quinta-feira, 28 de maio de 2009

Eu quero ganhar muito


- Preciso sair desse mundo que errou e me aprisionou como perdedora.

Só quem quer ganhar muito se aprisiona por perder... e eu sempre quero ganhar muito.


Eles mijam em qualquer canto, eles dormem sujos, eles comem qualquer vadia, eles esquecem tanto do amor. Eles não imaginam o que se passa dentro da gente.

Quero me esquecer de tanto lixo pesado que guardo em mim. Queria te contar toda a dor que eu guardo em mim, todo o nojo, toda a sujeira, toda essa merda que eu carrego. Queria te contar sobre tudo isso que me aconteceu, sentindo que liberto tudo enquanto escrevo, para afastar esse mundo quase podre de tudo o que morre agora.


Eu quero esquecer que não me sobrou nada do que eu acreditei que era o meu castelo. Eu não quero mais sentir falta das suas torradas no café da manhã, não quero mais deixar a minha vida de lado. Eu não quero me lembrar que, depois do e-mail gigante desejando melhoras que eu escrevi para ele, ele apenas respondeu: obrigado. Eu não quero me lembrar que, depois do e-mail gigante que eu escrevi para ele, ele me respondeu que estava ocupado demais pra ler, eu não quero me lembrar que, depois do e-mail gigante que eu escrevi para ele, eu apaguei tudo.


-Eu não quero lembrar que o mundo é simples e segue em frente enquanto eu não consigo nem levantar mais da minha cama de tanto que eu peso.


Eu não quero mais nenhuma mão nojenta tentando me segurar a nuca, não quero mais que ele me fale que eu sou chata e muito novinha para entender a vida. E não quero nunca mais me emocionar com nosso livro cheio de ilustrações.


Eu não quero mais desejar aquele velho covarde que responde cada dor minha com o seu típico “hehehehehe” de quem disfarça as suas historias, a nossa história, ou faz de conta que não sabe o quanto me assusto com pessoas rasas.


- Eu não sei o que fazer, por favor, chame o carro, me tire daqui, me leve pra ver o pôr-do-sol, diga que vai ficar tudo bem. Eu preciso ver coisas bonitas, eu preciso sentir coisas bonitas, eu preciso viver mais!


Eu não sei mais o que fazer se tenho nojo de todo mundo, medo de todo mundo, descrença em todo mundo. Como se vive num mundo tão hipócrita tendo tanta verdade dentro do coração? Alguém me ensina, por favor.


Esses TIPINHOS só prestam para rasgar a nossa verdade, só prestam para provar ao mundo que são maiores que a beleza e que a interrogação porque podem transformá-las em ódio, e o ódio nunca é bonito e muito menos tem dúvidas. Quero me agarrar à minha unidade e nunca mais me despedaçar assim, quero me agarrar a tudo o que é meu, quero andar por aí sem sentir que o vento atravessa minhas janelas.


Preciso que alguem me ame como só eu posso me amar, me ame com a urgência que eu cobro do mundo, me ame com o peso sufocante que eu coloco no mundo, me ame com as horas intermináveis que eu espero do mundo. Me ame sem amar porque nenhum amor é assim tão assustador, mas eu vivo assustada e precisando desse amor. Me dê esse amor, nem que seja para eu descobrir finalmente que ele existe e parar de querer tanto ele, só pela mania de querer o que não existe.


Ei, seu tonto, será que você não pode me olhar com olhos de devoção porque eu estou aqui quase esmagada com sua presença?

Não, não dá pra dizer isso.


Ei, seu velho, será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença?

Não, você não pode dizer isso.


Ei, dono da superioridade, será que você pode me beijar como um beijo de final de filme porque eu estou aqui sem saliva, sem ar, sem vida com a sua presença?

Definitivamente, não, melhor não.


Amor não se pede, é uma pena.

É triste amar tanto e, tanto amor, não ter proveito.

Tanto amor querendo fazer alguém feliz.

Mas amor, você sabe... amor não se pede. Amor se declara.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sobre o medo

Sei que o que estava parado se mexeu.
O que não se sentia passou a sentir.

Preciso tanto de certezas e regras programadas que é difícil acreditar em qualquer coisa que não consigo visualizar e classificar. Não ando conseguindo ser nada na minha incerteza. É muito angustiante saber que não sei qualquer coisa sobre o que está acontecendo. O meu maldito controle está em tudo. Ao menos o meu controle sabe que estou sentindo algo que não tem nome. E não é novidade sentir o que eu desconheço. Sentir a mim mesma de uma maneira que nem se pode definir. E demorou pra cair a ficha que é meu nome que anda sem denominação nenhuma.

Sou eu, uma metade para você, esse mistério que me dói tanto.
Ainda alguém que custa em acreditar em algo que chamo de coisa, porém há uma esperança muito grande em qualquer coisa que possa me libertar. Tirar um peso de não sei onde.

Acho que sinto tanta raiva.
Acho que não ando suportanto qualquer complexidade em mim mesma, em nós.
Raiva de quem me inventou.
Raiva por não saber se alguma coisa precisou ser inventada por alguém.

Sinto minha cabeça tão limitada.
Me sinto tão pequena para grandes procuras.
O mais desesperador é se desesperar sem entender como e porquê.

É uma loucura tão grande que me faz sentir degosto, enjoo.
- O meu pessimismo adora tudo isso!
Me sinto cansada sem o direito de estar cansada. Com o único direito de estar perdida.

Estou perdida.
Ando levando minhas sensações. Que me provam que tantos sentimentos angustiantes vem de algum lugar. De um lugar que é só meu. De um lugar que está perdido em mim.
E o mais ignorante é nunca ter pensando sobre isso antes.
Talvez fosse até uma ignorância necessária, porque se pensasse de fato nem estaria aqui. Tremendo na base e fazendo meus dias como posso. Pensando que não sirvo para o que escolhi, me conhecendo como não queria, não aceitando algumas limitações.
Não é fácil.
E o pior é oscilar tanto dentro de mim e não conseguir dizer se estou gostando ou não. Se é isso mesmo ou não.
Não sei.
Ando até com falta de jeito no que dizer, no que ser e ainda mais no que fazer. Não sei o que fazer, só sei que de um jeito ou de outro estou fazendo. Com toda uma falta de jeito que nem imaginava que poderia ter. Nem imaginava que poderia ter tanto medo de alguma coisa.
Mas hoje eu vou encarar você.

domingo, 24 de maio de 2009

Domingos

Este é só mais um texto sobre as tardes de domingo. As tardes de domingo de uma cidadã solteira. Avulsa mesmo. Sozinha. Em casa. Almoça sozinha nos finais de semana. Dorme sozinha. Acorda sozinha no domingo com a cara borrada de maquiagem da noite anterior. Dança sozinha em casa com o som alto. Chora sozinha. Uma cidadã que está cansada de todos acharem que ela é uma super-mulher e ela se sentir uma menina ainda. Carente. Intensa. Que quer abraçar o mundo. Que tem preguiça profunda de gente que mente. De gente que se entrega pela metade. E a cidadã enfrenta mais uma tarde de domingo daquelas que não se tem nada pra fazer.

Ninguém pra quem ela gostaria de ligar. Seu celular toca uma vez. END. Toca duas. END. Toca três. END mortal. E ela começa a colecionar números. 762 contatos no MSN. 83 bloqueados. Alguns scraps com cantadas baratas no orkut. 874 'amigos'. Zero sentido nisso tudo.

A cidadã-super-mulher-de-uma-figa é metida a entender os homens mas não entende nem sobre si mesma. Não entende como consegue não se apaixonar pelo vizinho que lhe mandou um buquê de flores porque a viu. Ou pelo que lhe deu um gatinho de aniversário. Ou por aquele que lhe mandou uma cesta deliciosa com um bilhete mais do que gentil. Ou porque ela não se apaixonou por aquele cara que cozinhava quando ela tinha preguiça de sair pra almoçar, ou por aquele que liga só pra saber se ela se curou da ressaca. Ela não entende o que leva um cidadão a convidá-la pra sair.

A cidadã-filósofa-barata-de-merda entende é que os homens fazem tudo errado. Que não adianta abrir a porta do carro, se ele não abre o coração. Que não adianta mandar flores, se ele não manda no rumo da sua vida. Que não adianta convidar pra sair, se ele não a convida pra fazer parte da vida dele. Que não adianta passar a noite se, no dia seguinte, ele some sem dar notícias. Que não adianta pagar a conta se o que ela quer mesmo não tem preço.

E a tarde de domingo vai chegando ao fim. Aquele gosto azedo de segunda-feira no ar. Pra começar tudo de novo. Sozinha. De saco cheio de promessas baratas. De bocas aleatórias. De pessoas que nada sabem a seu respeito. De carinho com muita mão e pouco sentimento. De músculos fortes e cabeça fraca. De agenda cheia e vida vazia.
Uma cidadã sem saco pra joguinhos. Que fala o que pensa. O que sente. Que não passa vontade. Mas que, às vezes, não liga pro único cidadão que ela quer por puro medo de ser mal interpretada. Por puro medo de dar tudo errado. Essa cidadã acha que controla o futuro, mas morre de medo dele. E não controla a própria vida. Muito menos os próprios sentimentos. E lá vai ela começar tudo de novo. Com aquela pose de super-mulher. Aquela barriga dura e aquele coração mole...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Fragilidade

http://www.youtube.com/watch?v=pCEFiD_oJEE&feature=related
(Composição: Jorge Vercilo / Jota Maranhão)

Ele une todas as coisas, como eu poderia explicar?
Um doce mistério de rio...
Com a transparência de um mar?

Ele une todas as coisas...
Quantos elementos vão lá?
Sentimento fundo de água, com toda leveza do ar.

Ele está em todas as coisas!
Até no vazio que me dá...
quando vejo a tarde cair,
e ele não está.


Talvez ele saiba de cor tudo que eu preciso sentir...
Pedra preciosa de olhar...

Ele só precisa existir para me completar.

Ele une o mar, com o meu olhar:
Ele só precisa existir pra me completar!

Ele une as quatro estações, une dois caminhos num só...
Sempre que eu me vejo perdido, une amigos ao meu redor.

Ele está em todas as coisas,
até no vazio que me dá, quando vejo a tarde cair e ele não está...

Talvez ele saiba de cor tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar:

Ele só precisa existir, para me completar.

Ele une o mar, com o meu olhar:
Ele só precisa existir pra me completar.

Une o meu viver, com o seu viver:
Ele só precisa existir para me completar!

- Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.



Fragilidade: Saia desse corpo que ele não te pertence!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Mulher maravilha


Quando eu penso que virei uma mulherzinha, bem mulherzinha mesmo, toda precisando de cuidados, descubro que ainda sei brincar de ser mulher maravilha. Que não há nada que uma lingerie nova não possa fazer pela auto-estima e que um elogio feito pelas pessoas certas podem apagar toda a miséria desse mundo louco.

Quando eu penso que baguncei tudo além dos limites, olho para os lados e acho que minha vida até anda arrumadinha em comparação com o que vejo por aí.
No mínimo, a minha determinação de fazer o que eu acho que seja melhor pra mim, mesmo quando dói muito, essa determinação até que pode ser considerada uma qualidade que nem todos têm.

Quando eu penso que a adrenalina é coisa do passado, que fazer besteira ficou lá atrás na minha juventude - cheia de ânsia por aventuras - aí essa mesma juventude reaparece pra animar um pouquinho meu dia. Quando eu penso que já sou uma mulher séria, talvez até sem graça, mas séria, lá vem de volta aquele sorriso que eu nem lembrava mais que tinha.

Quando eu penso que eu estou me tornando uma pessoa amarga, por não acreditar mais em "para sempre" e muito menos nas pessoas, lá vem o destino me mostrar que para sempre nem deve mesmo existir e que essa consciência não é amargura minha não... Porque tudo o que começa, termina, e só sobra o que nunca começou.

Pra que criar fantasmas? Pra eles criarem vida própria e passarem por cima da minha vida? De jeito nenhum. Felicidade é fundamental. E saúde também. Eu preciso me alimentar melhor, comer menos cup noodles e mais comida de verdade, parar de me encher de lanches e frituras, massas. Diminuir a quantidade de chocolate, tomar mais água pros meus rins não irem pras cucuias. Não exagerar na vodka barata.
Ok, cuidar da saúde - física e psíquica - minha meta.
Pro resto da vida.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ela voltou

Para a alegria dos que a amam.
Na cidade pequena onde ela não cabe mais, ela se sentiu imensa, voltou a sorrir.
E junto ao primeiro raio de sol, ela também renasceu.
Deixou a agonia e a insegurança para o tempo e o vento.
Não quer mais ser senhora de suas horas. Resolveu ser apenas dona de seu destino.
Sentou na grama, contou estrelas, lavou a alma, deu risada até ficar com dor na barriga.

Saiu leve.

Pediu ao universo forças e voltou para seus dias cinzentos, mas agora não era cinza como o ambiente em que vivia, era dourada, brilhava e irradiava luz.
Não sabia o que o futuro lhe reservava, mas estava alí, pronta e renovada.
Tinha fé e coragem para enfrentar o que fosse preciso.
Acreditava que tudo nesta vida é merecimento.

Não tem nada melhor do que, mesmo perdendo, você ainda sentir que ganhou muito no coração, ganhou muito em sua vida.

E naquele peito de saudade e incerteza ela, serena, sabe que o melhor ainda está por vir.

" Livrai-me do mal e das pessoas levianas, amém. "

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Imaturidade alheia

Este é um post para quem tem muita paciência, mas vale a pena, é mais um da sessão "Quero compartilhar com vocês":

Tem coisas que nem Freud explica. Ontem eu aqui devorando a 5ª temporada de Dawson's Creek afim de chegar logo ao final, pois estou curiosíssima, e me deparo com uma situação, que entre muitas outras nessa série incrível, que mexe muito com os sentimentos da gente, me tocou demais. Joey, a heroína da história, se envolve com seu Professor da faculdade. No começo ela relutou e negou qualquer tipo desejo, mentia para sí mesma, mas no decorrer dos fatos ela acreditou que nada ali era por acaso e achou que deveria se render, pela primeira vez na vida, a uma emoção. Resolveu correr riscos, achou que valia a pena. Pena que quando percebeu realmente o quanto estava envolvida, o responsavél pelo sentimento já não o sentia mais, ou pelo menos não sentia mais vontade de correr os mesmos riscos junto a ela. Como Professor Wilder era um homem maduro que já sabia lidar muito bem com seus sentimentos botou um ponto final de uma maneira que na hora para ela soou como covardia e doeu demais, mas ele garantiu a ela que era melhor assim, e que num futuro próximo, quando ela amadurecesse, perceberia que era o certo e saberia absorver apenas as lembranças positivas de tudo isso, que ficaria no coração apenas uma "doce tristeza". Para quem se interessa, esse episódio se chama "In a lonely", é o 16º da 5ª temporada. E aí segue o dialogo de Joey e Professor Wilder, para que vocês tentem entender um pouquinho do que senti:


(Após botar friamente um ponto final no 'envolvimento' com Joey, Professor Wilder vai a exibição de um filme na faculdade de Dawson, e a encontra.)

Professor Wilder - Quero que me odeie!

Joey - Está funcionando. Qual é o melhor final na literatura? Não diga Ulisses, todos dizem.

Professor Wilder - É fácil. Educação Sentimental de Flaubert.

Joey - O que acontece nele?

Professor Wilder - Nada. Dois amigos lembrando sobre a melhor coisa...que nunca lhes aconteceu.

Joey - Como se lembra de algo que nunca aconteceu?

Professor Wilder - Com carinho. Flaubert dizia que expectativa era a forma mais pura do prazer. E a mais confortável. Enquanto as coisas que ocorrem nos decepcionam as coisas que não ocorrem nunca desaparecem. Sempre ficam em nossos corações como um tipo de doce tristeza.

Joey - Parece ...

Professor Wilder - Profundo?

Joey - Não: Covardia.

Professor Wilder - Nós , acadêmicos, não somos conhecidos por termos ...

Joey - Coragem.

Professor Wilder - Deus está me castigando.

Joey - Pelo quê?

Professor Wilder - Sei lá. Devo ter feito algo a uma moça quando eu tinha 18 anos. Não está tentando me fazer reconsiderar, não é?

Joey - Não. Não nos conhecemos muito bem, não é?

Professor Wilder - Não.

Joey - Tem uma imagem de mim que não é verdadeira.

Professor Wilder - Como uma heroína do século XIX?

Joey - Sim. Mesmo que não seja verdade prefiro que continue pensando que é.

Professor Wilder - Posso dar um jeito. Preciso voltar. Estamos bem?

Joey - Estamos.

Professor Wilder - Em cinco anos saberá tudo que sei e muito mais, me compreenderá, e parecerei o maior babaca que já conheceu ... Ou talvez eu já pareça.

Estive pensando sobre, até mesmo porque essa situação é muito familiar para mim, onde está o "você é responsável por aquilo que cativa" de Saint Exupery nos dias de hoje? Se é pra ser assim então que certas pessoas que se acham "superiores, emocionalmente falando" não queiram se envolver com pessoas "inferiores, emocionalmente falando". Na hora a gente diz que entende, que quer sim continuar tendo um bom relacionamento, finge estar feliz e acreditar que aquilo veio apenas para acrescentar na vida da gente, mas no fundo a gente quer gritar que não entende. Que está tudo errado. Que não consegue lidar com aquela dor... E tem coisas que eu não sei e nem espero um dia aprender a lidar. Falta de maturidade nos relacionamentos, mentiras e filha da putice, são algumas dessas coisas.

Envolver-se com alguém, deixar que essa pessoa compartilhe de sua vida, da sua casa, da sua família, que faça parte dela, pra mim é algo muito sério. E a imaturidade com que as pessoas tratam sentimentos alheios simplesmente não me é simples entender. A facilidade com que as pessoas descartam pessoas me corta pela frieza. E eu definitivamente não sou uma pessoa fria. Não trato pessoas como objetos, que servem somente de degraus para que possamos atingir nossos objetivos. Pessoas não são descartáveis. E o mínimo de maturidade e respeito quando se deixa de sentir algo é importante. Somos feitos de sentimentos e sentimentos são mutáveis, pessoas deixam de sentir, sentimentos se modificam, entendo tudo isso. Agora:
Filha da putice é falta de caráter e nada mais. É falta de vergonha na cara!

Eu já magoei muito algumas pessoas, por ser impulsiva, por ser estourada, por falar coisas sem pensar. Mas tenho a consciência tranqüila que em nenhum dos meus relacionamentos alguém pode dizer que me faltou caráter. Que me faltou sinceridade.
Acreditem sou PHD em filha da putice alheia, afinal são 22 anos em que me deparo com alguns dos tipos mais canalhas.
Mas eu?
Eu tenho minha cabeça tranqüila, eu deito no travesseiro e sei que posso ter errado muito, em diversos momentos, mas eu nunca perdi a índole que tenho.
Eu nunca magoei propositalmente, eu nunca usei ninguém, eu nunca fiz ninguém de estepe na minha vida enquanto procurava um pneu novo. Isso me alivia. Mas não serve pra compreender atitudes alheias. Não me ajuda a ver onde esta a naturalidade em usar pessoas, em se aproveitar de sentimentos.
Eu simplesmente não consigo achar natural que se perca o respeito, que falte dignidade e vergonha na cara para assumir olhando no olho do outro o porque de certas coisas.
Mesmo quando foram canalhas e filha da puta comigo, tentei manter o mínimo de civilidade, de respeito, não pela pessoa, e sim pelo que vivemos ou deixamos de viver, no fundo por respeito a mim, ao que eu acredito, pelo que penso eu ser a base de toda e qualquer relação humana.

Mas eu tenho meu limite, eu tenho o ponto que perco toda e qualquer educação, que eu deixo de respirar fundo com deboches, que eu desço do salto, pois eu fervo, e imaturidade alheia, principalmente em assumir que jogou merda no ventilador e que lhe faltou honestidade eu não aturo. Nesse dia, nesse momento, a outra pessoa simplesmente morre pra mim. E depois de morto eu simplesmente paro de sentir qualquer coisa, até mesmo civilidade.

- Afinal não há necessidade de ser civilizado com quem, pra mim, não existe.

Agora pra terminar, deixo um texto da azedíssima e sensacional Fernanda Young (toda mulher deveria cultivar um pouco de Fernanda Young dentro de sí):

"Envio esta carta porque nunca mais quero você na minha frente. E dessa vez falo sério. Nunca mais quero ouvir a sua voz, mesmo que seja se derramando em desculpas. Nunca mais quero ver a sua cara, nem que seja se debulhando em lágrimas arrependidas. Quero que você suma do meu contato, igual a um vírus ao qual já estou imune.
A verdade é que me enchi, de você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira. Eu, nessa constante agonia o tempo todo imaginando como você vai estar. E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo. Não sou lixo. Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame.
Fico pensando como chegamos a esse ponto. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser.
Assim, chega. Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis. Chega de climas, de choros, de silêncios abismais. Para quê, me diz? O que, afinal, eu ganho com isso? A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar? O tédio a dois - essa é a minha parte no negócio?
Sinceramente, abro mão. Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando. Mas antes faço questão de te dizer três coisas:
Primeira: você não é tão interessante quanto pensa. Não mesmo. Tive bem mais decepções do que surpresas durante o tempo em que estivemos juntos.
Segunda: não vou sentir falta do teu corpo. Já tive melhores, posso ter novamente, provavelmente terei. Possivelmente ainda esta semana.
Terceira: fiquei com um certo nojo de você. Não sei por quê, mas sua lembrança, hoje, me dá asco. Quando eu quiser dar uma emagrecida, vou voltar a pensar em você por uns dias.

Bom é isso. Espero que esta carta consiga levantar você do estado deplorável em que se encontra. Por remorso. E como já disse, e repito, para deixar o mais claro possível, nunca mais quero saber de você.
Se agora isso ainda me causa alguma tristeza, tudo bem. Não se expurga um câncer sem matar células inocentes...

Adeus, graças a Deus."


Aguardo a Fernanda que vive dentro de mim se manifestar.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Primeiro dia útil

Chegou a hora, cansei de verdade dessa história.

História escrita a lápis, lápis-borracha para tudo ser mais prático. Escrita de qualquer jeito, torta, em linhas invisíveis. Com um início de perder o fôlego, mas com um eterno três pontinhos num final que nem existe.
Os três pontinhos são o que me matam, ponto final seria a dureza clara e o fim da história:

- Três pontinhos são o que me matam!

Uma história de adultos, escrita por crianças.
Você sem saber viver de tantas vidas por aí, eu sem conseguir viver porque virei sua hospedeira.
Quis sugar sua vida perdida, e me perdi.
Quis ser um pouquinho de você, morar aí dentro, bombear e mandar nas suas veias.
Você é tão livre, tão acima do chão, mas como tudo isso podia se quebrar a qualquer momento, quebrou.
De nada adianta, estou eu aqui de novo, tão única e surpresa, engasgada até sentir falta de ar.
Engasgada de você ir embora, engasgada de você nem se importar. Engasgada de você sempre sorrir.
E eu nem sei se vale a pena explodir porque você é surdo e cego.

É obvio que não sou perfeita, mas tô cansada de ter meus defeitos enfatizados.
Nunca entendo exatamente, nunca chego lá, nunca sou verdadeiramente aceita pela exigência propositalmente inalcançavel.
Meu riso incomoda. Meu choro mais ainda. Minha ajuda é pouca. Meu carinho é pena. Meu dengo é cobrança. Minha saudade é prisão. Minha preocupação chatice.
Minha insegurança problema meu. Meu amor é demais. Minha agressividade insuportável. Meus elogios causam espanto. Minhas constatações boas matam o amor. As ruins matam o resto todo. Se não explico, pareço louca. Se explico, sou louca.

- Chega! Não quero me tornar a vilã aqui.

Quando dizem que namoro ou casamento ou qualquer relacionamento mais sério não pode dar certo, eu discordo. O que definitivamente não dá certo, ao menos para mim, é se apaixonar.
Agora, que graça tem fazer qualquer coisa da vida sem estar apaixonada?
Ô vidinha filha da puta.

Ainda bem que é segunda-feira. Dia oficial de começar coisas.
Começar um parágrafo novo. Acabar com todas as interrogações e colocar um ponto final.
Começar uma nova fase com o coração fechado pra balanço.

- Desculpe-nos o transtorno, mas a cidadã está em obras por tempo indeterminado. Esperamos que, em breve, ela possa retornar. Livre das regras que criou pra si mesma. Livre das pessoas descartáveis que ocupam seu tempo. Livre dessa mania de querer dar palpite no destino. E presa somente a uma ordem: seguir suas vontades e seu coração.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Amor e fé

Sim, esse é mais um post sobre amor. Não tá feliz? Muda de blog!
Tenho dó dessas pessoas que não sabem e temem falar de amor.
Quem não fala de amor não pinta o arco-íris nas palavras, não sustenta estrelas no olhar. Pessoas vazias desse sentimento são pessoas mortas por dentro. Frias. Insípidas. Pessoas tão sem cor. Sem brilho nos olhos, sem sorriso bobo, sem alegria permanente. Definham-se aos poucos, não vivem, apenas existem.
Penso que, para essas, a vida deve ser cinza. Amarga, intragável, intolerável, monótona, maçante.
Tenho pena dessa gente.

Já entendi que minha loucura é sensata.
Eu não vou pular da janela não, eu tenho medo de tomar sereno.
E, de novo, gosto de você. Por nada, por tudo. Pela paz que me dá ou pelo tormento que me provoca quando fica me questionando e jogando as verdades mais duras - porém verdadeiras - na cara. Ou quem sabe, e, mais provável, gosto de você pela sua alma, pelo sorriso, por ser tão oposto e idêntico a mim. Por várias coisas.

E o que é o amor então se não for sinônimo de fé? Reclamamos, reclamamos, mas no fundo acreditamos que amar pode dar certo.

Temos o pé no chão e a cabeça nas nuvens. Temos o coração em outras mãos que não são nossas.
Doce ilusão achar que sabemos a hora de chegar ou ir embora. Amamos por diversas razões que desconhecemos. Deixamos de amar por outras que sabemos menos ainda. Desconhecemos razões.

Amamos simplesmente porque queremos estar juntos.
Amamos porque gostamos do cheiro, do calor, do beijo.
Amamos porque gostamos de assistir tv de domingo de manhã deitados no colchão.
Amamos porque não temos nada em comum um com o outro.
Amamos porque dividimos o mesmo edredom.
Amamos porque gostamos das nossas escovas de dente na mesma pia.
Amamos porque gostamos do jeito dele deixar todas as coisas em seus devidos lugares.
Amamos porque gostamos um da letra do outro.
Amamos porque não sabemos amar.
Amar é acreditar.
Acreditar que pode dar certo.
Acreditar em um futuro juntos apesar de... Quais eram nossos problemas mesmo?

terça-feira, 5 de maio de 2009

O retorno de saturno



Não, esse não é apenas o nome da música dos detonautas que eu amo...

Acontece que, entre os 28 e 30 anos de idade, ocorre o primeiro retorno de Saturno na vida dos seres humanos, ou seja, o planeta em trânsito se posicionará no mesmo local em que ele estava no momento de seu nascimento e iniciará uma nova volta em torno do zodíaco.

Novamente, como em todo trânsito de Saturno, ocorre um doloroso rito de passagem, envolvendo responsabilidades, desta vez maiores do que nunca. A partir deste período, muitas coisas que antes eram parte de uma gama de opções se tornam definitivas. É o momento de determinar o que vai dar impulso aos próximos 28 anos e tudo o que é decidido tem sua repercussão e conseqüência.

É o primeiro contato com a sensação de que o tempo passa e que a velhice não tarda a chegar, por isso a intensificação das cobranças internas. Não é mais tempo para ilusões e sim para definições.
Nessa época, as pessoas que ainda não se definiram na vida passam a se sentir muito angustiadas, porque o fantasma do fracasso começa a ameaçar.

O ciclo dos 28 anos de Saturno é completado quando se pode tomar nas mãos com segurança as rédeas e o controle da própria existência. Desligar-se do passado para apenas conservar dele as bases mais sólidas sobre as quais deve ser projetado e construído o futuro.

Começa-se a perceber que as suas decisões terão influência na vida daqueles que amam.

Isso é tão interessante... Não, não estou nem perto do meu "retorno de Saturno" (Graças a Deus! Rs), mas saber o que ele representa me ajudou a entender algumas situações.
Achei bacana e queria compartilhar com vocês!

"Visão do espaço estamos tão distantes
se acelero os passos sigo a voz do meu coração.
Ontem eu fui dormir mais tarde um pouco.

E tudo vai indo bem...

Venço o cansaço e o medo do futuro.
No teu abraço é que encontro a cura do mal
Hoje eu acordei te quis por perto.

E você não sai do meu pensamento
E eu me questiono aqui se isso é normal.
Não precisa ser de novo assim tudo igual.

Entre o retorno de saturno e o seu,
Busco uma resposta que acalme o meu coração
Do amanhã não sei o que posso esperar.

E você não sai do meu pensamento
E eu me questiono aqui se isso é normal.
Você não sai do meu pensamento
E eu me pergunto aqui, se o natural

Vai dizer que o amor chegou no final?

Não precisa ser de novo assim tudo igual."

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Em dias de chuva

Escrevo sem começo, meio ou fim.
Porque tem dias que tudo que eu queria era uma razão. Umazinha, besta e sem sentido. Uma razão sem razão nenhuma para que eu ficasse. E eu colocaria essa razão em cima, e esmagando, todas as outras razões cheias de argumentos irrefutáveis pra que eu te esqueça.
E tem outros dias que tudo que eu queria é que você percebesse que todas as vezes que mandei se afastar, todas as vezes que mandei mandar que eu me afastasse, todas as vezes que eu tive raiva e falei alto coisas absurdas, todas essas vezes eram só pra ter certeza de um amor inexistente. Era só pra ver se vc se importava o suficiente pra lutar por mim, apesar de mim.
E tem outros dias, especialmente os de chuva, que tudo que eu queria era uma aparição surpresa só pra perguntar se eu estou bem e contar alguma nova, me falar das formas de relevo no planalto, ou outras coisas que finjo adorar ouvir, cantar uma música, contar uma piada.
Eu, acredito nisso e me distancio do meu celular e do meu e-mail de propósito, só pra espera não ser tão constante.
E hoje a noite, quando voltar, eu torço pra ter alguma coisinha, algum pedacinho teu procurando um pedacinho meu.

Ouvindo: James Morrison feat Nelly Furtado - Broken Strings

sábado, 2 de maio de 2009

O dom de amar


" E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... Também."
(Oswaldo Montenegro)


Sou tão imprópria, inadequada, boba, nunca basto e se tento, me excedo.
Por muitas vezes estraguei tudo, mas de algo não posso me queixar: Sou uma pessoa de muita sorte!
Tenho fé, Deus me ouve, e sinto isso a todo segundo.
Numa afirmação bastante bipolar posso dizer que vou de um extremo à outro muito rapidamente, e neste momento isso para mim é positivo.
Todas as dores e tristezas passadas recentemente se transformaram nas maiores responsáveis por uma imensa alegria.
E, pasmem, essa alegria veio de uma conquista que não foi minha, sou feliz simplesmente porque a partir daí compreendi o verdadeiro sentido de amar.
Amar é querer bem, é sentir junto.
Sabe aquela história de "na saúde e na doença, na alegria e na tristeza"? É bem por aí.
No amor não cabe razão, orgulho, não cabe a mágoa. Amor é amor e ponto. Incondicional. Maior que eu, que você, que nós.
Puro e tão real que quase pode ser tocado.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização. Amar é ter interesse real na vida do outro, é zelar pela sua felicidade, se preocupar quando as coisas não estão dando certo, e vibrar quando elas se acertam tanto quanto numa final de copa do mundo.
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda e mesmo assim escuta.
E posso te garantir, tão bom quanto se sentir é amado é saber amar, amar de verdade, sem esperar nada em troca.

Obrigada Deus por essa dádiva, e por apesar dos tropeços, não me deixar desistir.