Antena 1. Quarto escuro. Edredon. Chuva lá fora. Frio lá fora. Muito frio aqui dentro, do coração. Papéis de chocolate por todo canto. Medo e saudade. Nenhuma vontade de falar. Muita coisa a ser dita. Nada mais a fazer. Muita coisa ao meio, inclusive eu. Três malas e apenas dois braços. Todo o tempo do mundo. Uma estrada e nenhuma coragem.
Sem mais,
Fala por mim aí, Chico:
Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente.
Preciso conduzir
Um tempo de te amar,
Te amando devagar e urgentemente.
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez,
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez.
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente...
Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.
Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.
Todo sentimento - Chico Buarque
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário