Elvis, meu gato bravinho, infantil e egocêntrico, acabou de derrubar minha web cam de cima do computador pela milésima vez. Ele olha pra mim com aquela cara de “eu mando nessa porra” e eu deixo, porque ele manda mesmo: um ser tão fofo e irritado merece mandar nessa porra. Todas as possibilidades de roupas pras festas do fim de semana estão jogadas em cima da minha cama, que eu não arrumei ainda, maquiagem e sapatos pra todos os lados também. E quer saber? Foda-se. Tô muito bem pra me preocupar com pouca coisa.
Daniel Jones do Silverchair grita no meu media player: "Wiithouut youuuuu...", mas aqui posso te garantir, não falta nada.
Estado de graça, é assim que defino. Estou em estado de graça.
Nesse momento darei prioridade à aquilo que traga o melhor pra minha vida sempre: A PAZ. Isso consiste em querer somente as coisas que façam bem. Pessoas que me tragam mais vida, mais sinceridade, mais música, mais carinho, mais companhia, menos solidão. Não quero brigas, não quero dor, não quero essa gente chata e sem personalidade querendo meter o dedo onde não foi chamada. Não quero rivalidades. Não quero mentiras. Não quero gente desapegada. Não quero baixaria. Eu só quero PAZ.
Já que não estou nem aí pra nada, isso inclui estar "nem ai" se ele percebe ou não minhas celulites, estrias ou se tô um pouquinho acima do peso. Eu fico tranquila e enquanto isso como muito brigadeiro de panela.
-Como é bom não ter um relacionaMEDO
Às vezes me vejo na típica situação que qualquer mulher louca adoraria: sozinha com sua carteira e celular. Mas inacreditávelmente não tô nem aí pra saber da sua vida. A quantidade de recadinhos femininos no seu celular e orkut, a quantidade de nomes de mulheres na sua agenda de celular têm a mesma importância pra mim que a quantidade de carrapatos no cachorro do vizinho. Ignoro qualquer pista e continuo devorando meu brigadeiro, ou o devoro, e isso sim é um assunto importante.
Se ele vai ligar amanhã? Não sei, não quero saber e não tenho raiva de quem sabe.
Não tenho raiva de ninguém. Não tenho raiva das garotas que já passaram pela sua vida, não quero degolar as que talvez ainda passem e tampouco me chatearia pensar que muitas ainda passarão.
Nada me importa, a não ser o desejo de aproveitar cada segundo dessa paz que me proporciona, e porque me proporciona não sei explicar. Não faço questão de ser a mulher da sua vida. O que me importa mesmo, e isso sim mais do que o meu brigadeiro de panela, é que o seu beijo é a coisa mais viciante que me apareceu depois do twitter e o tempo que ele passa aqui perto me preenche o suficiente para que eu me sinta completa por dias, a ponto de nem precisar sentir saudades.
Não tenho medo de ficar com cara de idiota ou de cantar música brega. Não tenho medo de nada, afinal, a gente só tem medo do que a gente não entende, e isso eu já entendo muito bem.
Se me der sono eu durmo, se me der vontade de falar um palavrão alto, falo. Se me der vontade de o expulsar da cama: rua!
E o mais fantástico de tudo é que já que estou tão à vontade, já que meu cérebro louco não está vivendo nem no passado e nem no futuro mas apenas no presente do seu corpo quentinho e cheiroso e já que nada em mim dói porque nada em mim sonha... Eu nunca senti tanto prazer em toda a minha vida!
-Será que não amar ninguém e brigadeiros são o segredo da felicidade?
Um comentário:
Acho que vc tah no caminho certo.... rs!
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