segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Amor epidérmico.

Conversando com dois amigos, recém saidos de relacionamentos longos, percebi o quanto é difícil manter uma relação, e que o tempo às vezes é o maior inimigo do casal.
O tempo vem e traz com ele aquele sentimento de posse, traz a acomodação, e ao mesmo tempo, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica terminar.

Como saber que é a hora de acabar com tudo? De onde vem a coragem para isso? Será que vale mesmo a pena?Comecei a questionar e adaptar situações a minha própria vida, afim de achar respostas.

Você planeja terminar um relacionamento. Chegou à conclusão que não quer mais ter a seu lado uma pessoa distante, que não leva nada à sério, que vive contando piadinhas preconceituosas e que não parece estar muito apaixonado. Por que levar a história adiante? Melhor terminar tudo hoje mesmo. Marca um encontro. Ele chega no horário, você também. Começam a conversar. Você engata o assunto. Para sua surpresa, ele ficou triste. Não quer se separar de você. E para provar, segura seu rosto com as duas mãos e tasca-lhe um beijo. Danou-se.

Onde foram parar as teorias, os diálogos que você planejou, a decisão que parecia irrevogável? Tomaram Doril. Você agora está sob os efeitos do cheiro dele, está rendida ao gosto dele, está ligada a ele pela derme e epiderme. A gravação do seu celular informa: seus neurônios estão fora da área de cobertura ou desligados.

Isso nunca aconteceu com você? Reluto entre dar-lhe os parabéns ou os pêsames. Por um lado, é ótimo ter controle absoluto de todas as suas ações e reações, ter força suficiente para resistir ao próprio desejo. Por outro lado, como é bom dar folga ao nosso raciocínio e deixar-se seduzir, sem ficar calculando perdas e danos, apenas dando-se ao luxo de viver o seu dia de Pigmaleão.

A carne é fraca, mas você tem que ser forte, é o que recomendam todos. Tente, ao menos de vez em quando, ser sexualmente vegetariano e não ceder às tentações. Se conseguir, bravo: terá as rédeas de seu destino na mão. Mas se não der certo, console-se. Criaturas que derretem-se, entregam-se, consomem-se e não sabem negar-se costumam trazer um sorriso enigmático nos lábios. Alguma recompensa há de ter.

Por enquanto só sei que nada sei.

2 comentários:

edivaldo rossetto disse...

lud... fantastico seu blog...
mas esse texto é claro, esta um pouco feminista... rs.

nós homens tb sofremos por amor... eu sofro por amor...

e eu tenho outra situação destas que vc enumerou... quando vc quer terminar, se decide terminar, ai a outra pessoa termina primeiro... e vc se sente mal... rsrs... vai saber porque.. rs

bjus linda!

Angela Grossi disse...

OI Querida,

maravilhoso! Parabéns pelo blog que está lindo!!!

Bjs