quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sobre o medo

Sei que o que estava parado se mexeu.
O que não se sentia passou a sentir.

Preciso tanto de certezas e regras programadas que é difícil acreditar em qualquer coisa que não consigo visualizar e classificar. Não ando conseguindo ser nada na minha incerteza. É muito angustiante saber que não sei qualquer coisa sobre o que está acontecendo. O meu maldito controle está em tudo. Ao menos o meu controle sabe que estou sentindo algo que não tem nome. E não é novidade sentir o que eu desconheço. Sentir a mim mesma de uma maneira que nem se pode definir. E demorou pra cair a ficha que é meu nome que anda sem denominação nenhuma.

Sou eu, uma metade para você, esse mistério que me dói tanto.
Ainda alguém que custa em acreditar em algo que chamo de coisa, porém há uma esperança muito grande em qualquer coisa que possa me libertar. Tirar um peso de não sei onde.

Acho que sinto tanta raiva.
Acho que não ando suportanto qualquer complexidade em mim mesma, em nós.
Raiva de quem me inventou.
Raiva por não saber se alguma coisa precisou ser inventada por alguém.

Sinto minha cabeça tão limitada.
Me sinto tão pequena para grandes procuras.
O mais desesperador é se desesperar sem entender como e porquê.

É uma loucura tão grande que me faz sentir degosto, enjoo.
- O meu pessimismo adora tudo isso!
Me sinto cansada sem o direito de estar cansada. Com o único direito de estar perdida.

Estou perdida.
Ando levando minhas sensações. Que me provam que tantos sentimentos angustiantes vem de algum lugar. De um lugar que é só meu. De um lugar que está perdido em mim.
E o mais ignorante é nunca ter pensando sobre isso antes.
Talvez fosse até uma ignorância necessária, porque se pensasse de fato nem estaria aqui. Tremendo na base e fazendo meus dias como posso. Pensando que não sirvo para o que escolhi, me conhecendo como não queria, não aceitando algumas limitações.
Não é fácil.
E o pior é oscilar tanto dentro de mim e não conseguir dizer se estou gostando ou não. Se é isso mesmo ou não.
Não sei.
Ando até com falta de jeito no que dizer, no que ser e ainda mais no que fazer. Não sei o que fazer, só sei que de um jeito ou de outro estou fazendo. Com toda uma falta de jeito que nem imaginava que poderia ter. Nem imaginava que poderia ter tanto medo de alguma coisa.
Mas hoje eu vou encarar você.

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