sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sobre a felicidade.


Gente, eu tô tão feliz!!! (Ahhh... Novidade né?Rs...)
Mas gente, eu tô, e essa semana tenho muitos motivos para isso, tirando aqueles de sempre (saúde perfeita, família perfeita, trabalho perfeito, amigos perfeitos), meu time é HEXA CAMPEÃO BRASILEIRO (chora porcada!), conclui com sucesso mais um ano da faculdade (agora só falta um! Viva!), hoje é niver da Má Félix e do meu lindo patrão Silvio Santos, tem festa da emissora e depois festa da Má, e o fim de semana vai ser recheado mais uma vez, vou comemorar tudo isso sem medo de ser feliz!
E por falar em "medo de ser feliz", vocês sabem o que é querofobia?
- Pasmem. É medo da alegria, da felicidade.
Como pode, não é? Ganhei um livrinho – livrinho porque é bastante pequeno – Dicionário Igor de Fobias, com mais de 1.000 verbetes, organizado pelo professor Igor Rafailov, um brasileiro de pai russo e mãe alemã, nascido em São Paulo, criado na França e que mora no Recife. Como vocês sabem e o professor define, "fobias são medos irracionais, mórbidos, de coisas (animadas ou inanimadas), idéias ou situações".
Com esse livrinho ficamos conhecendo fobias incríveis, como a eretofobia, que é o medo mórbido do ato sexual, menos estranha porém que califobia, que é o pavor do belo, do bonito, assim como filemafobia é o de beijar e ser beijado. Aff!
Eu poderia preencher o espaço de uma dúzia de posts com as fobias mais estranhas e improváveis, mas nada me impressionou mais do que a querofobia, principalmente por estarmos nos aproximando de um novo ano, em que recebemos e enviamos votos de felicidade.
Algumas pessoas que conheço, inconscientemente se julgam querófobos, e dizem:

– Sempre que me sinto muito feliz, tenho medo. Medo de que esses momentos prazerosos venham para anunciar uma desgraça que deverá chegar a seguir. E isso me impede de gozar – por um minuto que seja – de uma felicidade plena.

Sei que existem muitas pessoas assim, que não curtem os bons momentos, desconfiados de que sejam uma armadilha. E há mesmo a afirmação corrente de que toda vitória é véspera de uma derrota.
Não penso assim. Acredito que as alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, felicidades e desgraças surjam cada uma a seu tempo, independentemente de se seguirem umas às outras. E creio também que pensar positivamente seja uma forma de atrair bons acontecimentos ou, pelo menos, afugentar os maus. Mas admiro os céticos e os cínicos, os de talento e humor, como Drummond, que afirma:

"...o amor é isso
que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe o que será."


Existem também os felizes e os infelizes profissionais, aqueles para quem tudo está sempre bem ou sempre mal. Que reclamam porque faz muito calor ou muito frio; se chove ou se faz sol. Se o homem telefona várias vezes por dia é um chato; se não telefona, é porque não a ama. Quem não conhece gente assim? Esses, certamente, não se sentem felizes nunca e, quando se sentem, reagem com desconfiança. Tive um namorado que não acreditava em nada positivo.

– Eu amo você – dizia eu.
– Não acredito – ele me devolvia instantaneamente.
– Juro – eu insistia.
– Não acredito em juramentos – respondia em cima.

No dia em que resolvi terminar, porque já estava apaixonada por outro, fui franca e honesta, falando a verdade. Ele respondeu, como habitualmente:

– Não acredito.

Parece piada né?
Acredito que todos nós temos direito à felicidade, que nascemos mesmo para ela e que a desgraça é um desarranjo na máquina que põe em movimento a nossa vida. Mas acredito também que é preciso identificar e gozar os instantes felizes, estejam eles num almoço familiar de domingo, num beijo da pessoa amada, no abraço de um amigo, no sorriso de um filho, enfim. Viver todos esses momentos sem medo e sem esforço, naturalmente, sabendo que se tem direito a eles. Fernando Pessoa nos ensina que "um dia de sol é tão belo quanto um dia de chuva. Cada um é o que é". Se agirmos assim, acreditando que a felicidade existe e que, se é passageira, também a desgraça tem seus dias contados, chegaremos à velhice menos sofridos e amargos. E não correremos o risco de repetir, no fim da vida, a melancólica frase de Jorge Luis Borges: "No passado cometi o maior pecado que um homem pode cometer: não fui feliz".

Felicidade para todos neste fim de semana que se inicia. :)

2 comentários:

Admin disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Admin disse...

Mto feliz sua opinião sobre a felicidade...rs..
A felicidade é/está em cada momento feliz, simples....se hoje vc está feliz, amanhã o seu ontem terá sido feliz......
E Fernando Pessoa foi mto feliz em escrever essa frase, e vc mto feliz em ter se lembrado dela, e eu?

Eu estou mto feliz em ter lido.

Bju

Ednei Dalberto