansado, que a vida compense de alguma maneira. E a gente ganha dinheiro, compra roupa, aprende novas piadas, entra de cabeça em novos projetos, só pra que a vida compense em algum momento. Só pra ganhar a coceguinha no coração. Coração burro, tadinho. Que preguiça desse coração burro.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O fim da festa

Caramba, quanto tempo não? Parece até mais tempo do que realmente foi.
Você também sentiu isso?
Engraçado, você não mudou nada.
Eu engordei alguns bons kilos, você percebeu? Sim, sim, por causa daquele velho problema da minha ânsiedade, foi isso mesmo. Afoguei minhas mágoas em muitas pizzas e brigadeiros nessas férias para não sentir sua falta, e olha que isso ajudou bastante. Que mal tem perder algumas calças? Eu tava precisando de roupas novas mesmo.

Percebi que aproveitou bem as férias, viajou, foi matar a saudade da família né? Ví suas fotos. Pois é, ainda não parei com essa atitude "corta pulsos" de olhar seu orkut. Desculpe se ao contrario de você ainda me preocupo em saber se você está bem, esta vivo, feliz.
-Mas você está bem? Está vivo? Feliz?

Trocou de carro né, tava na hora. Trabalha tanto, merece.
Sim, era eu saindo correndo do estacionamento hoje. Fiz isso pois não esperava encontra-lo e não ia dar pra fingir que não o vi como nas primeiras duas vezes que nos encontramos esta noite. Três realmente seria demais.
E daí que quase sofri um acidente? Acidentes são normais na minha vida quando envolvem você.

Vieram me contar que você estava com uma marca no pescoço, dá pra acreditar? Rs...
Fica tranquilo, não esqueci que você é alérgico a lâmina de barbear.
Por falar nos outros, hoje também me perguntaram se eu esqueci você. Fui sincera quando disse que não sei e a única coisa que sei é que eu tinha me acostumado com sua ausência, que ela me fez muito bem.
Leu meus textos? Viu que passei um mês feliz?
Foi assim mesmo... Sorri em todas as fotos, esgotei minhas piadas, desfilei abraços, toquei em muita gente, ganhei alguns presentes, vivi meus 22 anos como alguém de 22 anos, ao contrário de quando estava ao seu lado. Bom né?
Mas pra que, se hoje voltei a atravessar aquela faculdade sozinha e aflita, como alguém que encara o pior dos pesadelos.
A cabeça durante a minha aula estava em outra aula, fui pro pátio e no mp3 player encontrei um universo paralelo.

Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente não precisar de você, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade.
É você quem eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.

Eu não acredito mais na gente, nem em sumir do país, em trocar de emprego, em mudar de religião, em ficar em silêncio até que tudo se acalme, em dormir até tarde, na nova proposta, no novo projeto, no super livro, no filme genial, na nova galera, na academia moderna, no carinha até que bacana que dá cor aos dias cinzas, em baixar o novo CD mais master animado do mundo, em fazer academia, em fazer torta de verdura, em ser batalhadora, em ser fashion, em não ser nada. Mas eu continuo acreditando que tudo sem você é distração e tudo com você é vida.

Já que não existe mais esperanças quando olho nos teus olhos e falo com toda essa sinceridade, este texto tem a missão de sair em sua busca. Pois eu não aguento mais fazer esses monólogos. Eu não escrevo por vaidade, pretensão ou inteligência. Eu escrevo porque eu sei que é assim que vou te encontrar. Eu escrevo porque não posso mais aguentar que a festa acabe, ou que você continue indiretamente acabando com ela.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Perfeita adolescente

Ele não gosta de Antena 1. Não entende muito de TV. É baladeiro, tem um carro rebaixado cheio de apetrechos esportivos, acha Michael Bublé um velho aí, faz questão absoluta de pregar a favor da liberdade, e sempre que eu elogio uma roupa, um acessório ou um perfume, responde sem pudor: "Foi minha mãe que me deu."
De cada cinco pronuncias, uma é “da hora”, outra é "top" e as outras três podem ser intercaladas com "tipo assim", "se pá" ou algum bordãozinho da moda. Se essa descrição me fosse feita há alguns meses, eu, que sempre defendi romances com experientes e articulados homens mais velhos, certamente riria e ignoraria tal existência, nem cogitando uma aproximação. Mas o que seria da vida se o mundo não nos pregasse essas surpresas? Se o mundo não desmentisse nossas verdades absolutas? O mundo é divertido. E por falar em diversão, tenho andado de volta aos meus quinze anos.

Sempre defendi, eu e minhas verdades irrefutáveis, que os homens mais velhos e blá, blá, blá, eram os melhores pra uma relação, talvez pela extrema necessidade de me sentir protegida. Pois muito bem, agora digo que se você acha isso fique com eles então, porque eu ando satisfeita demais para lembrar que eles existem. Imaginem a minha felicidade ao ver um casal discutindo incansavelmente a relação a dois, enquanto eu e ele só discutimos sobre qual será a próxima balada. Esse é o nosso conflito.

Enquanto o mundo adulto pensa, a gente beija, um milhão de beijos para esquecer o mundo.

Ele tem um sorriso sem marcas, de uma doçura sem mágoas. Ele é limpo de dores do mundo. É super querido e vive rodeado de amigos, e ainda que isso torne a sua alegria um pouco sem profundidade, faz com que a superfície brilhe tanto que nada mais importe.

Ele anda o dia inteiro pra cá e pra lá, trabalha pra caramba, mas no fundo é apenas um garoto com toda sua falta de juízo e o rosto mais lindo do mundo. Eu? Vou junto! Com a vida também em ritmo acelerado. O dia inteiro pra lá e pra cá, o dia inteiro em pensamento acompanhando. O dia inteiro desejando que ele apareça para me dar vida, e que ele desapareça para me dar ar. Sentindo um vazio quando ele vai e disfarçando enquanto ele vem.

Você esqueceria qualquer gíria se prestasse atenção naquela boca que as pronuncia. Você esqueceria qualquer "não sei" se prestasse atenção em todo o resto que sabem. Você esqueceria qualquer colo maduro se prestasse atenção a quantas horas está naquele colo que nunca cansa, que nunca pára, tão macio e forte. Você esqueceria qualquer acalanto intelectual se tivesse suas costas e seus cabelos acariciados por horas, por mãos leves, por intenções leves, por momentos silenciosos jamais despertados por celulares, obrigações e cobranças da vida adulta. Quando ele liga e ouço aquela voz, eu sei que aquela é a voz que minha alma precisava. Quando ele sorri desarmado, limitado e impotente, para todas as minhas dúvidas, inconstâncias e chatices, eu sei que é daquele sorriso que minha alma precisava.

Ele não faz muito pela minha angústia existencial, até por não saber. E consegue tudo de mim. Consegue até o que ninguém nunca conseguiu: me deixar leve.

Sabe rir mole de bobeira? Sabe dançar idiota de alegria? Sabe dormir gemendo de saudade? Sabe tomar banho sorrindo para a sua pele? Sabe cantar bem alto para o mundo entender? Sabe se achar bonita mesmo de pijama e olheiras? Sabe ter ânsia de vômito segundos antes de vê-lo e ter fome de mundo segundos depois de abraçá-lo? Sabe não aguentar? Sabe sobrevoar o frio, o cinza, os medos, os erros e tudo que pode dar errado? Ele consegue fazer com que eu me perdoe por apenas viver sem questionar tanto.

Eu quero parar com tudo isso, ele, apesar dos poucos meses de diferença de idade, é um garoto inconsequente que não pode acompanhar minha louca linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica, meio madura. Eu quero colocar um fim neste tormento de desejar tanto quem ainda tem tanto para desejar por aí. Mas aí eu me pergunto: pra quê? Se está tão bom, se é tão simples. Ele me ensinou que a vida pode ser simples, e tão boa. Tô uma perfeita adolescente, e isso parece um texto de diário que termina com o nome dele dentro de um coração desenhado com caneta roxa de glitter com cheiro de uva.

É isso, sei que vocês vêm aqui para ler neuroses, mas estou de férias delas. Umas férias, tipo assim, se pá, da hora.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O segredo da felicidade

Elvis, meu gato bravinho, infantil e egocêntrico, acabou de derrubar minha web cam de cima do computador pela milésima vez. Ele olha pra mim com aquela cara de “eu mando nessa porra” e eu deixo, porque ele manda mesmo: um ser tão fofo e irritado merece mandar nessa porra. Todas as possibilidades de roupas pras festas do fim de semana estão jogadas em cima da minha cama, que eu não arrumei ainda, maquiagem e sapatos pra todos os lados também. E quer saber? Foda-se. Tô muito bem pra me preocupar com pouca coisa.
Daniel Jones do Silverchair grita no meu media player: "Wiithouut youuuuu...", mas aqui posso te garantir, não falta nada.
Estado de graça, é assim que defino. Estou em estado de graça.
Nesse momento darei prioridade à aquilo que traga o melhor pra minha vida sempre: A PAZ. Isso consiste em querer somente as coisas que façam bem. Pessoas que me tragam mais vida, mais sinceridade, mais música, mais carinho, mais companhia, menos solidão. Não quero brigas, não quero dor, não quero essa gente chata e sem personalidade querendo meter o dedo onde não foi chamada. Não quero rivalidades. Não quero mentiras. Não quero gente desapegada. Não quero baixaria. Eu só quero PAZ.
Já que não estou nem aí pra nada, isso inclui estar "nem ai" se ele percebe ou não minhas celulites, estrias ou se tô um pouquinho acima do peso. Eu fico tranquila e enquanto isso como muito brigadeiro de panela.
-Como é bom não ter um relacionaMEDO
Às vezes me vejo na típica situação que qualquer mulher louca adoraria: sozinha com sua carteira e celular. Mas inacreditávelmente não tô nem aí pra saber da sua vida. A quantidade de recadinhos femininos no seu celular e orkut, a quantidade de nomes de mulheres na sua agenda de celular têm a mesma importância pra mim que a quantidade de carrapatos no cachorro do vizinho. Ignoro qualquer pista e continuo devorando meu brigadeiro, ou o devoro, e isso sim é um assunto importante.
Se ele vai ligar amanhã? Não sei, não quero saber e não tenho raiva de quem sabe.
Não tenho raiva de ninguém. Não tenho raiva das garotas que já passaram pela sua vida, não quero degolar as que talvez ainda passem e tampouco me chatearia pensar que muitas ainda passarão.
Nada me importa, a não ser o desejo de aproveitar cada segundo dessa paz que me proporciona, e porque me proporciona não sei explicar. Não faço questão de ser a mulher da sua vida. O que me importa mesmo, e isso sim mais do que o meu brigadeiro de panela, é que o seu beijo é a coisa mais viciante que me apareceu depois do twitter e o tempo que ele passa aqui perto me preenche o suficiente para que eu me sinta completa por dias, a ponto de nem precisar sentir saudades.
Não tenho medo de ficar com cara de idiota ou de cantar música brega. Não tenho medo de nada, afinal, a gente só tem medo do que a gente não entende, e isso eu já entendo muito bem.
Se me der sono eu durmo, se me der vontade de falar um palavrão alto, falo. Se me der vontade de o expulsar da cama: rua!
E o mais fantástico de tudo é que já que estou tão à vontade, já que meu cérebro louco não está vivendo nem no passado e nem no futuro mas apenas no presente do seu corpo quentinho e cheiroso e já que nada em mim dói porque nada em mim sonha... Eu nunca senti tanto prazer em toda a minha vida!
-Será que não amar ninguém e brigadeiros são o segredo da felicidade?

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Eu não sei brincar


De repente você escuta o conselho daquela amiga super experiênte que diz: "Pra suprir a carência, arrume um amigo-fita."

*Amigo-fita: Aquele que é um ótimo colo, um ótimo ouvido, te faz dar altas gargalhadas, supre as suas necessidades e você não precisa dar satisfações. Um brinquedinho.

Negocião! Pelo menos aparentemente é.
O problema é que eu não sei brincar, e se eu não sei brincar não posso ter um brinquedo.
Será que tenho problema? Acho que não viu. Toda mulher é assim.
Experimente encontrar, sem querer, seu brinquedo numa balada com uma garota. Você não gosta do cara, não quer namorar o cara, ele é mala, burro, ele é só um brinquedo. Você só usa o cara e está super segura nesse papel. Mas só porque você e ele, juntos, dividem alguns momentos juntos, algo dentro de você, ainda que pequeno (pois é) quer ir até fulano e fazer um escândalo:
-"ahhhhhh agora tá com outraaaaaaaa! Como assiiiiiiim seu desgraçaaaadoooo!"
Se bobear dá até pra chorar de rímel borrado achando que é amor.

Mulheres e "amigos-fitas" não são compatíveis.
Homem é a melhor companhia do mundo, acreditem, mas não envolva o que só ele tem nessa relação. Essa parte dele é a desgraça humana. É o elemento descentralizador do controle da alma. É o conflito personificado numa espada de guerra. É o fim de tudo.
Bom, agora já foi. Fica o recado: Sou egoísta. Não peçam meu brinquedo emprestado. É meu. Eu cuido. Não empresto mesmo, pois tenho medo que quebrem.