quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Recadinho do coração

"Para quem me odeia:

Eu te amo. E não seria metade do que sou sem você, juro.
É seu ódio profundo que me dá forças para continuar em frente, exatamente da minha maneira.
Prometa que nunca vai deixar de me odiar ou não sei se a vida continuaria tendo sentido para mim.
Eu vagaria pelas ruas insegura, sem saber o que fiz de tão errado.
Se alguém como você não me odeia, é porque, no mínimo, não estou me expressando direito.
Sei que você vive falando de mim por aí sempre que tem oportunidade, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço.
Ainda mais quando é enfática como a sua - todos ficam interessados em conhecer uma pessoa que é assim, tão o oposto de você.
E convenhamos: não existe elogio maior do que ser odiado pelos odientos, pelos mais odiosos motivos.
Então, ser execrada por você funciona como um desses exames médicos mais graves, em que "negativo" significa o melhor resultado possível.
Olha, a minha gratidão não tem limites, pois sei que você poderia muito bem estar fazendo outras coisas em vez de me odiar - cuidando da sua própria vida, dedicando-se mais ao seu trabalho, estudando um pouco.
Mas nããããão: você prefere gastar seu precioso tempo me detestando.
Não sei nem se sou merecedora de tamanha consideração.
Bom, como você deve ter percebido, esta é uma carta de amor.
E, já que toda boa carta de amor termina cheia de promessas, eis as minhas:
Prometo nunca te decepcionar fazendo algo de que você goste. Ao contrário, estou caprichando para realizar coisas que deverão te deixar ainda mais nervoso comigo.
Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Sem esquecer de sempre tentar descobrir novos jeitos de te deixar irritado.
Prometo jamais te responder à altura quando você for, eventualmente, grosseiro comigo, ao verbalizar tão imenso ódio. Pois sei que isso te faria ficar feliz com uma atitude minha, sendo uma ameaça para o sentimento tão puro que você me dedica.
Prometo, por último, que, se algum dia, numa dessas voltas que a vida dá, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para seu sucesso.
Pena que você não esteja me vendo neste momento, inclusive, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais."


Faz muito bem pra uma mulher entrar numa vibe Fernanda Young, vem pra cá você também! ;)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O verdadeiro amor

"Eles se amam, todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossível. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso."

Eles se reencontraram e não foi por acaso. Um ano cravado e nada combinado. O que mudou? Nada. É o mesmo carinho, é o mesmo respeito, a mesma admiração, tudo que é suficiente para fazer um hoje perfeito mas não garante um amanhã. Ninguém amadureceu, ninguém cedeu. Ou o tempo parou ou isso parou no tempo, por não ter que evoluir. O que tinha que ser vivido já aconteceu, mas não morreu. É uma chama que não aquece mais, mas também não se apaga. "Posso só segurar sua mão, bagunçar seu cabelo fininho? Posso?" Ela jura que não vai chorar. Sente por ter sido covarde, por não ter sido melhor, mas se ele a perdoar ela também pode perdoar seus erros. E quem diria que por trás de toda marra de alguém que parece ter alcançado todos os objetivos, existe alguém que ainda precisa de seu perdão. Ela não viveria tudo de novo, ela não deixaria tudo de novo, mas vai levar pra vida toda os amigos que ele lhe deu, as lições e os sorrisos que ele proporcionou. O tempo se encarregou de arrancar de seu peito as dores que ele causou e hoje num único abraço ela soube que foi amor, e uma vez amor, será amor pra sempre. Da forma mais pura que se pode amar, pois o verdadeiro amor começa alí, onde não se espera NADA em troca.

http://www.youtube.com/watch?v=yxB8iXbevGw

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Racional

Que feliz coincidência, cê jura que é ele? Destino.
Ele era interessante, ele era seu número, ele era um problema.
O verdadeiro Don Juan com precendentes de canalha, o suficiente para você querer pagar pra ver.
Ele te pega te vira do avesso, isso é bom, mas só até o ponto em que revirar toca mais fundo doque deveria. Será sempre preciso estar com a pessoa errada para entender a falta que faz a pessoa certa?
E se tivesse entendido antes? Não faria diferença. Oras. A vida segue.
Abrace, suspire, relaxe, se mostre afim e se precisar até se permita ficar.
Tome uma ou duas doses, alimente as borboletas do seu estômago. Sim, elas ainda estão lá. Feche os olhos e imagine que aquilo pode ser pra sempre se for necessário para que você perca o medo, mas só naquela hora. Não queira demais, não queira que substitua, não espere nada para depois, apenas viva aquela hora, afinal, a vida segue.
Vista-se bem, queira encontrar, deseje-o, precisamos disso. Saiba da vida dele, encante-se com algo de sua história, fale um pouco sobre você - pouco, só as coisas boas - deixe que ele se encante também.
No dia seguinte não se sinta culpada, apenas arrume-se e saia. Não são necessárias despedidas nem juras de amor. Olhe se no espelho do carro e lembre-se da terapeuta que vive tentando te fazer entender que "nada é para sempre", absorva os bons momentos vividos baseada nisso. Sem mensagenzinhas de carinho ou e-mails fofos.
Não tente ocupar um coração ocupado, nem espere que te convençam.
O ser humano precisa realmente entender que a verdade necessária não deverá necessariamente lhe agradar.
Se depois de tudo isso ele não te deixar nenhuma saudade, parabéns, você finalmente conseguiu ser racional.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Recaídas

Meia luz, uma garrafa de água e uma baita dificuldade de empregar as palavras.
Todo mundo percebe, eu também percebi, mas morro sem assumir que tô sentindo falta de alguma coisa boa que, não posso negar, existiu.
Não nos enganamos o tempo todo, e quando o tempo passa e a mágoa vai dando uma trégua, aqueles sorrisos sinceros e momentos felizes encontram um espacinho para aparecer, fazendo com que a gente queira entender o por quê... Por que foi que os deixamos acabar?
Eu podia ter feito algo pra evitar? Será que eu podia ter sido melhor? Preciso entendeeer!
Isso parece um pesadelo, sabe quando parece que você está caindo? Aí você acorda assustado, sentado na cama querendo entender? Eu preciso entender!
Vamos dormir? Volta dormir... Fecha os olhinhos... Esquece isso, já está mais que resolvido, você já está decidida, não tá?! Tentar entender só vai machucar. Mas não, eu sempre fui teimosa. Preciso entender!
Alguém no msn? Não, né. São 3 da manhã e pessoas normais acordam cedo na segunda-feira. Melhor assim, ninguém vai conseguir me explicar mesmo.
Que tal xeretar? Redes sociais são a faquinha de serra do século XXI. Ah, se soubéssemos dar jeito pra tudo na vida como damos pra suprir nossa curiosidade, estaríamos bem ricos!
Conselho de amiga: Delete, bloqueie, mas se quiser que isso seja realmente eficaz, avise todos seus amigos em comum para não te emprestarem suas senhas. Pronto, acessei, vou ver, entenda: eu preciso! Ele não twittou muito, no facebook é feliz, no orkut fala de amor. E me diz, quer saber pra quê? Tudo já começou errado porque cresceu demais antes do tempo, ele que suma e azar de quem o encontrar, mas... Ô nega teimosa.
Parabéns, está pior. Já são 4 da manhã e estou cansada, antena 1 me ajuda? Claaaro que não! E essa música, não, amor não existe, hello! Preciso voltar pra cama, preciso descansar, quando o sol nascer e as pessoas começarem a despertar eu quero viver também, posso?
Volto pra cama, coração na garganta, mãos suando... Ah, essa cama... Tão desconfortável agora, mas pra nós dois ela tinha a medida perfeita. Chega! Ei, que atitude corta pulsos essa sua, hein?! Pra quê lembrar essas coisas? Que tal ligar a TV? Tem um filme bom aí, assiste... Hmm... Não. Tô com preguiça.
Um celular pré pago e sem créditos agora seria muito bem-vindo, mas nãããão, se eu não durmo ninguém dorme: "Amiga? Eu sei que eu nunca te atendo antes do meio-dia, e isso é um grande motivo para você também não me atender na madrugada, mas é que se você não falar comigo agora acho que vou fazer merda."
Tenho os melhores amigos do mundo, fato. "Não se culpe, é só uma recaída, ninguém disse que seria fácil, você tem que ser forte." - Amém.
Botar pra fora tornam essas neuras menores, dentro de nós são imeeeensas... Quase passou.
Ainda preciso entender, mas não vai ser agora, entendi pelo menos isso.
Saber perdoar é uma virtude, mas o perdão só pode ser dado a quem o pede. Não existem meios que justifiquem certos fins, e fim. FORTE! SEJA FORTE! Filosofar vai me dar sono? Nããooo! Droga.
Olha! Chuva! Quem sabe o barulhinho da chuva? Mas nem isso...
Sono hoje só com dramin, mas ele acabou há semanas, assim como meu amor. Que coisa, e eu cheguei a ter certeza que nunca mais precisaria de nenhum dos dois.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Vampiros

Assistindo o filme "segunda chance para o amor" comecei a pensar em quanto tempo perdemos dando chances para ele... Quanto esforço é feito, quantos dias são desperdiçados vivendo alegrias efêmeras, que posteriormente geram lembranças que hoje geram tormenta.
Poucas pessoas no mundo são dignas de sua dedicação, mas é fácil identifica-las, as pessoas que a merecem são aquelas que verdadeiramente se dedicam a você.
Uma pessoa vazia e amargurada não merece que você tente ajuda-la a ver o mundo de forma diferente, ela certamente vai te sugar e quando não precisar mais de sua ajuda, vai te deixar da forma mais covarde, e você vai se sentir sem forças de se reerguer sozinha. Por isso, construa seus ideais em bases sólidas.
Segundo Martha Medeiros, é muito comum encontrar esse tipo de pessoa (se é que merecem ser chamadas assim):

"Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo.

Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne.

Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor.

Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais."


Caso esse conselho tenha vindo tardiamente, e você já tenha perdido seu tempo com alguém que apenas se abasteceu do seu melhor, saiba que você é sim mais forte do que imagina. É só quando você chega lá no fundo do poço que encontra a mola que te impulsiona pra cima.
Aceite cada percalço, cada dificuldade, ela é necessária, ela te fortalece.
Pense muito, e antes de dar uma nova chance ao amor ou à alguém, dê uma nova chance a você.

Em tempo: Obrigada a todos pela força e o carinho. Justiça será feita. Estou muito feliz e aliviada por, mesmo que da forma mais difícil, Deus ter me livrado do mal, amém.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Manual do homem

Se um homem quer você, nada pode mantê-lo longe.
Se ele não te quer, nada pode fazê-lo ficar.
Pare de dar desculpas (de arranjar justificativas) para um homem e seu comportamento.
Permita que sua intuição (ou espírito) te proteja das mágoas.
Pare de tentar se modificar para uma relação que não tem que acontecer.
Mais devagar é melhor.
Nunca dedique sua vida a um homem antes que você encontre um que realmente te faz feliz.
Se uma relação terminar porque o homem não te tratou como você merecia, ”Foda-se, mande-o pro inferno, esquece!”, vocês não podem “ser amigos” - Um amigo não destrataria outro amigo.
Não conserte.
Se você sente que ele está te enrolando, provavelmente é porque ele está mesmo. Não continue (a relação) porque você acha que “ele vai melhorar”.
Você vai se chatear daqui um ano, por ter continuado a relação, quando as coisas ainda não estiverem melhores.
A única pessoa que você pode controlar em uma relação é você mesma.
Sempre tenha seu próprio círculo de amizade, separadamente do dele.
Coloque limites no modo como um homem te trata. Se algo te irritar, faça um escândalo.
Nunca deixe um homem saber de tudo. Mais tarde ele usará isso contra você.
Você não pode mudar o comportamento de um homem. A mudança vem de dentro.
Nunca o deixe sentir que ele é mais importante que você… Mesmo se ele tiver um maior grau de escolaridade ou um emprego melhor.
Não o torne um semi-deus.
Ele é um homem, nada além ou aquém disso.

Nunca deixe um homem definir quem você é.
Nunca pegue o homem de alguém emprestado. Se ele traiu alguém com você, ele te trairá.
Um homem vai te tratar do jeito que você permita que ele te trate.
Todos os homens NÃO são cachorros.
Você não deve ser a única a fazer tudo: compromisso é uma via de mão dupla.
- Você precisa de tempo para se cuidar entre as relações. Não há nada mais precioso quanto viajar. Veja as suas questões antes de um novo relacionamento.
Você nunca deve olhar para alguém sentindo que a pessoa irá te completar.
Uma relação consiste de dois indivíduos completos, procure alguém que irá te complementar, não suplementar.
Namorar é bacana, mesmo se ele não for o esperado Sr. Correto.
Faça-o sentir falta de você algumas vezes...
Quando um homem sempre sabe que você está lá, e que você está sempre disponível para ele, ele se acha!
Nunca seja cúmplice (ou co-assine qualquer documento) de um homem.
Não se comprometa completamente com um homem que não te dá tudo o que você precisa. Mantenha-o em seu radar, mas conheça outros.

ACREDITE: O medo de ficar sozinha faz com que várias mulheres permaneçam em relações que são abusivas e lesivas.
Você deve saber que você é a melhor coisa que pode acontecer para alguém e se um homem te destrata, é ele que vai perder uma coisa boa.
Se ele ficou atraído por você à primeira vista, saiba que ele não foi o único.
Todos eles estão te olhando, então você tem várias opções.
Faça a escolha certa.

Boa sorte ;)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Depois que desfiz as malas

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais - por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!”

Já faz um mês que desfiz as malas... E pensar que nas primeiras vezes em que eu disse que as faria foi mesmo pra fazer um drama e tentar resolver as coisas como uma garota mimada. Confesso.
Demorou mas finalmente comecei a sentir que minha vida é muito mais que um ontem mal resolvido, e agora que as feridas começaram a cicatrizar decidi não mexer mais no que não me impulsiona. Tô cansada de construir e demolir fantasias. Não quero me encantar com ninguém, mas é o seguinte: não estou morta, nem tão pouco triste, pelo contrario, estou ótima e quero incomodar bastante ainda.
Não vou negar, às vezes tenho uma vontade besta de voltar, mas é uma vontade semelhante à de não ter crescido, sabe?! Vontade que bate quando a gente se apega apenas as lembranças boas de uma época, vontade que dá e passa.
Mudei muito, e não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado.
Depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim e em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro.
Descobri que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraca para entrar.
Vou lhes contar um segredo: Pra ser feliz é preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada - Não há nada a ser esperado, muito menos desesperado.
Já repararam quantas surpresas boas receberam naquelas noites que não prometiam absolutamente nada? Então!

"Hoje o tempo voa amor, escorre pelas mãos... Mesmo sem se sentir, que não há tempo que volte amor: VAMOS VIVER TUDO QUE HÁ PRA VIVER, VAMOS NOS PERMITIR!"

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Três pedidos

Sei que o conheço, mas talvez não tão bem quanto me conheça - que coisa louca!
O conheço há muito tempo apesar de ter sido tudo o mês passado. O conheço por um acaso generoso e atrasado.
Tornou o meu sincericídio falho, e aprendeu a fazer as coisas funcionarem entre nós sem que eu precisasse me exaustar indicando os caminhos.
Coube perfeitamente na minha intensidade e a minha neurose fria acabou no quentinho do seu colo quando o sono veio.
Tem dentro de sí todos os sonhos do mundo e todo potencial para alcança-los. Ainda assim não é o homem perfeito, pois o homem perfeito é maduro demais, seguro demais e, consequentemente, chato demais...
Sabe quando você faz essa sua cara de sonso despretensioso para a vida, enquanto eu coleciono rugas, berros e inchaços? Sim, essa sua cara de que "não é comigo" vai muito bem com a minha máscara da agressividade que acredita que tudo é comigo.
Quando me cansa enfio a cabeça nas lembranças e percebo que eu tinha tudo para ter te cansado antes, aí então peço a Deus que conserve em você essa paciência e comece fazer brotar em mim um pouquinho dela.
Afinal, às vezes o que parece um trovão é apenas o barulho do mar, né?!
Não sei o dia de amanhã... Talvez eu me satisfaça encontrando em alguém boa parte das suas virtudes, talvez eu tenha que voltar pra te buscar... Enfim, por hora só me resta fazer três pedidos:
- Sempre que possivel reabasteça minha fé.
- Sei que nem sempre estaremos geograficamente próximos, mas seja sempre presente.
- Por último e mais importante - Seja sempre você, e serei feliz.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Terminando no terminal

Eu nunca tinha visto uma chuva tão forte. Não eram gotas, era como se o mundo tivesse desabando em água. Era como estar embaixo de uma cachoeira do tamanho de uma cidade. Era impossível não pensar no 2012, por mais que eu ache esse papo maluco e chato.
O taxi parou no trânsito, eu perdi a hora e aproveitei pra chorar usando isso de desculpa. Parecia que a cidade chorava comigo, e o atraso era um sinal para eu desistir de deixa-la.
Perdi o primeiro ônibus e ninguém pode imaginar como foram longas as cinco horas seguintes naquele terminal aguardando o próximo. Tudo que eu não precisava era de tempo livre para pensar e desistir, mas eu tinha, muito.
Enquanto a cidade chorava, eu chorava no terminal terminando aquela etapa da vida... Ele dormia, sem imaginar quantas vezes pensei em encarar um metrô com todas aquelas malas e mudar o rumo da viagem para seu apartamento, mudar o rumo da vida.
Pela primeira vez na minha história posso me orgulhar em ter sido extremamente racional. Não fiz nada do que gostaria, não prolonguei, não cedi, eu não me esgotei.
Eu cheguei. E por aqui tudo igual. Uns fumam, outros enchem a cara, alguns vão de regulador de humor, outros comem beiradas de dedo. Eu encho a cara, e isso junto a minha TPM vira uma bomba, azar de quem está perto. Tento por um pouco de carência formar o casal mais improvavel do mundo e ser feliz. Sustento temporariamente a teoria de que um unfollow, um delete e um block consertam a vida. Me afundo em trabalho e encontro nas coisas mais simples uma satisfação que eu sempre tive e nunca valorizei.
Prefiro ser novamente a filha dependente do que uma mulher lutando pra controlar uma criança grande, livre, inconsequente e egoísta.
Talvez eu não consiga ter prazer hoje porque ainda não me materializei, ainda não estou aqui. Eu tô no ontem, terminando no terminal, apertando o end no celular, evitando novas tentativas e esperanças, olhando a agenda de novo e, só pra tentar contar do meu jeito e me assustar menos, escrevendo um texto. Vai começar tudo de novo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Resumindo

Antena 1. Quarto escuro. Edredon. Chuva lá fora. Frio lá fora. Muito frio aqui dentro, do coração. Papéis de chocolate por todo canto. Medo e saudade. Nenhuma vontade de falar. Muita coisa a ser dita. Nada mais a fazer. Muita coisa ao meio, inclusive eu. Três malas e apenas dois braços. Todo o tempo do mundo. Uma estrada e nenhuma coragem.

Sem mais,

Fala por mim aí, Chico:

Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente.
Preciso conduzir
Um tempo de te amar,
Te amando devagar e urgentemente.

Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez,
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez.

Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente...
Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.

Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.


Todo sentimento - Chico Buarque

segunda-feira, 22 de março de 2010

Aos amigos, com carinho.

Vou zerar tudo, preciso disso. Tenho quase certeza de que vou me arrepender muito de ter deixado tudo pra trás assim, mas não vejo outra saída se não zerar o contador.
Estou contrariando TODOS os conselhos recebidos, e queria pedir perdão, deixo claro que não os contrario porque sou teimosa, mas é porque sou egoísta mesmo, não quero nada mais agora além de cuidar de mim.
Este texto não tem pretensão literária, é apenas uma cartinha de despedida simples e meio jogada, uma ruptura breve e necessária entre nós. Eu só queria dizer, antes de colocar os portas-retratos na mala, antes do frio gostoso na barriga, que eu continuo a mesma, ainda que completamente diferente.
Eu continuo deixando tudo pra última hora, chorona demais e mal-humorada além da conta. Eu continuo com medo de tudo e de todos ainda que isso, por alguma razão louca, me faça amar ainda mais tudo e todos.
Mas eu também descobri coisas deliciosas a meu respeito como, por exemplo, que eu assusto todo mundo com o minha sinceridade, sendo assim, uma pessoa superficial e de mentira jamais agüentaria ficar perto de mim, quer coisa melhor que isso? Afasto as sombras ainda que muitas vezes me sobre a solidão, afinal, são poucas as pessoas realmente vivas.
Eu ainda choro do nada porque viver é um drama, mas sabe o que eu descobri? Que essa vida dramática é muito engraçada. Eu descobri que a melhor coisa do mundo, na ausência da família, são os amigos e por isso queria dizer: eu amo vocês pra cacete.
Quero também pedir palmas pra mim, por minha coragem de tentar e por todas as vezes em que me sacrifiquei e me fiz forte diante os desafios, mesmo estando em pedaços. Percebi que querer conquistar o mundo é ridículo, na maioria das vezes você já tinha tudo o que precisava para ser realmente feliz, só precisa perder (ou quase perder) para valorizar.
As coisas mais simples é que são realmente grandes e importantes, o resto é futilidade.
Hoje eu acordei nervosa e irritada por ter que tomar decisões, aí parei e pensei: chega de se boicotar minha filha, tá na hora de você ser muito feliz.
"A vida só se dá para quem se deu."
Me lembrei de uma menininha que vi uma vez no farol, que esperou a mãe virar de costas para dizer: "Tia, não quero dinheiro não, me dá uma boneca?". Faço das suas as minhas palavras, eu não quero dinheiro não, não quero esse luxo todo, não quero estar rodeada de pessoas importantes e vazias, quero ser feliz, posso?
Quero fazer o caminho "trabalho-casa-academia" em 15 minutos e depois ainda fazer uma ligação "Vó, faz aquele suco que eu tô passando aí, já já!"
Meu peito está cheio de curiosidade, saudade e alegria. É possível sim amar a vida, ainda que qualquer amor tenha seus dias de crise. E eu só queria deixar todos vocês, enquanto eu não volto, com um pedaço de mim. Pode pegar sem cerimônia, alma quanto mais a gente dá, mais a gente tem.
Muito obrigada por todos os e-mails maravilhosos que eu recebo todos os dias, por todas as palavras de incentivo e carinho. Por todos os recadinhos no orkut, no twitter. Vocês fazem valer a pena todo o sacrifício, muitas vezes solitário, de ser uma pessoa sem medo de sentir de verdade a vida de dentro e a de fora.

terça-feira, 16 de março de 2010

Substitutos

Se meu coração não se emociona mais, fiquei me perguntando o que eu estava fazendo ali.
O que eu queria era só jogar conversa fora com uma pessoa com quem me dou tão bem e isso eu já tinha conseguido... Matei o tempo, ri da alma... Era só. Coisa que daria pra fazer no máximo em uma hora, ou duas, já que estavamos nos divertindo. Agora eu já podia ir embora, mas não conseguia. Por quê?
Ah, não, pode parar! Combinei com meu coração que ele não manda mais porra nenhuma. Chega de ser comandada pela parte mais “xucra” do meu corpo. Chega. Quem manda aqui é uma parte racional que às vezes se sobressai, que me jogou pra fora daquela situação que sempre me fez tanto mal e só levou coisas tão bonitas, como a fé no amor.
Vamos filosofar: O amor não existe, e, se existe, não dura pra sempre. Se não dura pra sempre, não é amor. Se nada dura pra sempre, então o amor não existe. Pronto.
Agora, e com os impulsos, o que a gente faz? Eu me coloquei naquela situação e inconscientemente queria mais. Sabe quando arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar?
Nessas horas você respira fundo, toma mais uns goles e se deixa levar, afinal, também é filha de Deus.
Todo mundo tem direito de sentir alguma coisa, e além de todos os desejos que me deixavam em dúvida eu sentia algo sim, eu sentia MUITO MEDO.
Eu sabia que enquanto ocupava o lugar de uma outra pessoa, havia alguém ocupando o meu lugar. Isso é péssimo.
Forma-se então uma relação entre quatro pessoas, duas de corpo e mais duas em mente.
Um beijo no olho pra ser diferente e ficamos assim. Substitutos de amores, querendo marcar, ser especial sem ser amor. Só esqueci de contar a ele que eu não sei brincar.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O último texto.

Eu estou atrás da porta, o corpo revirado, amassado, pequeno, todo dobrado. Sou uma carta gigante, chata, cheia de erros, longa demais, muito complicada. “Chega”, dizem todos que não tem mais paciência de ler. E eu, então virei bolinha de papel, daquelas que só servem para ferir alguém e depois vão pro lixo.
Sou uma bolha de detergente, cansei de exterminar os restos e limpar as sujeiras então saí para voar um pouco. Só não fui avisada da minha fragilidade e estourei, para sempre nada, nem cheiro, nem cor, nem transparência, nada.
Sou uma luzinha minúscula no meio da multidão, uma luzinha que pertence ao show mas não tem o que celebrar. E você bem que me avisou dos perigos de querer ser alguém num lugar onde a tendência é ser mais um.
Sou um fio de esperança, um fio de alegria, um fio de amor. Eu sou todos os fios que dormiram acalmados pelas suas mãos naquele dia da despedida. Ah, se você soubesse que sempre foi só daquele carinho que eu tanto precisava, ele não precisaria ter sido o último... Ah, se eu soubesse que aquele seria o último.
Meu choro desesperado acordou aquela garotinha mal resolvida que vaga dentro de mim, como um espírito que não aceita evoluir, aquela garotinha que veio com todo o amor do mundo, querendo se curar do medo do amor com um amor tão grande, tão grande, tão grande, que não existe. E ficou sem nenhum.
Eu vim com tanta fome desse amor e o engoli com tanta vontade, que nem me preocupei em saber exatamente do que ele era feito, e agora não consigo digeri-lo.
Não eu não quero mais uma razão para continuar tentando, me poupe de seus argumentos. Um dedo, dois, bem fundo na garganta para vomita-lo, é a saída. Pois além de não conseguir digeri-lo, me deixa cheia a ponto de não permitir que eu tenha fome, e eu preciso ter fome do novo, fome de vida de novo.
Prometo que esse é o último texto que escrevo direcionado a você, nenhuma palavra mais será dita, as decisões estão tomadas e os sonhos hoje são insustentáveis. Não sinto tristeza ao abandona-los, sinto uma paz, um alívio e uma vontade de ser melhor, mas dessa vez melhor para mim, pois para você meu melhor jamais será o suficiente.
Não quero viver a vida toda como bolinha de papel ou de detergente. Não sou uma luzinha minúscula, nem mais uma em meio a tantas com falta de amor próprio e personalidade.
Os fios de esperança, alegria e amor vão virar sementes e levarei na mala para plantar em solo fértil junto com a garotinha mal resolvida, aí então brotará uma mulher forte, com novos sonhos e metas.
Sei que sou capaz de virar o jogo, hoje sei que somos capazes de chegar à qualquer lugar e é justamente por isso que propagarei o seguinte conselho: CUIDADO COM O QUE VOCÊ DESEJA.

"I tear my heart open, i saw myself shut.
My weakness is that I care too much.
And my scars remind me that the past is real...
I tear my heart open just to feel" (Scars - Papa Roach)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Meu mundo perfeito

Acordei super disposta sem sono nenhum. Tenho tempo pra um belo café da manhã e isso garante a disposição para o resto do dia. Moro de frente pro mar, numa casa de cerquinhas brancas com três gatos persas. Assim que entro em minha BMW conversível, dirigida pelo Jude Law, chego em cinco minutos onde eu quiser... Trânsito? O que é isso?

Tive dois filhos lindos, nenhum deles nasceu de parto normal, mas também não nasceram de cesárea. Todos nasceram com 100 anjos da guarda que nunca permitem que eles batam a cabeça ou façam amizades erradas. Eles amam salada, tocam piano e jamais tem febre ou cólica.

Não ouço sons estridentes de vozes sem razão, nem críticas infundadas ou julgamentos tolos. Nas ruas foram instalados auto-falantes gigantes que reproduzem John Mayer, Matchbox 20, Lifehouse e Alanis, 24 horas por dia.

Meu cabelo não está caindo por causa do estresse - Estresse, o que é isso? - Eu lavo e saio com ele molhado mesmo. Minha pele está linda e uniforme, dispensando qualquer tipo de corretivo facial.

Percebi que não preciso controlar minha compulsão por doce de leite e nutella, pois quanto mais eu como mais definido fica meu corpo. Falando nisso, me deu uma fome... Acho que vou convidar alguém pra jantar. Mas quem? São tantas as opções... Ah, tá... Hoje quero o Selton Mello, só preciso lembrar no bolso de qual dos 500 vestidos do meu closet está o bilhetinho que ele me mandou na noite passada com seu telefone.

Elvis, meu semi-persa preferido, tomou uma vacina que o fará viver por mais 95 anos e todas as vezes que ele faz cocô, o cocô vira estrelinhas azuis que saem voando pela noite estrelada, e eu nunca mais precisei abaixar e catar toda aquela merda com um saquinho furado.

Todas as pessoas deslumbradas, limitadas e estúpidas com as quais tive que conviver durante um tempo muito longo da minha vida, foram transferidas para a terra-do-nunca-mais-apareça-na-frente-da-ludy-amém.

Meu relacionamento é aberto, mas só do meu lado, me apaixono todos os dias e nunca sofro.

E ele? Oxe! Há muito tempo ele sumiu no mundo, e eu cai na vida. Ele tomou aquele laxante mágico, sabe? E graças a Deus, foi junto.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O homem mais canalha do mundo

Um dia desses, nessa rotina desregrada de imendar uma festa na outra em plena segunda-feira, o conheci. Já conhecia sua fama, claro. Se tratava do homem mais canalha do mundo. Mas quem poderia ser mais interessante que ele naquele momento, em que tudo que eu não queria era me apegar a alguém!?
Ele veio falar comigo. Me ofereceu bebida... Aceitei, claro! Eu precisava de muita coragem.
Do alto de sua absurda e dolorosa beleza, foi tirando nota oito e meio em todos os quesitos. Devolveu uma besteira à altura, conhecia frases pessimistas perfeitas, cantadas hilárias, e num dia em que tudo parecia perdido conquistou meus sorrisos mais sinceros.
Aos 45 do segundo tempo, trocamos um único beijo, telefones e confissões, e eu lembro que, apesar de estar com muito sono, cansaço e desesperançosa com a vida, fiquei tentando descobrir o que um homem com tantas opções ao redor e os olhos azuis mais lindos que eu já ví, tinha visto numa garota bem mediana, careta e exigente, de rasteirinha e trança, num de seus dias de menor brilho.
No dia seguinte, recebo uma ligação. Ele só queria explicar que foi direitinho pra casa e garantir não ter passado nenhuma má impressão.
Foi então que resolvi pedir ajuda, como um homem tão canalha poderia ser tão fofo? Mas ele conseguia, era canalha e fofo, lindo e interessante, divertido, imprevisível e charmoso. Extremamente perigoso. Sincero demais.
O jogo segue, a sorte está lançada. Tá tudo ali escancarado. Não há segredos, nem expectativas.
Amigas sinceras relatam antecedentes. Amigas cautelosas alertam. E eu?!
Eu percebi que me apaixonei pelo homem mais canalha do mundo. Só pra - inocentemente - provar que o homem que amo não era tão canalha assim.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Bem-vinda, insegurança.

Que se foda o amor próprio. A gente acorda, se arruma pra viver e a vida parece meio assim, metadinha.
Se já é dificil resistir a algo que estampa a mente e os desejos, imaginem então algo que estampa os jornais, revistas, sites e conversas informais entre os amigos numa reuniãozinha de buteco. Eu não sou fraca, sua presença é que continua forte demais. E quando ela se materializa então... São dias auto-controle conquistado jogados pela janela.
Durante aquele abraço de quatro braços bem envolvidos, passou uma vida na minha cabeça, mas como não se resolve uma vida no tempo de um abraço preferi calar e apenas sentir seus quilos a mais, sua falta de jeito...
Ele me pergunta se ainda sofro, fazemos cara de dor e mudamos de assunto. Concordamos que o vício pela paixão é estúpido, mas só eu acho que conviver solitariamente com nosso umbigo é desumano, então, melhor deixar tudo como está.
Voltei a roer unhas. Bem-vinda, insegurança.
Vou vivendo como se não me importasse, mas os reflexos são nítidos no meu dia-a-dia. E essa vontade de almoçar um X-tudo? De que adiantou a promessa de trocar os elevadores por escadas?
Eu ando confusa, eu ando com medo e afasto as pessoas. Todos os caras bonitos e interessantes que se aproximam me provocam uma reação de repulsa, ao melhor estilo "Vá ser bonito e interessante assim na PQP!", o ruim é que eles vão.
É como se eu não fosse dona da minha vida, como se algo ainda me impedisse de toca-la.
Ele sabe de tudo isso, usa isso a seu favor, me olha com aquela carinha banal de "me espera só mais um pouquinho", querendo me congelar enquanto confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu, e sempre volta. Só que agora é tarde, pois deixei de ter pena de mim por estar sem ele e passei a ter pena dele por estar sem mim. Coitado.
Tá bom, não é bem assim... Não sei quanto tempo vai demorar pra tudo isso ser realmente verdade, mas garanto que mesmo que ele me peça desculpas não vai passar minha vontade de socar o seu nariz. Sua sorte é que seu nariz é tão lindo que eu fico só na vontade.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Não se pode dedicar a alma a acumular tentativas.

Da série - Músicas que falam por mim:

Assistam >>> http://www.youtube.com/watch?v=WAAU50Z1oeI

"Não, não tente se desculpar.
Não volte a insistir.
Os pretextos já existiam antes de você...

Não, não me olhe como antes.
Não fale no plural.
A retórica é sua arma mais letal.

Vou te pedir que não volte mais.
Sinto que você me dói ainda aqui... Dentro.
E que na sua idade já saiba bem o que é, partir o coração de alguém assim.

Não se pode viver com tanto veneno.
A esperança que me dá o seu amor, ninguém mais deu.
Te juro, não minto...
Não se pode viver com tanto veneno.
Não se pode dedicar a alma a acumular tentativas.
Pesa mais a raiva que o cimento.

Espero que não espere que eu te espere depois dos meus 26:
...Minha paciência esgotou.

E vou desfolhando margaridas, olhando sem olhar...
Para ver se assim você se irrita e se vai!"

(Shakira - No)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Era uma vez

Era uma vez então, uma história inacabada:

Sim, ele era encrenca, das boas.
Eu sabia o que estava fazendo, ele também: estavamos fazendo uma coisa errada.
Mas eu gostava daquela luz dos olhos dele. Gostava de saber que estava me encantando mesmo sabendo que não deveria me encantar.
Apesar de todo esforço, meu poder era uma ilusão. Apesar do desprendimento, eu me enganava o tempo todo.
E na hora de pontuar corretamente a história, ele fecha a porta e volta para sua vida real. Sua colaboração eram as reticências, para os dois, porque ele não era egoísta.
Eu queria exclamações, muitas!!! Eu me cobrava tanto ser feliz que às vezes perdia a noção de que já era. E agora, o que fazer? Fugir da felicidade ou fugir com ela? (Interrogações)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O que estou esperando?

Mau negócio. Sabe quando você compra aqueles chocolates importados, chiquérrimos, só pela embalagem? Aí, depois que abre, percebe que são horríveis de mastigar, quase impossíveis de digerir, às vezes você vomita pra não morrer e o pacotinho com quatro custa uma fortuna?
Pois é, é mais ou menos nisso que tudo se resume.
A gente sempre soube o que estava fazendo, sim, estavamos fazendo coisa errada... E isso foi se estendendo...
Quase um ano se passou, e o único motivo que ainda me leva a degustar desse docinho desentupidor de merda é justamente sentir, por uma das primeiras vezes na vida, a minha merda desentupindo. Ele corrói sem dó mas resolve.
Você vai empurrando com a barriga até que, de repente, vem a mente a seguinte pergunta: "O que estou esperando?"
Eu quis responder qualquer coisa, mas numa hora dessas mentir pra sí mesmo beira a burrice. Passei dias inteiros assim, catatônica, tentando adivinhar o que eu deveria fazer para que não esperasse mais o que eu estava esperando. Eu deveria resolver alguma coisa, de certo, mas o quê?
Sim, eu deveria parar de esperar, mas para parar de esperar, antes, eu deveria saber o que enfim eu estava esperando. Que que eu tava esperando?
E foi então que a questão me perseguiu pelos dias seguintes e também pelas madrugadas.
Ah, quer saber? São tantas coisas: Tô esperando ganhar na mega sena. Tô esperando acabar a novela pra ligar pra Karen. Tô esperando dar 18h pra encarar o trânsito. Tô esperando a grana do freela entrar pra pagar o cartão de crédito. Estou esperando esquentar o tempo pra dar um pulinho na praia. Estou esperando os trinta pra declarar estado de calamidade pública pra minha bunda. Tô esperando a minha família reclamar de novo das noites que tenho passado fora de casa. Tô esperando o filme de "Friends". Tô esperando esgotar a última gota de uma paciência que eu nem tinha. Tô esperando você chegar pra te socar.
Quando a mente naufraga pesada demais, vou pro teatrinho infantil que mora lá pelas bandas do meu coração, encenar minhas sensações pra ver se descubro algo que está difícil de se explicar sem figurinhas. E meu teatrinho infantil me botou em cima de um cavalo branco, com uma varinha de condão. Podia ser uma espada, mas acredito que uma “vara” que transforma o mundo é ainda mais pau que o pau que simplesmente luta, fura e mata, então lá tava eu de varinha mágica, toda me achando a princesinha ainda que a princesinha espere e não aja e eu, como boa pessoa que não deveria esperar por mais nada segundo a minha consciÊncia, estivesse agindo. Tá, agora faço o quê? Vou pra onde vestida de besta desse jeito? Eu tenho medo de cavalo, vara com estrela na ponta não me serve de nada. De que me serve meu potencial de macho se ele só me enfraquece? De que me serve a vontade de ir se o lugar não existe? De que me serve, afinal, esse amor?
Tá ai: Amor! É de amor que você fala? É. Tudo em mim respondeu: ÉÉÉÉÉÉÉ!!!
Como é bonito o equilíbrio único de uma constatação puramente verdadeira.
Prontinho, descobri o que espero:
Tô esperando é o dia que isso vai passar. Isso aqui, que falo descarada e cifradamente, mas sempre. Isso que espalho em cada linha, o tempo todo, o muito peneirado ao longo desses dias todos, soando pouco mas sem parar, nos intervalos dos reais intervalos. Tô esperando acabar, passar, morrer, sangrar até o fim. Esperando o tempo que acalma chamas. Esperando alguém que ocupe, distraia, desacorrente, solte, substitua, o torne nada demais. Esperando não sentir mais ódio e nem tesão e nem ciúme e nem saudade. Esperando porque é o que resta mesmo, não é falta de coragem, simplesmente não há o que fazer, é de se sentir e só. Nem sempre a força de um amor é pra sair às ruas, pra viver histórias. No meu caso, sozinha mesmo, preciso ninar esse enjôo de um filho sem pai, esperar que ele nasça morto e enterrá-lo já sem dor. A gravidez do coração dura mais do que deveria e só expulsa seus filhos quando esses já nem existem mais.

- Tá, acomodado dos infernos, eu entendi. Mas você erra quando acha que alguém resolve um amor. O amor é que, se tivermos coragem pra deixar, resolverá aos poucos a gente.