Viver numa cidade pequena é duro depois que você já viveu muito numa cidade pequena, e as coisas se tornaram classificáveis. É preciso não ser nem muito cínico e nem muito observador para se divertir. Missão complicada.
Você percebe que não suporta mais um lugar quando usa todo seu tempo livre nele para dormir.
Quando me ví nessa situação resolvi que tinha chegado a minha hora.
Durante um tempo desejei fazer parte do lugar, afinal, eu me considerava um deles. Não sou nenhuma beldade, nem rica, sofro igual a um cão por coisa nenhuma ou por todas as coisas, não tenho saco de me vestir muito bem e, ora bolas, escrevo.
Eu sempre soube bem o que queria, sempre. E quando se sabe onde quer chegar você realmente chega, não se perde pelo caminho.
A velocidade de tudo foi só o que me amedrontou, mas o tempo do Pai Celeste é bem diferente do nosso e as coisas sempre acontecem no tempo Dele.
Hoje vejo como cada pecinha se encaixa, cada situação foi um degrauzinho que me trouxe até aqui. E aqui estou.
Então começam a imaginar o mundo maravilhoso dos grandes salários. Salões de beleza funcionando às quatro da manhã, só pro povo da vida desregrada. Cinemas, teatros, parques, livrarias, cafés, cursos, aulas, lojas de sapatos, bolsas e vestidos. Sei que tem uma ou outra livraria, sei que tem vários supermercados e academias. Mas não falo de um mundo de lojas de conveniência ou socorro. Não é dentista, veterinário e ambulância. É vida mesmo. Diversão. É a vida que gira em torno de mim e só. Que não permite a mim, e graças a Deus, nem ao proximo, tempo para cuidar de outras vidas. Sei que é impossível fazer tudo sem trânsito e sem celular tocando, que é cansativo marcar reunião enquanto os outros dormem e dormir enquanto o mundo tenta virar a mesma esquina e não se matar. Mas não deixa de ser vida, e boa vida! Será vida enquanto exister amor, coragem e boa vontade. Será vida enquanto você fizer parte das minhas recompensas.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
A vontade de errar
Nos somos o casal perfeito em fotos com o sorriso cada vez mais amarelado. O que isso quer dizer? Será que você ainda vai me amar amanhã de manhã? E em todas as manhãs? Será?
Desculpe o medo e a dúvida, mas todo ser humano teme o novo. Nada que não tenhamos sentido antes, ou escrito, mas mais uma vez, o que pontua minha vida em momentos e me joga para a frente pra cair de cara (ou não) é a vontade. Seja para chorar o inferno próximo, seja para me sufocar de você querendo todos os meus ângulos, ou quem sabe seja para ser feliz: Estou chegando. Cheia energia, presa num interesse congelado que grudei nos seus olhos, e ainda me pergunto: Minha clareza não te cegou?
Minha energia em potencial, louca para cair de um longo prédio de andares divertidos e morrer tristemente no vazio de um fim certo para um sonho improvável, está zerada na espera de um estalar de dedos. Pois basta que estale os dedos e olhe para o chão e eu estarei ali, arrastada em possibilidades e forte em atração para subir até o andar para o qual você me der asas. Sei, como sempre soube desde que tomei noção do crescimento da nossa existência dentro da minha história, que vou me estabacar em pedaços mais uma vez. Mas sei que os juntarei novamente, nos jurando preservação. E, assim que estiver inteira, estarei novamente cheia de vontade de sair dando encontrões com você e esse mundo todo novo que me espera. Este mundo que insiste em inventar leis, regras, juramentos e instituições, que insiste em perder para seres apaixonados que juram, até para Deus, que nada pode ser mais sagrado do que a fidelidade aos hormônios.
Clichês me embrulham o estômago, mas resumindo: Que seja eterno enquando dure, né?!
Aqui estou, aberta até onde se pode rasgar, exposta até onde se pode vender e insinuando até onde se pode explicitar. Sei que não faço isso por nós, faço por mim, pela minha necessidade de crescer. Mas você foi meu ponto de partida, minha inspiração. Por hora lhe agradeço.
Agradeço o sorriso estúpido que por mais banal que seja me faz sentir negritada em meio a tantas. Agradeço a vontade de errar, pois sem ela minha vida não parece certa.
Desculpe o medo e a dúvida, mas todo ser humano teme o novo. Nada que não tenhamos sentido antes, ou escrito, mas mais uma vez, o que pontua minha vida em momentos e me joga para a frente pra cair de cara (ou não) é a vontade. Seja para chorar o inferno próximo, seja para me sufocar de você querendo todos os meus ângulos, ou quem sabe seja para ser feliz: Estou chegando. Cheia energia, presa num interesse congelado que grudei nos seus olhos, e ainda me pergunto: Minha clareza não te cegou?
Minha energia em potencial, louca para cair de um longo prédio de andares divertidos e morrer tristemente no vazio de um fim certo para um sonho improvável, está zerada na espera de um estalar de dedos. Pois basta que estale os dedos e olhe para o chão e eu estarei ali, arrastada em possibilidades e forte em atração para subir até o andar para o qual você me der asas. Sei, como sempre soube desde que tomei noção do crescimento da nossa existência dentro da minha história, que vou me estabacar em pedaços mais uma vez. Mas sei que os juntarei novamente, nos jurando preservação. E, assim que estiver inteira, estarei novamente cheia de vontade de sair dando encontrões com você e esse mundo todo novo que me espera. Este mundo que insiste em inventar leis, regras, juramentos e instituições, que insiste em perder para seres apaixonados que juram, até para Deus, que nada pode ser mais sagrado do que a fidelidade aos hormônios.
Clichês me embrulham o estômago, mas resumindo: Que seja eterno enquando dure, né?!
Aqui estou, aberta até onde se pode rasgar, exposta até onde se pode vender e insinuando até onde se pode explicitar. Sei que não faço isso por nós, faço por mim, pela minha necessidade de crescer. Mas você foi meu ponto de partida, minha inspiração. Por hora lhe agradeço.
Agradeço o sorriso estúpido que por mais banal que seja me faz sentir negritada em meio a tantas. Agradeço a vontade de errar, pois sem ela minha vida não parece certa.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Vou alí ser feliz
Entregar o trabalho até certo dia. Missão cumprida.
Apresentar o trabalho para meia duzia de pessoas que te amam incondicionalmente, mas também pros que te desestabilizaram emocionalmente durante o período de prazos, e conseguir atingir sua meta: É bom demais.
Agora me dá licença que vou alí ser feliz e já volto, enquanto vocês quebram a cabeça e perdem tempo questionando minhas fraquesas. Sim, essas fraquesas que eu não tenho vergonha nenhuma de expor.
Lilly Allen fala por mim e eu vou cantarolando, risonha e límpida: "Fuck you, fuck you very very muuuuch!"
Tá quente, tá abafado. Minha mala tá prontinha e eu tenho mais o que fazer.
É tanta saudade pra matar!
Desejo do fundo do coração que todo mundo sinta isso um dia, até os que não merecem. Aliás, aos que "não merecem" desejo tanta coisa...
Posso começar desejando que encontrem um parceiro com melhor desempenho na cama.
Desejo também que adotem um gatinho, eles são tão fofos e tem sete vidas pra que cuidem e parem de se preocupar com a minha. Eu agradeço a preocupação, claro, mas tô MUITO BEM. OBRIGADA!
Administrando falhas, sempre em frente e cuidando só de mim. Eu vou. E você?
Ai ai, que preguiça boa... Preguiça de gente miúda, de pensamento limitado.
Ai ai, que paz!
Já já, quando o sol nascer, vou sentir na pele o primeiro dia do resto da minha vida. Vou de peito aberto, pois Deus me escolheu e me deu esse dom, o dom de ser FELIZ!
Apresentar o trabalho para meia duzia de pessoas que te amam incondicionalmente, mas também pros que te desestabilizaram emocionalmente durante o período de prazos, e conseguir atingir sua meta: É bom demais.
Agora me dá licença que vou alí ser feliz e já volto, enquanto vocês quebram a cabeça e perdem tempo questionando minhas fraquesas. Sim, essas fraquesas que eu não tenho vergonha nenhuma de expor.
Lilly Allen fala por mim e eu vou cantarolando, risonha e límpida: "Fuck you, fuck you very very muuuuch!"
Tá quente, tá abafado. Minha mala tá prontinha e eu tenho mais o que fazer.
É tanta saudade pra matar!
Desejo do fundo do coração que todo mundo sinta isso um dia, até os que não merecem. Aliás, aos que "não merecem" desejo tanta coisa...
Posso começar desejando que encontrem um parceiro com melhor desempenho na cama.
Desejo também que adotem um gatinho, eles são tão fofos e tem sete vidas pra que cuidem e parem de se preocupar com a minha. Eu agradeço a preocupação, claro, mas tô MUITO BEM. OBRIGADA!
Administrando falhas, sempre em frente e cuidando só de mim. Eu vou. E você?
Ai ai, que preguiça boa... Preguiça de gente miúda, de pensamento limitado.
Ai ai, que paz!
Já já, quando o sol nascer, vou sentir na pele o primeiro dia do resto da minha vida. Vou de peito aberto, pois Deus me escolheu e me deu esse dom, o dom de ser FELIZ!
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Sobre paixões e medos
"Desejo passar o resto da minha vida com você.
Não, uma vida com você nunca será resto."
(Fabrício Carpinejar)
Aconteceu e pronto. O que não é planejado emociona bem mais do que confirmar expectativas.
E não dá pra ser discreto, pois como dizia Martha Medeiros "toda pessoa apaixonada é um publicitário em potencial": anuncia seu amor como se vivê-lo em segredo diminuísse sua intensidade. Começamos na escola quando escrevemos o nome do amado em letras gritantes no caderno cheio de corações com caneta vermelha. Logo em seguida estará pixado nas paredes "Fulana + Fulano" e por aí vai...
Conforme vamos crescendo a veia publicitária tende a se tornar mais discreta, o amor não é mais anunciado em muros ou bancos de praça, mas fica estampado em nossa cara, nos olhos que brilham ao pronunciar seu nome, nas fotos ao melhor estilo "boba-alegre", ao imitar o jeito engraçado como ele faz isso e aquilo, ou ao relatar a forma doce como ele fala quando está cansado. A paixão está clara no sorriso constante, no bom humor inabalável.
Sempre vem alguém que pergunta se não temos medo, medo de não dar certo, mas eu não acredito nisso de "não dar certo"... Sempre deu certo! (Enquanto durou, mas deu certo).
Olhe para suas relações passadas sempre com muito carinho, você deve a elas o seu nivel de maturidade emocional, mesmo que baixo.
Também não tenho medo de querer mais e mais até enlouquecer, medo tenho é de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Quem tem medo dessas coisas na verdade tem medo é de já estar apaixonado.
Permita-se. O que importa no final é ter pra quem mostrar que o sol está lá, e brilha, muito.
Eu me permito. Quero ouvir John Mayer em noite chuvosa, tendo de um lado um livrinho na cabeceira da cama e do outro o homem que amo.
-Que a gente brigue por ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, mas que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor.
Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre.
Minimizando os defeitos, enfatizando as qualidades.
E foda-se se uma menina boba e invejosa me olhar e pensar que minha felicidade é efêmera, tenho pena desses corações solitários que ainda não encontraram o verdadeiro amor ou tem medo de se apaixonar.
domingo, 18 de outubro de 2009
Consideração não se pede
É entre a curiosidade da minha tristeza e a vontade de ligar para alguém esquecido, um misto de arrogância primitiva com medo de começar a chorar e não parar nunca mais: Foi quase isso que senti ao ver aquela imagem.
Não sei exatamente porque quando trata-se de falta de consideração a coisa bate forte aqui dentro mesmo.
Enquanto rodeado, como um sultão sem coração, ele expressa uma felicidade irreal, os (as) que o rodeiam expressam um orgulho incompreensivel, e eu? Como espectadora só consigo expressar o meu nojo. E então eu sinto, e é assim mesmo porque lembro de repente que posso me sentir assim. É como se uma onda rasteirinha, pequenininha e quente, quase "não onda" me passasse uma rasteira só porque eu prefiro cair do que ficar em pé olhando a deformidade de alguém que me esmaga porque não pode nada contra mim.
Ele que jamais conseguiu fazer o jogo que gostaria, simula alegrias e continua acariciando alguma vagabunda, que abobada se deslumbra e comemora como se isso fosse algo pelo menos parecido com uma vitória. Rá, rá, rá.
Sem risinho eu mantive o pedido, fazendo dele algo mesmo. Um murro, você escolhe o lugar.
É isso mesmo?
Então espero do fundo da minha alma que você possa continuar ouvindo isso sem jamais me saciar.
Eu queria mesmo era um murro. Não o dado porque se ama, mas sim dado com a secura e a realidade de não significar nada. Pra ver se mata ou acorda isso que, também em nome da realidade e da secura, não vou significar. Isso que eu queria, um murro pra doer onde se fala tanto de uma dor que não se sabe ao certo onde bate. Um murro na boca.
Isso que precisa do limite da força pra suportar caber em alguma aresta que sou eu mesma. Isso de doer pra ser bom. Um murro pra ter o que cuspir, o que costurar, o que esperar. Pra ver a ferida e não ser a ferida. Pra cuidar de uma ferida que pode se ver e esperar. Pra poder ficar quieta. É isso. Um murro na boca.
Bem dado. Para ficar quieta. É isso.
Eu sou uma pessoa que não aguenta mais conviver com a falta de carater, bom-senso e consideração. A ausência dessas coisas são murros terríveis, impossíveis de perdoar.
E consideração meu bem, não se cobra, não se pede.
-Cala a boca!
Meu mundo não é esse, meu mundo não é superficial assim, meus valores vão além da felicidade que só existe no sorriso pra foto. A Antena 1 toca Eric Clapton e juntos brindamos a paz de espírito, num mundo meu de felicidade real, que não se conquista em cima da tristeza alheia. Mundo esse que todos deveriam habitar, assim não correriam mais o risco de levar um murro.
Enquanto rodeado, como um sultão sem coração, ele expressa uma felicidade irreal, os (as) que o rodeiam expressam um orgulho incompreensivel, e eu? Como espectadora só consigo expressar o meu nojo. E então eu sinto, e é assim mesmo porque lembro de repente que posso me sentir assim. É como se uma onda rasteirinha, pequenininha e quente, quase "não onda" me passasse uma rasteira só porque eu prefiro cair do que ficar em pé olhando a deformidade de alguém que me esmaga porque não pode nada contra mim.
Ele que jamais conseguiu fazer o jogo que gostaria, simula alegrias e continua acariciando alguma vagabunda, que abobada se deslumbra e comemora como se isso fosse algo pelo menos parecido com uma vitória. Rá, rá, rá.
Sem risinho eu mantive o pedido, fazendo dele algo mesmo. Um murro, você escolhe o lugar.
É isso mesmo?
Então espero do fundo da minha alma que você possa continuar ouvindo isso sem jamais me saciar.
Eu queria mesmo era um murro. Não o dado porque se ama, mas sim dado com a secura e a realidade de não significar nada. Pra ver se mata ou acorda isso que, também em nome da realidade e da secura, não vou significar. Isso que eu queria, um murro pra doer onde se fala tanto de uma dor que não se sabe ao certo onde bate. Um murro na boca.
Isso que precisa do limite da força pra suportar caber em alguma aresta que sou eu mesma. Isso de doer pra ser bom. Um murro pra ter o que cuspir, o que costurar, o que esperar. Pra ver a ferida e não ser a ferida. Pra cuidar de uma ferida que pode se ver e esperar. Pra poder ficar quieta. É isso. Um murro na boca.
Bem dado. Para ficar quieta. É isso.
Eu sou uma pessoa que não aguenta mais conviver com a falta de carater, bom-senso e consideração. A ausência dessas coisas são murros terríveis, impossíveis de perdoar.
E consideração meu bem, não se cobra, não se pede.
-Cala a boca!
Meu mundo não é esse, meu mundo não é superficial assim, meus valores vão além da felicidade que só existe no sorriso pra foto. A Antena 1 toca Eric Clapton e juntos brindamos a paz de espírito, num mundo meu de felicidade real, que não se conquista em cima da tristeza alheia. Mundo esse que todos deveriam habitar, assim não correriam mais o risco de levar um murro.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Bem vinda, nova etapa
Festa de aniversário há alguns anos era coisa de criança, poderia ser incrível ou um fiasco, a depender da programação dos meus pais, do tempo, das brincadeiras propostas, dos velhos amigos ou dos novo, dos presentes que eu ganhava. Hoje nem minha festa de aniversário nem minha vida dependem mais de pai e mãe e muito menos do tempo lá fora. Eu já pago minhas contas e minha saliva engrossou justamente porque eu não como mais só o que é molhado e mastigado pelos cuidados de quem cuida. O mundo seco me martela e incendeia o tempo todo, haja liquido próprio pra continuar viva.
Foi assim que hoje cheguei aos 23 anos de vida. Vivendo a vida que pedi a Deus, porque mereci vive-la. Comemorando com os braços muito esticados para o alto. Seguida por caretas, dedos apontados e pelos sons de risos descontrolados, palmas e uivos de todo mundo.
São essas as lembranças de me sentir envelhecendo.
Como uma criança que comemora sozinha. Como uma louca que não aguenta isso tudo que é tão bom e terrível e não disfarça mandando bilhete anônimo e nem se escondendo em grupos de risos e chacotas. Vivo de uma forma limpa, para que o mundo possa me amar tanto quanto amo meu mundo.
Parece ter funcionado, pois nunca me senti tão querida. Eis o segredo de ter amor-próprio.
Certamente vocês já ouviram falar que antes de conquistar o amor de alguém você precisa se amar, né?! Tá ai... Sou prova viva disso.
Modéstia as favas, eu tô feliz pra caramba.
Obrigada a todos por fazerem de mim a pessoa mais feliz do mundo.
Minha alegria está nas coisas mais simples: no bom dia da menina da portaria, na flor que recebo do jardineiro, no carinho dos telespectadores, na paciência de todos os meus amigos, na saúde dos meus familiares, no soninho do meu gato, na chuva do domingo a tardezinha, na pizza de brócolis e tomate seco, nos replies do twitter, no sms de madrugada...
Minha alegria está em ter comprovado que pra ser uma pessoa realizada é preciso se sentir uma pessoa realizada, está em saber que tudo é possivel desde que se tenha fé.
Que Deus me dê forças para seguir assim, confiante.
Esse é meu maior presente.
Bem vinda, nova etapa!
Foi assim que hoje cheguei aos 23 anos de vida. Vivendo a vida que pedi a Deus, porque mereci vive-la. Comemorando com os braços muito esticados para o alto. Seguida por caretas, dedos apontados e pelos sons de risos descontrolados, palmas e uivos de todo mundo.
São essas as lembranças de me sentir envelhecendo.
Como uma criança que comemora sozinha. Como uma louca que não aguenta isso tudo que é tão bom e terrível e não disfarça mandando bilhete anônimo e nem se escondendo em grupos de risos e chacotas. Vivo de uma forma limpa, para que o mundo possa me amar tanto quanto amo meu mundo.
Parece ter funcionado, pois nunca me senti tão querida. Eis o segredo de ter amor-próprio.
Certamente vocês já ouviram falar que antes de conquistar o amor de alguém você precisa se amar, né?! Tá ai... Sou prova viva disso.
Modéstia as favas, eu tô feliz pra caramba.
Obrigada a todos por fazerem de mim a pessoa mais feliz do mundo.
Minha alegria está nas coisas mais simples: no bom dia da menina da portaria, na flor que recebo do jardineiro, no carinho dos telespectadores, na paciência de todos os meus amigos, na saúde dos meus familiares, no soninho do meu gato, na chuva do domingo a tardezinha, na pizza de brócolis e tomate seco, nos replies do twitter, no sms de madrugada...
Minha alegria está em ter comprovado que pra ser uma pessoa realizada é preciso se sentir uma pessoa realizada, está em saber que tudo é possivel desde que se tenha fé.
Que Deus me dê forças para seguir assim, confiante.
Esse é meu maior presente.
Bem vinda, nova etapa!
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Metade do sonho de alguém
Hoje vou ser justa e expor os fatos de um outro ponto de vista. Sempre relatei meu lado, o quanto fui apaixonada, o que passei, mas acho que vale a pena lembrar que existiu um outro lado, e que este lado também tinha sentimentos.
O pior erro que um ser humano pode cometer dentro de uma relação é se apaixonar antes de conhecer bem a outra pessoa. A paixão nos cega, e começar a idealizar alguém é o primeiro passo para um relacionamento não vingar.
Eu nunca poderia ser tão linda quanto achavam que eu era. Tão legal quanto achavam que eu era. Tão desapegada e sem ciúme quanto ele gostaria que eu fosse. Os homens tem esse péssimo defeito e no começo enxergam em nós, mulheres, a perfeição. Depois de alguns meses, somos obrigadas a corresponder às expectativas que eles criaram por conta própria.
Eu nunca consegui ser tão animada quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão inteligênte quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão desinibida quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ter a vida tão saudável quanto pensavam que eu tinha. Nunca consegui ser tão independente quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão bem resolvida quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegue ser tão discreta quanto ele pensou que eu poderia ser.
Eu assumo, talvez a culpa seja minha, por passar uma imagem errada de mim mesma.
Não me viro tão bem sozinha quanto digo que me viro, não gosto tanto assim da minha própria companhia quanto eu digo por aí. Sou chata mesmo e tem hora que nem eu me aguento.
Tantas vezes se apaixonaram por mim, mas olha pra mim? Continuo solteira!
E se for pra ser assim, prefiro que não se apaixonem por mim. Não quero ser pra sempre metade do sonho de alguém.
Não tenho mais idade pra namoros adolescentes ou pra me interessar por viver uma ilusão. Todos que se apaixonaram por mim me fizeram sofrer no final. Queriam que eu fosse alguém que eu não sou pra eu corresponder a uma expectativa que não fui eu que criei. Por isso já vou dizendo logo de cara quem eu sou.
Ninguém tem segredo nenhum a respeito de mim mas eu tenho tantos que acabei com tendinite de tanto por pra fora. Meu calo de vômito é no punho. Vomitar pelos dedos. O único jeito de não ter tanta vergonha de ser como sou, ainda que me perguntem “você não tem vergonha de escrever essas coisas?”. Vergonha eu teria de alimentar em alguém um sentimento que não vai vingar. Vergonha eu teria de fazer alguém sofrer. Eu teria muita vergonha de ser fria, sem coração.
Eu não pareço aquela moça da capa da revista, não tenho vocação nem corpo suficiente para ser assistente de palco e rebolar de fio dental. Físicamente é isso, sou preguiçosa pra malhar então não adianta esperar de mim a perfeição nesse sentido. Psicologicamente, posso dizer que não vou mudar meus conceitos de certo e errado - minhas verdades mudam com o tempo, meus valores não. Eu nunca vou deixar solto quem eu amo, o máximo que posso fazer é garantir que tenho aprendido com meus erros e prometer que vou continuar vivendo assim, diariamente buscando meu equilibrio.
Ele pode dizer que se arrepende, e eu o compreendo. Se houve algo verdadeiramente recíproco em tudo isso foi o fato de esperararmos mais do outro. Pode falar o que for, o que alguém acha de mim não vai determinar quem eu sou. Não vou discordar quando disserem por aí que eu não valho a pena, pois eu valho a pena e muito. Basta tentarem me amar ao invés de apenas se iludirem se apaixonando por mim.
O pior erro que um ser humano pode cometer dentro de uma relação é se apaixonar antes de conhecer bem a outra pessoa. A paixão nos cega, e começar a idealizar alguém é o primeiro passo para um relacionamento não vingar.
Eu nunca poderia ser tão linda quanto achavam que eu era. Tão legal quanto achavam que eu era. Tão desapegada e sem ciúme quanto ele gostaria que eu fosse. Os homens tem esse péssimo defeito e no começo enxergam em nós, mulheres, a perfeição. Depois de alguns meses, somos obrigadas a corresponder às expectativas que eles criaram por conta própria.
Eu nunca consegui ser tão animada quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão inteligênte quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão desinibida quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ter a vida tão saudável quanto pensavam que eu tinha. Nunca consegui ser tão independente quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão bem resolvida quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegue ser tão discreta quanto ele pensou que eu poderia ser.
Eu assumo, talvez a culpa seja minha, por passar uma imagem errada de mim mesma.
Não me viro tão bem sozinha quanto digo que me viro, não gosto tanto assim da minha própria companhia quanto eu digo por aí. Sou chata mesmo e tem hora que nem eu me aguento.
Tantas vezes se apaixonaram por mim, mas olha pra mim? Continuo solteira!
E se for pra ser assim, prefiro que não se apaixonem por mim. Não quero ser pra sempre metade do sonho de alguém.
Não tenho mais idade pra namoros adolescentes ou pra me interessar por viver uma ilusão. Todos que se apaixonaram por mim me fizeram sofrer no final. Queriam que eu fosse alguém que eu não sou pra eu corresponder a uma expectativa que não fui eu que criei. Por isso já vou dizendo logo de cara quem eu sou.
Ninguém tem segredo nenhum a respeito de mim mas eu tenho tantos que acabei com tendinite de tanto por pra fora. Meu calo de vômito é no punho. Vomitar pelos dedos. O único jeito de não ter tanta vergonha de ser como sou, ainda que me perguntem “você não tem vergonha de escrever essas coisas?”. Vergonha eu teria de alimentar em alguém um sentimento que não vai vingar. Vergonha eu teria de fazer alguém sofrer. Eu teria muita vergonha de ser fria, sem coração.
Eu não pareço aquela moça da capa da revista, não tenho vocação nem corpo suficiente para ser assistente de palco e rebolar de fio dental. Físicamente é isso, sou preguiçosa pra malhar então não adianta esperar de mim a perfeição nesse sentido. Psicologicamente, posso dizer que não vou mudar meus conceitos de certo e errado - minhas verdades mudam com o tempo, meus valores não. Eu nunca vou deixar solto quem eu amo, o máximo que posso fazer é garantir que tenho aprendido com meus erros e prometer que vou continuar vivendo assim, diariamente buscando meu equilibrio.
Ele pode dizer que se arrepende, e eu o compreendo. Se houve algo verdadeiramente recíproco em tudo isso foi o fato de esperararmos mais do outro. Pode falar o que for, o que alguém acha de mim não vai determinar quem eu sou. Não vou discordar quando disserem por aí que eu não valho a pena, pois eu valho a pena e muito. Basta tentarem me amar ao invés de apenas se iludirem se apaixonando por mim.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Quero muito mais
De volta a senzalinha fria. Muita chuva em Jaú e eu ainda estou esperando minha alma voltar pra cá. Como um espírito que não desencarna ela ficou lá, e é assim todas as vezes que volto de São Paulo.
Pra onde foi a minha inspiração? Cadê?
Uma preguiça de acordar. Uma preguiça de tomar banho, escolher uma roupa, escolher entre bolo de chocolate e suco de laranja. Tudo parece ter o mesmo gosto falso de paliativos. De forte somente a preguiça de contar tantas preguiças. As pessoas parecem tão chatas e tão iguais.
Cadê o gosto intenso de fugir do mundo com um segredo fatal? Não existem segredos fatais: todo mundo come todo mundo por caça e infelicidade. São animais tristes e não seres loucos e apaixonados. Eu me enganei tanto com o ser humano que ando com preguiça de me entregar.
Ninguém tem coragem pra mudar nada, ou apenas é inteligente para saber que a rotina chega de um jeito ou de outro, não adianta se mover.
Pra quem faço falta e aonde me encaixo? Aonde sou útil e pra quem sou essencial? Pra onde vou e aonde descanso? Pra quem e por quem vivo?
Não posso dizer que não sou feliz aqui, é claro que sou. Tenho muita sorte de estar onde estou. Mas é lá que percebo que a linha que separa o real do sonho é muito fácil de ser ultrapassada.
É lá que realizei e continuo realizando meus sonhos.
Freud mexeu três vezes no túmulo com a vontade de me dizer que devo viver por mim.
Dane-se a psicanálise: é muito mais gostoso ter outros encantamentos, além do umbigo.
-Não que esses encantamentos não sejam para agradar meu umbigo.
A esperança desesperada por amor e reconhecimento profissional deixou escapar a cansada esperança que se assustou de desespero pela mesmice que encontro diariamente nesta cidade. Perdi meu deslumbramento, a válvula propulsora da vida que tive até aqui.
Agora eu quero é mais!
Chega da miséria do sonho. Chega de idealizar uma vida com um fone no ouvido. Eu quero tocar, eu quero cair das nuvenzinhas acima da minha cabeça. Quem não sonha não sabe aonde quer chegar. Então tá, eu passei a vida toda sonhando, agora preciso chegar.
O sonho guia, leva longe. Mas de frustrado ele te faz retroceder alguns anos, te transforma em criança assustada. Já a realidade ensina, palavra de quem já chegou lá: Arrisque, é na raça que se aprende a viver.
Estou deslumbrada com a vida que encontrei lá, a vida que te devolve à infância quando o mundo adulto atropela e fere. Lá na infância você se enche de sonhos e volta preparada para o mundo adulto, que se ocupa a frustrá-los todos novamente.
Vou parar esse texto por aqui, pois acabo de descobrir por uma amiga que meu último relacionamento virou assunto de fila de casa lotérica. Mais um motivo para eu não aguentar mais essa cidade de gente de vida tão vazia, que se ocupa vivendo a vida alheia.
Pra onde foi a minha inspiração? Cadê?
Uma preguiça de acordar. Uma preguiça de tomar banho, escolher uma roupa, escolher entre bolo de chocolate e suco de laranja. Tudo parece ter o mesmo gosto falso de paliativos. De forte somente a preguiça de contar tantas preguiças. As pessoas parecem tão chatas e tão iguais.
Cadê o gosto intenso de fugir do mundo com um segredo fatal? Não existem segredos fatais: todo mundo come todo mundo por caça e infelicidade. São animais tristes e não seres loucos e apaixonados. Eu me enganei tanto com o ser humano que ando com preguiça de me entregar.
Ninguém tem coragem pra mudar nada, ou apenas é inteligente para saber que a rotina chega de um jeito ou de outro, não adianta se mover.
Pra quem faço falta e aonde me encaixo? Aonde sou útil e pra quem sou essencial? Pra onde vou e aonde descanso? Pra quem e por quem vivo?
Não posso dizer que não sou feliz aqui, é claro que sou. Tenho muita sorte de estar onde estou. Mas é lá que percebo que a linha que separa o real do sonho é muito fácil de ser ultrapassada.
É lá que realizei e continuo realizando meus sonhos.
Freud mexeu três vezes no túmulo com a vontade de me dizer que devo viver por mim.
Dane-se a psicanálise: é muito mais gostoso ter outros encantamentos, além do umbigo.
-Não que esses encantamentos não sejam para agradar meu umbigo.
A esperança desesperada por amor e reconhecimento profissional deixou escapar a cansada esperança que se assustou de desespero pela mesmice que encontro diariamente nesta cidade. Perdi meu deslumbramento, a válvula propulsora da vida que tive até aqui.
Agora eu quero é mais!
Chega da miséria do sonho. Chega de idealizar uma vida com um fone no ouvido. Eu quero tocar, eu quero cair das nuvenzinhas acima da minha cabeça. Quem não sonha não sabe aonde quer chegar. Então tá, eu passei a vida toda sonhando, agora preciso chegar.
O sonho guia, leva longe. Mas de frustrado ele te faz retroceder alguns anos, te transforma em criança assustada. Já a realidade ensina, palavra de quem já chegou lá: Arrisque, é na raça que se aprende a viver.
Estou deslumbrada com a vida que encontrei lá, a vida que te devolve à infância quando o mundo adulto atropela e fere. Lá na infância você se enche de sonhos e volta preparada para o mundo adulto, que se ocupa a frustrá-los todos novamente.
Vou parar esse texto por aqui, pois acabo de descobrir por uma amiga que meu último relacionamento virou assunto de fila de casa lotérica. Mais um motivo para eu não aguentar mais essa cidade de gente de vida tão vazia, que se ocupa vivendo a vida alheia.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Minha vida
Qual meu problema? O problema é que esse mundinho aqui ficou pequeno pra mim, sim, este mundinho... Esta cidadezinha de gente miúda, de pessoas iguais, com pensamentos cômodos. Quanto mais eu saio aqui, mais percebo que não nasci pra isso. Por isso junto todos os que ainda me acrescentam e prefiro uma mesinha aconchegante do bar mais vazio, ou mesmo o fundo do meu quintal, com boas risadas e ninguém para reclamar do nosso barulho:
-Isso me parece um pedaço agradável de uma agenda encantada, dias felizes, nada demais.
Meu emprego na televisão e no jornal que me permitem mandar em boa parte do meu tempo sem ser, por isso, uma louca duranga, a reta final na faculdade, o costume de escrever até tarde ouvindo antena 1, os mocinhos que aparecem com intervalos de dez ou vinte dias e me abastecem de um gostar possível e descartável, e até mesmo rir de um ou outro ser humano, são coisas que ainda não me soam como banais e aprendi mesmo a chama-las de minha vida.
Agora serão dias achando tudo idiota e até mesmo medíocre. Ainda que sentir de verdade pareça uma outra vida, às vezes cansa viver dentro das coisas que invento. Com você, mesmo eu inventando tudo também, dá pra ter essa sensação de desordem, atropelamento, vida dizendo e não minha cabeça falastrona. Mesmo sendo ofensivo pra minha existência que pessoas como você existam. Mesmo que sua tristeza, preguiça e desistência mostrem pra minha frescura de sentidos como tudo pode ser amargo, e pior: mostrem que tudo sempre foi e eu é que - talvez - seja forte e abençoada demais pra não sucumbir. Mesmo que sua alegria nunca seja por mim. E que sua alegria torne, quando por mim, minha vida intolerável. Sua existência é um absurdo e isso é a maior verdade que me vem à mente quando penso em você ou estamos relativamente próximos.
E você tem razão quando diz que agora estou leve e quieta. Eu estava sempre histérica e hoje eu estou muito quieta, até demais. Talvez seja porque eu não tenho mais a euforia louca de ser amada. Eu piro quando alguém me ama e ao ver em você a calmaria dos vencedores corriqueiros, larguei o corpo. Acaba sendo boa a sensação de um encontro ordinário. Já que tenho que acostumar com eles, que ao menos sejam tranquilos.
Acho que seu desejo morreu e talvez o meu também, já que boa parte desse amor enorme que eu sentia vinha da minha alegria desmesurada em me sentir amada pelos meus próprios sonhos.
Viver essa vida de agora é terrivel, mas quando me sentia amada, era ainda mais terrível. Daí que sobra essa sensação de uma solidão filha da puta mil vezes pois em nada dá pra ser como era com você.
No último andar, lá no alto, na sua cozinha, certa vez, você me colocou no seu colo e deu aquele abraço que disparava corações em mim como se eu tivesse um em cada nó de veia. E me disse, com sua voz tão bonita, todo bobo, que eu tinha uma pinta linda do lado direito da boca. Após isso ficamos discutindo sobre o que era o amor, como se pudessemos chegar a alguma conclusão, afinal nossas idéias nunca bateram... Hoje entendi que o amor era aquilo.
Que vertigem era o nosso amor! E o resultado dele são minhas olheiras, meu cansaço e meus setenta quilos.
- Pronto, falei. Tô sentindo sua falta. Merda.
Eu devia ter pulado da sua sacada quando pude. Não pulei, e hoje já não posso morrer de amor com tanta coisa pra fazer: meus empregos, meus textos, a antena 1, os meninos de dez a vinte dias, os bares, a faculdade, enfim... Tudo isso que é minha vida de antes e depois de você. Tudo isso que daqui a pouco, quando a sensação desgraçada de absurdo e solidão passar, volta e se acomoda. Volta a Ludy para sua agenda encantada, para o sentimento gostosinho no peito que simplesmente é: Esquecer você todo dia um pouco pra vida.
Por que escrevo? Porque é a minha vingança contra todas as palavras e sensações que morrem todos os dias mostrando pra gente que nada vale de nada. Toma esse texto, o único lugar seguro e eterno pra gente.
-Isso me parece um pedaço agradável de uma agenda encantada, dias felizes, nada demais.
Meu emprego na televisão e no jornal que me permitem mandar em boa parte do meu tempo sem ser, por isso, uma louca duranga, a reta final na faculdade, o costume de escrever até tarde ouvindo antena 1, os mocinhos que aparecem com intervalos de dez ou vinte dias e me abastecem de um gostar possível e descartável, e até mesmo rir de um ou outro ser humano, são coisas que ainda não me soam como banais e aprendi mesmo a chama-las de minha vida.
Agora serão dias achando tudo idiota e até mesmo medíocre. Ainda que sentir de verdade pareça uma outra vida, às vezes cansa viver dentro das coisas que invento. Com você, mesmo eu inventando tudo também, dá pra ter essa sensação de desordem, atropelamento, vida dizendo e não minha cabeça falastrona. Mesmo sendo ofensivo pra minha existência que pessoas como você existam. Mesmo que sua tristeza, preguiça e desistência mostrem pra minha frescura de sentidos como tudo pode ser amargo, e pior: mostrem que tudo sempre foi e eu é que - talvez - seja forte e abençoada demais pra não sucumbir. Mesmo que sua alegria nunca seja por mim. E que sua alegria torne, quando por mim, minha vida intolerável. Sua existência é um absurdo e isso é a maior verdade que me vem à mente quando penso em você ou estamos relativamente próximos.
E você tem razão quando diz que agora estou leve e quieta. Eu estava sempre histérica e hoje eu estou muito quieta, até demais. Talvez seja porque eu não tenho mais a euforia louca de ser amada. Eu piro quando alguém me ama e ao ver em você a calmaria dos vencedores corriqueiros, larguei o corpo. Acaba sendo boa a sensação de um encontro ordinário. Já que tenho que acostumar com eles, que ao menos sejam tranquilos.
Acho que seu desejo morreu e talvez o meu também, já que boa parte desse amor enorme que eu sentia vinha da minha alegria desmesurada em me sentir amada pelos meus próprios sonhos.
Viver essa vida de agora é terrivel, mas quando me sentia amada, era ainda mais terrível. Daí que sobra essa sensação de uma solidão filha da puta mil vezes pois em nada dá pra ser como era com você.
No último andar, lá no alto, na sua cozinha, certa vez, você me colocou no seu colo e deu aquele abraço que disparava corações em mim como se eu tivesse um em cada nó de veia. E me disse, com sua voz tão bonita, todo bobo, que eu tinha uma pinta linda do lado direito da boca. Após isso ficamos discutindo sobre o que era o amor, como se pudessemos chegar a alguma conclusão, afinal nossas idéias nunca bateram... Hoje entendi que o amor era aquilo.
Que vertigem era o nosso amor! E o resultado dele são minhas olheiras, meu cansaço e meus setenta quilos.
- Pronto, falei. Tô sentindo sua falta. Merda.
Eu devia ter pulado da sua sacada quando pude. Não pulei, e hoje já não posso morrer de amor com tanta coisa pra fazer: meus empregos, meus textos, a antena 1, os meninos de dez a vinte dias, os bares, a faculdade, enfim... Tudo isso que é minha vida de antes e depois de você. Tudo isso que daqui a pouco, quando a sensação desgraçada de absurdo e solidão passar, volta e se acomoda. Volta a Ludy para sua agenda encantada, para o sentimento gostosinho no peito que simplesmente é: Esquecer você todo dia um pouco pra vida.
Por que escrevo? Porque é a minha vingança contra todas as palavras e sensações que morrem todos os dias mostrando pra gente que nada vale de nada. Toma esse texto, o único lugar seguro e eterno pra gente.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Coração burro
Desde ontem a noite carrego em mim uma vontade louca de ser verborrágica, bancar a louca e falar tudo que está entalado aqui. Ser transparente como água e objetiva como os homens. Resumindo, me deu vontade de ser honesta. Mas a honestidade trás um ônus que no fundo não sei se estou pronta pra carregar. Traz o fim da questão sem todo o meio de campo... E não sei se quero.
É como tirar um peso dos ombros e por outro na cabeça.
Sou do signo de libra e nada equilibrada. Sou direta. Franca. Não sei fazer média nem mentir. E exijo o mesmo das pessoas. Não gosto de meias-palavras ou meias-verdades. Talvez eu seja, sim, o oposto daquilo que você espera de mim. Sou hiperativa ao extremo. Gosto de bichos. Não gosto de muitas pessoas. Minha vida é desalinhada. Dirijo como um homem e choro como uma criança.
Talvez eu mereça mais que isso.
Talvez meu jeito estúpido de amar as pessoas ao meu redor não seja suficiente. Talvez eu precise começar do zero e aprender a amar. Aprender a viver como se diz no manual. Sou temperamental. Aprendi com as aves: Não gosto de ser incomodada sob o risco de eu te dar uma bicada e arrancar seu dedo fora. Gosto da liberdade, mas adoro companhia.
Obs.: Sigo a risca a frase "melhor só do que mal acompanhada".
Não sou a melhor pessoa para te dizer se a festa foi boa, porque já disse que não tenho mais idade (mental) nem saco pra micareta.
Não sei mais paquerar ou fazer joguinho de “não te quero só pra você me querer”.
Não preciso que me queiram pra massagear meu ego. Tá mais que claro pra mim, todos os elogios do mundo não tem 1% da importância que um certo elogio que eu costumava receber tinha. Tenho foco.
Já que o meu mundo é 50% virtual, considero que a melhor coisa inventada recentemente foi o bloqueio. Tá enxendo? Block. Tá se achando? Block. Doeu pra você? Engraçado, pra mim não.
Espero que esse texto não esteja parecendo aqueles perfis rídiculos de orkut, onde meninas sem criatividade fazem listas: "eu amo: chocolate, baladas, amigos... eu odeio: falsidade, dia de chuva..."
Só quero deixar bem claro algumas coisas para quem realmente pensa que me conhece.
Vez em sempre me dou broncas, me odeio, faço as pazes comigo cantando alto no chuveiro que inunda a casa inteira. Deixo a casa uma zona, estrago comida, permito que as flores morram, sujo o sofá de iogurte e assisto a um filme besta sem me preocupar com a opinião alheia. Isso sim é vida e começo a achar que é difícil enjoar de mim, basta ser um pouco humano.
Tenham um pouco de paciência comigo vai, é só uma fase em que estou exigente e acho tudo um porre. Um grandessíssimo porre. De vez em quando, no meio do porre, a gente arruma alguém pra fazer uma coceguinha no nosso coração. Mas aí, depois da coceguinha, a vida volta ainda mais tosca. E tudo volta um porre ainda maior.
Porque ninguém se mantém interessante ou mágico pra sempre?
A gente espera, lá no fundo do coração perdido, soterrado e cansado, que a vida compense de alguma maneira. E a gente ganha dinheiro, compra roupa, aprende novas piadas, entra de cabeça em novos projetos, só pra que a vida compense em algum momento. Só pra ganhar a coceguinha no coração. Coração burro, tadinho. Que preguiça desse coração burro.
É como tirar um peso dos ombros e por outro na cabeça.
Sou do signo de libra e nada equilibrada. Sou direta. Franca. Não sei fazer média nem mentir. E exijo o mesmo das pessoas. Não gosto de meias-palavras ou meias-verdades. Talvez eu seja, sim, o oposto daquilo que você espera de mim. Sou hiperativa ao extremo. Gosto de bichos. Não gosto de muitas pessoas. Minha vida é desalinhada. Dirijo como um homem e choro como uma criança.
Talvez eu mereça mais que isso.
Talvez meu jeito estúpido de amar as pessoas ao meu redor não seja suficiente. Talvez eu precise começar do zero e aprender a amar. Aprender a viver como se diz no manual. Sou temperamental. Aprendi com as aves: Não gosto de ser incomodada sob o risco de eu te dar uma bicada e arrancar seu dedo fora. Gosto da liberdade, mas adoro companhia.
Obs.: Sigo a risca a frase "melhor só do que mal acompanhada".
Não sou a melhor pessoa para te dizer se a festa foi boa, porque já disse que não tenho mais idade (mental) nem saco pra micareta.
Não sei mais paquerar ou fazer joguinho de “não te quero só pra você me querer”.
Não preciso que me queiram pra massagear meu ego. Tá mais que claro pra mim, todos os elogios do mundo não tem 1% da importância que um certo elogio que eu costumava receber tinha. Tenho foco.
Já que o meu mundo é 50% virtual, considero que a melhor coisa inventada recentemente foi o bloqueio. Tá enxendo? Block. Tá se achando? Block. Doeu pra você? Engraçado, pra mim não.
Espero que esse texto não esteja parecendo aqueles perfis rídiculos de orkut, onde meninas sem criatividade fazem listas: "eu amo: chocolate, baladas, amigos... eu odeio: falsidade, dia de chuva..."
Só quero deixar bem claro algumas coisas para quem realmente pensa que me conhece.
Vez em sempre me dou broncas, me odeio, faço as pazes comigo cantando alto no chuveiro que inunda a casa inteira. Deixo a casa uma zona, estrago comida, permito que as flores morram, sujo o sofá de iogurte e assisto a um filme besta sem me preocupar com a opinião alheia. Isso sim é vida e começo a achar que é difícil enjoar de mim, basta ser um pouco humano.
Tenham um pouco de paciência comigo vai, é só uma fase em que estou exigente e acho tudo um porre. Um grandessíssimo porre. De vez em quando, no meio do porre, a gente arruma alguém pra fazer uma coceguinha no nosso coração. Mas aí, depois da coceguinha, a vida volta ainda mais tosca. E tudo volta um porre ainda maior.
Porque ninguém se mantém interessante ou mágico pra sempre?
A gente espera, lá no fundo do coração perdido, soterrado e cansado, que a vida compense de alguma maneira. E a gente ganha dinheiro, compra roupa, aprende novas piadas, entra de cabeça em novos projetos, só pra que a vida compense em algum momento. Só pra ganhar a coceguinha no coração. Coração burro, tadinho. Que preguiça desse coração burro.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
O fim da festa
Caramba, quanto tempo não? Parece até mais tempo do que realmente foi.
Você também sentiu isso?
Engraçado, você não mudou nada.
Eu engordei alguns bons kilos, você percebeu? Sim, sim, por causa daquele velho problema da minha ânsiedade, foi isso mesmo. Afoguei minhas mágoas em muitas pizzas e brigadeiros nessas férias para não sentir sua falta, e olha que isso ajudou bastante. Que mal tem perder algumas calças? Eu tava precisando de roupas novas mesmo.
Percebi que aproveitou bem as férias, viajou, foi matar a saudade da família né? Ví suas fotos. Pois é, ainda não parei com essa atitude "corta pulsos" de olhar seu orkut. Desculpe se ao contrario de você ainda me preocupo em saber se você está bem, esta vivo, feliz.
-Mas você está bem? Está vivo? Feliz?
Trocou de carro né, tava na hora. Trabalha tanto, merece.
Sim, era eu saindo correndo do estacionamento hoje. Fiz isso pois não esperava encontra-lo e não ia dar pra fingir que não o vi como nas primeiras duas vezes que nos encontramos esta noite. Três realmente seria demais.
E daí que quase sofri um acidente? Acidentes são normais na minha vida quando envolvem você.
Vieram me contar que você estava com uma marca no pescoço, dá pra acreditar? Rs...
Fica tranquilo, não esqueci que você é alérgico a lâmina de barbear.
Por falar nos outros, hoje também me perguntaram se eu esqueci você. Fui sincera quando disse que não sei e a única coisa que sei é que eu tinha me acostumado com sua ausência, que ela me fez muito bem.
Leu meus textos? Viu que passei um mês feliz?
Foi assim mesmo... Sorri em todas as fotos, esgotei minhas piadas, desfilei abraços, toquei em muita gente, ganhei alguns presentes, vivi meus 22 anos como alguém de 22 anos, ao contrário de quando estava ao seu lado. Bom né?
Mas pra que, se hoje voltei a atravessar aquela faculdade sozinha e aflita, como alguém que encara o pior dos pesadelos.
A cabeça durante a minha aula estava em outra aula, fui pro pátio e no mp3 player encontrei um universo paralelo.
Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente não precisar de você, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade.
É você quem eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.
Eu não acredito mais na gente, nem em sumir do país, em trocar de emprego, em mudar de religião, em ficar em silêncio até que tudo se acalme, em dormir até tarde, na nova proposta, no novo projeto, no super livro, no filme genial, na nova galera, na academia moderna, no carinha até que bacana que dá cor aos dias cinzas, em baixar o novo CD mais master animado do mundo, em fazer academia, em fazer torta de verdura, em ser batalhadora, em ser fashion, em não ser nada. Mas eu continuo acreditando que tudo sem você é distração e tudo com você é vida.
Já que não existe mais esperanças quando olho nos teus olhos e falo com toda essa sinceridade, este texto tem a missão de sair em sua busca. Pois eu não aguento mais fazer esses monólogos. Eu não escrevo por vaidade, pretensão ou inteligência. Eu escrevo porque eu sei que é assim que vou te encontrar. Eu escrevo porque não posso mais aguentar que a festa acabe, ou que você continue indiretamente acabando com ela.
Você também sentiu isso?
Engraçado, você não mudou nada.
Eu engordei alguns bons kilos, você percebeu? Sim, sim, por causa daquele velho problema da minha ânsiedade, foi isso mesmo. Afoguei minhas mágoas em muitas pizzas e brigadeiros nessas férias para não sentir sua falta, e olha que isso ajudou bastante. Que mal tem perder algumas calças? Eu tava precisando de roupas novas mesmo.
Percebi que aproveitou bem as férias, viajou, foi matar a saudade da família né? Ví suas fotos. Pois é, ainda não parei com essa atitude "corta pulsos" de olhar seu orkut. Desculpe se ao contrario de você ainda me preocupo em saber se você está bem, esta vivo, feliz.
-Mas você está bem? Está vivo? Feliz?
Trocou de carro né, tava na hora. Trabalha tanto, merece.
Sim, era eu saindo correndo do estacionamento hoje. Fiz isso pois não esperava encontra-lo e não ia dar pra fingir que não o vi como nas primeiras duas vezes que nos encontramos esta noite. Três realmente seria demais.
E daí que quase sofri um acidente? Acidentes são normais na minha vida quando envolvem você.
Vieram me contar que você estava com uma marca no pescoço, dá pra acreditar? Rs...
Fica tranquilo, não esqueci que você é alérgico a lâmina de barbear.
Por falar nos outros, hoje também me perguntaram se eu esqueci você. Fui sincera quando disse que não sei e a única coisa que sei é que eu tinha me acostumado com sua ausência, que ela me fez muito bem.
Leu meus textos? Viu que passei um mês feliz?
Foi assim mesmo... Sorri em todas as fotos, esgotei minhas piadas, desfilei abraços, toquei em muita gente, ganhei alguns presentes, vivi meus 22 anos como alguém de 22 anos, ao contrário de quando estava ao seu lado. Bom né?
Mas pra que, se hoje voltei a atravessar aquela faculdade sozinha e aflita, como alguém que encara o pior dos pesadelos.
A cabeça durante a minha aula estava em outra aula, fui pro pátio e no mp3 player encontrei um universo paralelo.
Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente não precisar de você, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade.
É você quem eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.
Eu não acredito mais na gente, nem em sumir do país, em trocar de emprego, em mudar de religião, em ficar em silêncio até que tudo se acalme, em dormir até tarde, na nova proposta, no novo projeto, no super livro, no filme genial, na nova galera, na academia moderna, no carinha até que bacana que dá cor aos dias cinzas, em baixar o novo CD mais master animado do mundo, em fazer academia, em fazer torta de verdura, em ser batalhadora, em ser fashion, em não ser nada. Mas eu continuo acreditando que tudo sem você é distração e tudo com você é vida.
Já que não existe mais esperanças quando olho nos teus olhos e falo com toda essa sinceridade, este texto tem a missão de sair em sua busca. Pois eu não aguento mais fazer esses monólogos. Eu não escrevo por vaidade, pretensão ou inteligência. Eu escrevo porque eu sei que é assim que vou te encontrar. Eu escrevo porque não posso mais aguentar que a festa acabe, ou que você continue indiretamente acabando com ela.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Perfeita adolescente
Ele não gosta de Antena 1. Não entende muito de TV. É baladeiro, tem um carro rebaixado cheio de apetrechos esportivos, acha Michael Bublé um velho aí, faz questão absoluta de pregar a favor da liberdade, e sempre que eu elogio uma roupa, um acessório ou um perfume, responde sem pudor: "Foi minha mãe que me deu."
Enquanto o mundo adulto pensa, a gente beija, um milhão de beijos para esquecer o mundo.
Ele tem um sorriso sem marcas, de uma doçura sem mágoas. Ele é limpo de dores do mundo. É super querido e vive rodeado de amigos, e ainda que isso torne a sua alegria um pouco sem profundidade, faz com que a superfície brilhe tanto que nada mais importe.
De cada cinco pronuncias, uma é “da hora”, outra é "top" e as outras três podem ser intercaladas com "tipo assim", "se pá" ou algum bordãozinho da moda. Se essa descrição me fosse feita há alguns meses, eu, que sempre defendi romances com experientes e articulados homens mais velhos, certamente riria e ignoraria tal existência, nem cogitando uma aproximação. Mas o que seria da vida se o mundo não nos pregasse essas surpresas? Se o mundo não desmentisse nossas verdades absolutas? O mundo é divertido. E por falar em diversão, tenho andado de volta aos meus quinze anos.
Sempre defendi, eu e minhas verdades irrefutáveis, que os homens mais velhos e blá, blá, blá, eram os melhores pra uma relação, talvez pela extrema necessidade de me sentir protegida. Pois muito bem, agora digo que se você acha isso fique com eles então, porque eu ando satisfeita demais para lembrar que eles existem. Imaginem a minha felicidade ao ver um casal discutindo incansavelmente a relação a dois, enquanto eu e ele só discutimos sobre qual será a próxima balada. Esse é o nosso conflito.
Enquanto o mundo adulto pensa, a gente beija, um milhão de beijos para esquecer o mundo.
Ele tem um sorriso sem marcas, de uma doçura sem mágoas. Ele é limpo de dores do mundo. É super querido e vive rodeado de amigos, e ainda que isso torne a sua alegria um pouco sem profundidade, faz com que a superfície brilhe tanto que nada mais importe.
Ele anda o dia inteiro pra cá e pra lá, trabalha pra caramba, mas no fundo é apenas um garoto com toda sua falta de juízo e o rosto mais lindo do mundo. Eu? Vou junto! Com a vida também em ritmo acelerado. O dia inteiro pra lá e pra cá, o dia inteiro em pensamento acompanhando. O dia inteiro desejando que ele apareça para me dar vida, e que ele desapareça para me dar ar. Sentindo um vazio quando ele vai e disfarçando enquanto ele vem.
Você esqueceria qualquer gíria se prestasse atenção naquela boca que as pronuncia. Você esqueceria qualquer "não sei" se prestasse atenção em todo o resto que sabem. Você esqueceria qualquer colo maduro se prestasse atenção a quantas horas está naquele colo que nunca cansa, que nunca pára, tão macio e forte. Você esqueceria qualquer acalanto intelectual se tivesse suas costas e seus cabelos acariciados por horas, por mãos leves, por intenções leves, por momentos silenciosos jamais despertados por celulares, obrigações e cobranças da vida adulta. Quando ele liga e ouço aquela voz, eu sei que aquela é a voz que minha alma precisava. Quando ele sorri desarmado, limitado e impotente, para todas as minhas dúvidas, inconstâncias e chatices, eu sei que é daquele sorriso que minha alma precisava.
Ele não faz muito pela minha angústia existencial, até por não saber. E consegue tudo de mim. Consegue até o que ninguém nunca conseguiu: me deixar leve.
Sabe rir mole de bobeira? Sabe dançar idiota de alegria? Sabe dormir gemendo de saudade? Sabe tomar banho sorrindo para a sua pele? Sabe cantar bem alto para o mundo entender? Sabe se achar bonita mesmo de pijama e olheiras? Sabe ter ânsia de vômito segundos antes de vê-lo e ter fome de mundo segundos depois de abraçá-lo? Sabe não aguentar? Sabe sobrevoar o frio, o cinza, os medos, os erros e tudo que pode dar errado? Ele consegue fazer com que eu me perdoe por apenas viver sem questionar tanto.
Eu quero parar com tudo isso, ele, apesar dos poucos meses de diferença de idade, é um garoto inconsequente que não pode acompanhar minha louca linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica, meio madura. Eu quero colocar um fim neste tormento de desejar tanto quem ainda tem tanto para desejar por aí. Mas aí eu me pergunto: pra quê? Se está tão bom, se é tão simples. Ele me ensinou que a vida pode ser simples, e tão boa. Tô uma perfeita adolescente, e isso parece um texto de diário que termina com o nome dele dentro de um coração desenhado com caneta roxa de glitter com cheiro de uva.
É isso, sei que vocês vêm aqui para ler neuroses, mas estou de férias delas. Umas férias, tipo assim, se pá, da hora.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
O segredo da felicidade
Elvis, meu gato bravinho, infantil e egocêntrico, acabou de derrubar minha web cam de cima do computador pela milésima vez. Ele olha pra mim com aquela cara de “eu mando nessa porra” e eu deixo, porque ele manda mesmo: um ser tão fofo e irritado merece mandar nessa porra. Todas as possibilidades de roupas pras festas do fim de semana estão jogadas em cima da minha cama, que eu não arrumei ainda, maquiagem e sapatos pra todos os lados também. E quer saber? Foda-se. Tô muito bem pra me preocupar com pouca coisa.
Daniel Jones do Silverchair grita no meu media player: "Wiithouut youuuuu...", mas aqui posso te garantir, não falta nada.
Estado de graça, é assim que defino. Estou em estado de graça.
Nesse momento darei prioridade à aquilo que traga o melhor pra minha vida sempre: A PAZ. Isso consiste em querer somente as coisas que façam bem. Pessoas que me tragam mais vida, mais sinceridade, mais música, mais carinho, mais companhia, menos solidão. Não quero brigas, não quero dor, não quero essa gente chata e sem personalidade querendo meter o dedo onde não foi chamada. Não quero rivalidades. Não quero mentiras. Não quero gente desapegada. Não quero baixaria. Eu só quero PAZ.
Já que não estou nem aí pra nada, isso inclui estar "nem ai" se ele percebe ou não minhas celulites, estrias ou se tô um pouquinho acima do peso. Eu fico tranquila e enquanto isso como muito brigadeiro de panela.
-Como é bom não ter um relacionaMEDO
Às vezes me vejo na típica situação que qualquer mulher louca adoraria: sozinha com sua carteira e celular. Mas inacreditávelmente não tô nem aí pra saber da sua vida. A quantidade de recadinhos femininos no seu celular e orkut, a quantidade de nomes de mulheres na sua agenda de celular têm a mesma importância pra mim que a quantidade de carrapatos no cachorro do vizinho. Ignoro qualquer pista e continuo devorando meu brigadeiro, ou o devoro, e isso sim é um assunto importante.
Se ele vai ligar amanhã? Não sei, não quero saber e não tenho raiva de quem sabe.
Não tenho raiva de ninguém. Não tenho raiva das garotas que já passaram pela sua vida, não quero degolar as que talvez ainda passem e tampouco me chatearia pensar que muitas ainda passarão.
Nada me importa, a não ser o desejo de aproveitar cada segundo dessa paz que me proporciona, e porque me proporciona não sei explicar. Não faço questão de ser a mulher da sua vida. O que me importa mesmo, e isso sim mais do que o meu brigadeiro de panela, é que o seu beijo é a coisa mais viciante que me apareceu depois do twitter e o tempo que ele passa aqui perto me preenche o suficiente para que eu me sinta completa por dias, a ponto de nem precisar sentir saudades.
Não tenho medo de ficar com cara de idiota ou de cantar música brega. Não tenho medo de nada, afinal, a gente só tem medo do que a gente não entende, e isso eu já entendo muito bem.
Se me der sono eu durmo, se me der vontade de falar um palavrão alto, falo. Se me der vontade de o expulsar da cama: rua!
E o mais fantástico de tudo é que já que estou tão à vontade, já que meu cérebro louco não está vivendo nem no passado e nem no futuro mas apenas no presente do seu corpo quentinho e cheiroso e já que nada em mim dói porque nada em mim sonha... Eu nunca senti tanto prazer em toda a minha vida!
-Será que não amar ninguém e brigadeiros são o segredo da felicidade?
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Eu não sei brincar
De repente você escuta o conselho daquela amiga super experiênte que diz: "Pra suprir a carência, arrume um amigo-fita."
*Amigo-fita: Aquele que é um ótimo colo, um ótimo ouvido, te faz dar altas gargalhadas, supre as suas necessidades e você não precisa dar satisfações. Um brinquedinho.
Negocião! Pelo menos aparentemente é.
O problema é que eu não sei brincar, e se eu não sei brincar não posso ter um brinquedo.
Será que tenho problema? Acho que não viu. Toda mulher é assim.
Experimente encontrar, sem querer, seu brinquedo numa balada com uma garota. Você não gosta do cara, não quer namorar o cara, ele é mala, burro, ele é só um brinquedo. Você só usa o cara e está super segura nesse papel. Mas só porque você e ele, juntos, dividem alguns momentos juntos, algo dentro de você, ainda que pequeno (pois é) quer ir até fulano e fazer um escândalo:
-"ahhhhhh agora tá com outraaaaaaaa! Como assiiiiiiim seu desgraçaaaadoooo!"
Se bobear dá até pra chorar de rímel borrado achando que é amor.
Mulheres e "amigos-fitas" não são compatíveis.
Homem é a melhor companhia do mundo, acreditem, mas não envolva o que só ele tem nessa relação. Essa parte dele é a desgraça humana. É o elemento descentralizador do controle da alma. É o conflito personificado numa espada de guerra. É o fim de tudo.
Bom, agora já foi. Fica o recado: Sou egoísta. Não peçam meu brinquedo emprestado. É meu. Eu cuido. Não empresto mesmo, pois tenho medo que quebrem.
*Amigo-fita: Aquele que é um ótimo colo, um ótimo ouvido, te faz dar altas gargalhadas, supre as suas necessidades e você não precisa dar satisfações. Um brinquedinho.
Negocião! Pelo menos aparentemente é.
O problema é que eu não sei brincar, e se eu não sei brincar não posso ter um brinquedo.
Será que tenho problema? Acho que não viu. Toda mulher é assim.
Experimente encontrar, sem querer, seu brinquedo numa balada com uma garota. Você não gosta do cara, não quer namorar o cara, ele é mala, burro, ele é só um brinquedo. Você só usa o cara e está super segura nesse papel. Mas só porque você e ele, juntos, dividem alguns momentos juntos, algo dentro de você, ainda que pequeno (pois é) quer ir até fulano e fazer um escândalo:
-"ahhhhhh agora tá com outraaaaaaaa! Como assiiiiiiim seu desgraçaaaadoooo!"
Se bobear dá até pra chorar de rímel borrado achando que é amor.
Mulheres e "amigos-fitas" não são compatíveis.
Homem é a melhor companhia do mundo, acreditem, mas não envolva o que só ele tem nessa relação. Essa parte dele é a desgraça humana. É o elemento descentralizador do controle da alma. É o conflito personificado numa espada de guerra. É o fim de tudo.
Bom, agora já foi. Fica o recado: Sou egoísta. Não peçam meu brinquedo emprestado. É meu. Eu cuido. Não empresto mesmo, pois tenho medo que quebrem.
terça-feira, 28 de julho de 2009
Ludy-mousse-de-limão
Essas, por motivos que vocês que me lêem sabem muito bem, foram as férias da faculdade que mais desejei. E agora surpreendentemente me pego implorando pela volta as aulas.
Não sei mais o que fazer das minhas noites durante a semana, ainda por cima me aparece uma história que, por causa da gripe suína, elas podem ser adiadas. Beleza hein!
Em relação aos finais de semana já desisti faz tempo: noites povoadas por pessoas com às vezes o dobro da minha idade e metade do meu bom senso. Eu passo.
Num canal um filme muito romântico, não tô no clima. No outro ação, não curto. No outro terror, tenho medo. No outro uma comédia que já ví.
Ah! Já contei pra vocês todos que, pela primeira vez na vida, depois de tanto tempo, ele me ligou e eu não atendi, por pura preguiça de andar pra trás ou aceitar um amor de quem tem medo de esperar pelo amor? Ponto pra Ludynha!
Também preciso contar que eu não acho mais que fulana passou do peso, que fulana passou da conta de imbecilidades e que fulano se esqueceu de ser real. Ema, ema, cada um com seus problemas. Eu apenas queria dizer que eu tô bem em forma, tô bem comigo, com meus amigos, com meu desapego, com meus trabalhos, com minha família, sou bem bacana e, graças a Deus, tenho plena certeza do que vim fazer nesse planeta.
Aproveito o ócio e a insônia para escrever pela primeira vez um texto direcionado a todos e não a uma pessoa específica. O vazio às vezes me deixa nervosa e irritada mas parei e pensei: chega de se boicotar minha filha, tá na hora de você ser muito feliz.
Muito obrigada por todos os e-mails maravilhosos que eu recebo todos os dias, por todas as palavras de incentivo e carinho. Por todos os recadinhos no Orkut, obrigada followers do twitter. Obrigada pelos comentários aqui no blog, obrigada a você também que passa e não deixa nada (apesar de eu preferir que deixasse). Vocês me dão a certeza de que eu estou exatamente onde eu deveria estar. Vocês fazem valer a pena todo o sacrifício, muitas vezes solitário, de ser uma pessoa sem medo de sentir de verdade a vida aqui dentro e coloca-la para fora.
Não sei mais o que fazer das minhas noites durante a semana, ainda por cima me aparece uma história que, por causa da gripe suína, elas podem ser adiadas. Beleza hein!
Em relação aos finais de semana já desisti faz tempo: noites povoadas por pessoas com às vezes o dobro da minha idade e metade do meu bom senso. Eu passo.
A saudade bate e eu como.
Como... E como como!
Hoje, 1h30 da manhã, um desejo: Mousse de limão. Abro a geladeira e encho o copo. Enquanto como e assisto "friends" (toda cura para todo mal) vou filosofando:
- Eu sou igualzinha a aquele mousse de limão. Ninguém sabe dizer com certeza se é mais azedo que doce ou mais doce que azedo, mas gostam.
Me recordei rapidamente de todas as pessoas e coisas que perdi por ainda não estar preparada para elas, ou por ainda ter muita curiosidade de mundo e dificuldade em ser permanente. Enfim chorei o fim de tudo, assim é a vida, uma morte a cada dia. Depois, como sempre, limpei o rosto e continuei procurando o que fazer nessas noites frias.
Num canal um filme muito romântico, não tô no clima. No outro ação, não curto. No outro terror, tenho medo. No outro uma comédia que já ví.
Recordei de amigos e parentes distantes, aqueles que eu sempre deixo pra depois porque moram muito longe ou acabaram se tornando pessoas muito diferentes de mim, sempre penso “mês que vem faço contato com eles”. E se não tiver mês que vem? Preciso perder essa mania besta de deixar tudo pra depois.
Não gosto disso... Não gosto daquilo... Preciso fazer... Preciso mudar... Eu deveria é parar de me cobrar. Mas na verdade, descobri que estar sempre insatisfeito é o que faz a gente nunca desistir de seguir em frente e quem sabe um dia se encontrar nesse mundo.
Vim escrever, pois, pior que uma garota que fala o que pensa é uma que escreve tudo que pensa. Me sinto poderosa nessa hora.
Ah! Já contei pra vocês todos que, pela primeira vez na vida, depois de tanto tempo, ele me ligou e eu não atendi, por pura preguiça de andar pra trás ou aceitar um amor de quem tem medo de esperar pelo amor? Ponto pra Ludynha!
Também preciso contar que eu não acho mais que fulana passou do peso, que fulana passou da conta de imbecilidades e que fulano se esqueceu de ser real. Ema, ema, cada um com seus problemas. Eu apenas queria dizer que eu tô bem em forma, tô bem comigo, com meus amigos, com meu desapego, com meus trabalhos, com minha família, sou bem bacana e, graças a Deus, tenho plena certeza do que vim fazer nesse planeta.
Aproveito o ócio e a insônia para escrever pela primeira vez um texto direcionado a todos e não a uma pessoa específica. O vazio às vezes me deixa nervosa e irritada mas parei e pensei: chega de se boicotar minha filha, tá na hora de você ser muito feliz.
-JEMT, tá na hora da gente ser muito feliz. Primeiro porque somos de verdade, depois porque somos filhos de Deus e, pra terminar, porque existe escova progressiva e cartão de crédito!
Agora vou continuar aqui ouvindo a musiquinha tema da série Dawnson's Creek (I don't want to wait) e rindo em minha senzalinha fria, por ter tido coragem de contar à vocês a filosofia boba do mousse de limão.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Despertar
Sei que se conselho fosse bom a gente vendia, mas eu preciso falar:
Tem homem que tem medo de compromisso. Tem homem que tira a aliança pra sair a noite e se passar por solteiro. Tem homem que começa a namorar mas continua sendo solteiro pras peguetes dele, pois ele sequer dará alguma pista. Tem homem que começa e termina namoro e continua prospectando novas interações por onde passa. Mas tem também aqueles que fazem declaração pública de amor e são bregas, Wandos ou jogadores de futebol. Falar de amor é brega. Expor que você ama é brega multiplicado por vinte. E tatuar nomes em partes do corpo só sendo pagodeiro mesmo. FATÃO.
Mas então o que é que você procura?
Como disse um grande amigo meu num comentário nesse blog: "Todos os caminhos estão errados, quando não se sabe para onde quer ir."
Vez em sempre me pegava me chacoalhando e dizendo: "Acorda Ludymila!"
Tem homem que tem medo de compromisso. Tem homem que tira a aliança pra sair a noite e se passar por solteiro. Tem homem que começa a namorar mas continua sendo solteiro pras peguetes dele, pois ele sequer dará alguma pista. Tem homem que começa e termina namoro e continua prospectando novas interações por onde passa. Mas tem também aqueles que fazem declaração pública de amor e são bregas, Wandos ou jogadores de futebol. Falar de amor é brega. Expor que você ama é brega multiplicado por vinte. E tatuar nomes em partes do corpo só sendo pagodeiro mesmo. FATÃO.
Mas então o que é que você procura?
Como disse um grande amigo meu num comentário nesse blog: "Todos os caminhos estão errados, quando não se sabe para onde quer ir."
Vez em sempre me pegava me chacoalhando e dizendo: "Acorda Ludymila!"
Mas a questão não é acordar. Você pode estar de olhos abertos e com a visão limitada.
A questão é: DESPERTAR.
É querer enxergar o real, o que serve o que não serve. É ai que tá.
Não é nada pessoal, eu juro. Mas o mundo só vai se livrar das mulheres tristes e mal-amadas quando estas pararem de achar que o final perfeito de um filme ou novela é quando o casal fica junto. Felicidade é se amar tanto a ponto desse amor bastar, e aí sim ser feliz para sempre. Amar a dúvida, o silêncio, a ingratidão, o fim, o atraso, a invenção, a lacuna, o pode ser, as hipóteses, a não resposta, a raiva, o absurdo, o não, a impossibilidade, o depois que foi, o antes de chegar, o difícil, o pode não, amar essas coisas, menina, é amar o mistério e não um homem.
Não existe homem perfeito para uma mulher. Acredite, você nunca estará 100% satisfeita (e a galinha da vizinha será sempre mais gorda). O segredo é encontrar o homem que te acrescente coisas e não as subtraia. Aquele que você não tem que se deixar de lado para amar. Aquele que admira o fato de você se amar mais do que o ama.
Hoje sou feliz, mas confesso: Pra chegar à essas conclusões já comi o pão que o diabo amassou. Enfim, despertei.
A questão é: DESPERTAR.
É querer enxergar o real, o que serve o que não serve. É ai que tá.
Não é nada pessoal, eu juro. Mas o mundo só vai se livrar das mulheres tristes e mal-amadas quando estas pararem de achar que o final perfeito de um filme ou novela é quando o casal fica junto. Felicidade é se amar tanto a ponto desse amor bastar, e aí sim ser feliz para sempre. Amar a dúvida, o silêncio, a ingratidão, o fim, o atraso, a invenção, a lacuna, o pode ser, as hipóteses, a não resposta, a raiva, o absurdo, o não, a impossibilidade, o depois que foi, o antes de chegar, o difícil, o pode não, amar essas coisas, menina, é amar o mistério e não um homem.
Não existe homem perfeito para uma mulher. Acredite, você nunca estará 100% satisfeita (e a galinha da vizinha será sempre mais gorda). O segredo é encontrar o homem que te acrescente coisas e não as subtraia. Aquele que você não tem que se deixar de lado para amar. Aquele que admira o fato de você se amar mais do que o ama.
Hoje sou feliz, mas confesso: Pra chegar à essas conclusões já comi o pão que o diabo amassou. Enfim, despertei.
"Se você está aqui, ótimo! Vamos aproveitar! Se você não está, ótimo também! Vou aproveitar o tempo livre pra cuidar de mim e estar melhor ainda para quando você voltar."
E se eu despertei, amiga, você também chega lá.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Problemas maiores
Tenho pensado menos em você.
Pois é, arrumei outros problemas... Claro que não são maiores que você, mas me ocupam.
De repente me enxerguei gente grande, quase formada. Quem diria hein?
Faço coisas que quando eu tinha quinze anos nunca imaginei que conseguiria fazer. Tenho vinte e dois e continuo não imaginando como fazer, mas tenho coragem para fazer sem saber como, e faço.
Tenho pesadelos de que não vou conseguir pagar minhas contas, mas como sou muito corajosa, acordo no dia seguinte e compro um vestido "mara" de trezentos paus. Acho que, como eu acredito que o dinheiro nunca vai faltar, alguma magia do universo colabora e eu acabo sempre arrumando um freela aqui, um texto ali, um projeto lá. Sou rica de mundo e isso é tudo.
A minha cômoda nova é uma das coisas mais charmosas que eu já vi nessa vida. Ela não é uma simples cômoda, tudo agora no meu quarto para nela, e como se não bastasse, de presente para ela comprei novas maquiagens, novos cremes e novas bijuterias, ela adorou. Mostrou o quanto é resistente. Poderosa! Quem não gosta de demonstrar isso?
John Mayer foi o escolhido do dia, tomou café da manhã comigo. Enquanto o ouvia fui olhando pra tudo, catatônica, um misto de susto com deslumbramento. Me dei conta de que essa é a pior e a melhor fase da minha vida. Eu nunca andei tão triste e nem tão feliz. Foi difícil enterrar tantos mortos e tantas rotinas, mas está sendo muito fácil viver dentro de mim.
Férias de você, férias de nós, ou realmente passou? A hora de descobrir está próxima e eu realmente não tenho medo dela. Num mês tão longo como esse, vivendo vidas paralelas, talvez você tenha pensado menos em mim. Deve ter arrumado outros problemas... Claro que não são maiores que eu, mas te ocupam.
*Paciente catatônico: se mantém rígido mesmo que a posição seja incômoda.
Pois é, arrumei outros problemas... Claro que não são maiores que você, mas me ocupam.
De repente me enxerguei gente grande, quase formada. Quem diria hein?
Faço coisas que quando eu tinha quinze anos nunca imaginei que conseguiria fazer. Tenho vinte e dois e continuo não imaginando como fazer, mas tenho coragem para fazer sem saber como, e faço.
Tenho pesadelos de que não vou conseguir pagar minhas contas, mas como sou muito corajosa, acordo no dia seguinte e compro um vestido "mara" de trezentos paus. Acho que, como eu acredito que o dinheiro nunca vai faltar, alguma magia do universo colabora e eu acabo sempre arrumando um freela aqui, um texto ali, um projeto lá. Sou rica de mundo e isso é tudo.
A minha cômoda nova é uma das coisas mais charmosas que eu já vi nessa vida. Ela não é uma simples cômoda, tudo agora no meu quarto para nela, e como se não bastasse, de presente para ela comprei novas maquiagens, novos cremes e novas bijuterias, ela adorou. Mostrou o quanto é resistente. Poderosa! Quem não gosta de demonstrar isso?
John Mayer foi o escolhido do dia, tomou café da manhã comigo. Enquanto o ouvia fui olhando pra tudo, catatônica, um misto de susto com deslumbramento. Me dei conta de que essa é a pior e a melhor fase da minha vida. Eu nunca andei tão triste e nem tão feliz. Foi difícil enterrar tantos mortos e tantas rotinas, mas está sendo muito fácil viver dentro de mim.
Férias de você, férias de nós, ou realmente passou? A hora de descobrir está próxima e eu realmente não tenho medo dela. Num mês tão longo como esse, vivendo vidas paralelas, talvez você tenha pensado menos em mim. Deve ter arrumado outros problemas... Claro que não são maiores que eu, mas te ocupam.
*Paciente catatônico: se mantém rígido mesmo que a posição seja incômoda.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Não me agrade
Ele disse:
"Eu fico o tempo todo querendo te agradar."
Eu pude ler naquele segundo uma imensa lista idiota que passava em sua cabeça. Uma lista enorme. Enorme. Coitado. Senti pena. Foi isso. Pena. A pior coisa que se pode sentir por alguém. Exatamente o que sentimos quando somos assim, incapazes desse tipo de amor agradecido, ou contemplativo, ou amor. E porque senti isso e não estou suportando é que resolvi dizer a verdade: Não faça nada. Quer me agradar de verdade? Não faça nada.
Eu não vou gostar de você. Nunca. Jamais. Eu jamais vou gostar de alguém.
Se você começar, vou tornar sua vida um inferno.
Uma vez me agradando, essa será sua rotina eterna. Sem fim. Porque nada me agrada. E tudo sempre será pouco e ridículo e até ofensivo. Então, nem comece, nem tente, não faça nada.
Eu nem estou vendo você. Percebe?
Não me peça para abrir os olhos no meio da minha tentativa de me sentir através de você.
Não brigue comigo porque não sei permanecer em nós na hora do brinde. Eu sequer vejo você, como posso ver isso que chama de “nós”? Só me empreste seu rascunho, deixe que eu termino o desenho. Me empreste seu contorno, deixa que eu preencho, recheio, enfio coisas aí. Me empreste isso que é você e que vaga por aí: Eu dou nome, dor, limites e histórias.
Eu dou tudo. Deixa. Por favor.
Se vire! Se quiser ficar por aqui mais um tempo, se vire!
Seja nada, por favor. Me deixa fazer, por favor.
Me empresta sua altura para eu subir. Me empresta seu silêncio para eu morrer. Me empresta sua volta para eu viver. Me empresta sua boca para eu me beijar. Me empresta sua gana para eu gritar. Me empresta seu sorriso para eu achar graça na vida. A sua língua para eu me engolir. A sua preguiça para eu cansar um pouco de mim, também preciso disso. O quente das suas costas para eu dormir comigo. E o seu desejo para eu sentir que piso nesse mundo.
Esteja aqui para que eu esteja. Por favor. Só isso.
-Tenha fome para que eu sobreviva.
-Pense em mim para que eu exista.
-Me leia para que eu seja.
Nunca, jamais, diga coisas absurdamente suas porque quando eu não mais puder me ver em você, acabou. Entende? Se eu não puder me ver em você, não resta nada.
Então, não diga, não faça, não opine, não brigue e, principalmente: não me agrade.
Eu me agrado através do que vejo de mim em você. Então, jamais, em hipótese alguma, me ame com propriedade. Seu amor de surpresa é uma solidão terrível. Me ame com o meu amor de sempre. Me ame apenas com o que tem de mim em você. Me compre com o dinheiro que eu depositei em você. Não quero nada seu.
Se você encostar em mim de novo, com sua vontade de arrumar minha vida, eu te expulso daqui.
Sou demais pra mim, me leve embora. Guarde um pouco com você.
Não, não traga suas coisas. Leve as minhas. Divida.
Divida comigo eu mesma e já teremos problemas e soluções e motivos para duzentas vidas.
Seja eu e por favor veja o que dá pra fazer com isso. Porque eu não sei.
Apenas apareça de vez em quando e traga um pouco de mim. Não muito e não sempre e não demais, para que eu sinta saudades e possa sonhar comigo, para que eu consiga pensar em mim. O que mais faço é na verdade o que jamais fiz. Nem por um segundo. Pensar em mim. Gostar de mim. Sempre e nem por um segundo.
Resumindo, não faça nada. Seja um vegetal ligado a minha máquina a todo vapor. Eu trabalho pra você. Eu dou vida pra você. Eu te bombeio, deixa. Continue respirando ligado a mim. Só não desliga seu corpo que minha máquina pára.
"Eu fico o tempo todo querendo te agradar."
Eu pude ler naquele segundo uma imensa lista idiota que passava em sua cabeça. Uma lista enorme. Enorme. Coitado. Senti pena. Foi isso. Pena. A pior coisa que se pode sentir por alguém. Exatamente o que sentimos quando somos assim, incapazes desse tipo de amor agradecido, ou contemplativo, ou amor. E porque senti isso e não estou suportando é que resolvi dizer a verdade: Não faça nada. Quer me agradar de verdade? Não faça nada.
Eu não vou gostar de você. Nunca. Jamais. Eu jamais vou gostar de alguém.
Se você começar, vou tornar sua vida um inferno.
Uma vez me agradando, essa será sua rotina eterna. Sem fim. Porque nada me agrada. E tudo sempre será pouco e ridículo e até ofensivo. Então, nem comece, nem tente, não faça nada.
Eu nem estou vendo você. Percebe?
Não me peça para abrir os olhos no meio da minha tentativa de me sentir através de você.
Não brigue comigo porque não sei permanecer em nós na hora do brinde. Eu sequer vejo você, como posso ver isso que chama de “nós”? Só me empreste seu rascunho, deixe que eu termino o desenho. Me empreste seu contorno, deixa que eu preencho, recheio, enfio coisas aí. Me empreste isso que é você e que vaga por aí: Eu dou nome, dor, limites e histórias.
Eu dou tudo. Deixa. Por favor.
Se vire! Se quiser ficar por aqui mais um tempo, se vire!
Seja nada, por favor. Me deixa fazer, por favor.
Me empresta sua altura para eu subir. Me empresta seu silêncio para eu morrer. Me empresta sua volta para eu viver. Me empresta sua boca para eu me beijar. Me empresta sua gana para eu gritar. Me empresta seu sorriso para eu achar graça na vida. A sua língua para eu me engolir. A sua preguiça para eu cansar um pouco de mim, também preciso disso. O quente das suas costas para eu dormir comigo. E o seu desejo para eu sentir que piso nesse mundo.
Esteja aqui para que eu esteja. Por favor. Só isso.
-Tenha fome para que eu sobreviva.
-Pense em mim para que eu exista.
-Me leia para que eu seja.
Nunca, jamais, diga coisas absurdamente suas porque quando eu não mais puder me ver em você, acabou. Entende? Se eu não puder me ver em você, não resta nada.
Então, não diga, não faça, não opine, não brigue e, principalmente: não me agrade.
Eu me agrado através do que vejo de mim em você. Então, jamais, em hipótese alguma, me ame com propriedade. Seu amor de surpresa é uma solidão terrível. Me ame com o meu amor de sempre. Me ame apenas com o que tem de mim em você. Me compre com o dinheiro que eu depositei em você. Não quero nada seu.
Se você encostar em mim de novo, com sua vontade de arrumar minha vida, eu te expulso daqui.
Sou demais pra mim, me leve embora. Guarde um pouco com você.
Não, não traga suas coisas. Leve as minhas. Divida.
Divida comigo eu mesma e já teremos problemas e soluções e motivos para duzentas vidas.
Seja eu e por favor veja o que dá pra fazer com isso. Porque eu não sei.
Apenas apareça de vez em quando e traga um pouco de mim. Não muito e não sempre e não demais, para que eu sinta saudades e possa sonhar comigo, para que eu consiga pensar em mim. O que mais faço é na verdade o que jamais fiz. Nem por um segundo. Pensar em mim. Gostar de mim. Sempre e nem por um segundo.
Resumindo, não faça nada. Seja um vegetal ligado a minha máquina a todo vapor. Eu trabalho pra você. Eu dou vida pra você. Eu te bombeio, deixa. Continue respirando ligado a mim. Só não desliga seu corpo que minha máquina pára.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Todo mundo é meio vilão, meio mocinho
Imaginem a sensação de ter sido atropelada por uma carreta. Uma. Duas. Três vezes... Imaginaram? Então é assim que to. Com a sensação de que tiraram de mim todas as forças físicas e mentais, tamanho foi o stress e questões conflitantes do fim de semana.
Se tudo se resolvesse dentro de um quarto, eu tava tranqüila, feliz, lépida e faceira por toda minha vida. Juro que tava. Mas, não se resolvem, ajudam, mas não resolvem. Eu sei de todas as minhas culpas, não pensem vocês que sou inocente, não sou não. Sou difícil, de gênio difícil, difícil de agradar, e mais um monte de coisas. Mas os problemas são como quase tudo nessa vida, vem dos dois lados, não há culpados, não há vítimas e carrascos.
Há sim uma dificuldade do lado de lá de entender que pra mim o que é acertado é como sagrado. Que pra mim isso é importante. E há uma dificuldade do lado de cá de se contentar com o que é dado, e de reconhecer o esforço alheio de muitas vezes fazer o impossível pra que minhas vontades aconteçam. De querer mais sempre. Como vêem sem bem nem mal. Só dificuldade de acertar no equilíbrio. Todo mundo é meio vilão, meio mocinho.
A sensação hoje é de exaustão. Aquela dúvida, que talvez todo mundo tenha, com ou sem problemas, de que será que teremos algo juntos ali na frente? Mas eu to bem. Cansada, mas bem. Dizem que o sol sempre volta amanhã.
Se tudo se resolvesse dentro de um quarto, eu tava tranqüila, feliz, lépida e faceira por toda minha vida. Juro que tava. Mas, não se resolvem, ajudam, mas não resolvem. Eu sei de todas as minhas culpas, não pensem vocês que sou inocente, não sou não. Sou difícil, de gênio difícil, difícil de agradar, e mais um monte de coisas. Mas os problemas são como quase tudo nessa vida, vem dos dois lados, não há culpados, não há vítimas e carrascos.
Há sim uma dificuldade do lado de lá de entender que pra mim o que é acertado é como sagrado. Que pra mim isso é importante. E há uma dificuldade do lado de cá de se contentar com o que é dado, e de reconhecer o esforço alheio de muitas vezes fazer o impossível pra que minhas vontades aconteçam. De querer mais sempre. Como vêem sem bem nem mal. Só dificuldade de acertar no equilíbrio. Todo mundo é meio vilão, meio mocinho.
A sensação hoje é de exaustão. Aquela dúvida, que talvez todo mundo tenha, com ou sem problemas, de que será que teremos algo juntos ali na frente? Mas eu to bem. Cansada, mas bem. Dizem que o sol sempre volta amanhã.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Monólogos
A ideia de hoje foi te pedir um favor. Eu escolheria algum texto que gosto muito e você leria pra mim. Sem oi, sem tchau, sem coisas feitas ou a fazer. Nada de você, nada da sua vida. Nada que constate a sua existência independente. Apenas a sua voz. Esse é só um dos absurdos que passam pela minha cabeça quando me salta você no peito. Como se meu coração fosse uma dessas caixinhas surpresas e você o boneco de mola pra assustar crianças. Elas se assustam mas riem e abrem de novo e de novo. Assim faço também.
Mais uma das minhas ideias, outro favor:
Durante o texto então, por alguns minutos, só enquanto eu chorar demais, dá pra você fazer de conta que abismos não existem? E não existem mesmo, nesses segundos descabidos das horas que não entram no dia. Porque agora, nesse segundo que corri aqui pra te escrever, nesse momento não existe essa coisa de dia e de dois meses exatos. Existe só que vamos todos morrer então pra que mesmo o orgulho de sair ileso mais um dia? Mais um dia ileso... Pra quê? Vamos agir como se não fossemos cheios de feridas abertas, e ai então dormiremos em paz.
Hoje eu estava no estacionamento da emissora e fiquei seguindo as plaquinhas de saída, vi que é isso que faço melhor do que ninguém. São tantas as coisas que eu queria te falar e contar. E eu sigo fantasiando que você entende tudo e melhor que todo mundo. E isso acaba comigo mas, ao mesmo tempo, me tira um pouco da chatice burra e apática de sempre. E então, me vem a ideia de realmente te contar as coisas. E por isso escrevo. Porque se você entra aqui pra ler é você que, com todo o meu amor que você nem imagina, consegue sentir como sendo seu. E então é mesmo essa coisa maluca de eu me livrar do que eu nem sei se sinto pra você, sem nem saber se sente, sentir o que já estava aí esse tempo todo. A troca do absurdo. Nisso trocamos. O absurdo. -E você já aprendeu brincar disso também.
São, sei lá, pouco mais de meio dia. A emissora tá vazia, o programa foi gravado ontem, quase todo mundo imendou. E me deu vontade de conversar com você. Passo boa parte de tudo sem doer, sem sentir tão forte. Às vezes nem parece que aconteceu. Mas o tempo todo, ainda, converso e te mostro tudo, o tempo todo. O tempo todo. O tempo todo. Não porque sou sozinha. Não porque era menos sozinha com você. Apenas porque não perdi esse hábito ainda.
-Lê então pra mim um texto. Com a luz apagada?
Quando alguém liga eu fico cheia dos risinhos idiotas porque tiro sarro de quem tenta falar algo e não sai como sairia se fosse você. E eu tô aqui enrolando, enrolando, talvez você esteja rindo da minha falta de jeito aí do outro lado.
O maior elogio que eu poderia fazer a uma pessoa era dizer assim:
"Gosto de você além da minha imaginação, não porque aprendi a gostar, mas porque por mais que eu sonhe, você é ainda melhor que o sonho. Você é além da minha capacidade em te imaginar." E eu jamais te diria isso. Não posso te fazer esse elogio. Mas olha, ainda assim, olha eu aqui de novo. Porque você não é melhor que a minha imaginação, você não é melhor que a minha esperança, você, pra falar a verdade, é bem ruinzinho.
Mas é isso. O boneco salta da caixinha e espanca meu peito com cabeçadas duras e olhar macabro. Tem sempre a hora que não entra no dia. E eu mais uma vez preferindo não sair ilesa pra me sentir menos machucada.
Você pode agora também algumas vezes na semana escrever, brincar do não abismo, qualquer coisa, só ler se preferir, continuar assim, só ler, mas não me esquece, por favor. Eu nunca vou esquecer você. Eu não soube o que fazer com você, mas sei o que fazer com o não você. Isso eu sei fazer e faço bem. Lembrar que era terrível e incrível. Terrível, meu amor, como poucas (ou nenhuma) coisas foram. Mas absolutamente incrível.
Mais uma das minhas ideias, outro favor:
Durante o texto então, por alguns minutos, só enquanto eu chorar demais, dá pra você fazer de conta que abismos não existem? E não existem mesmo, nesses segundos descabidos das horas que não entram no dia. Porque agora, nesse segundo que corri aqui pra te escrever, nesse momento não existe essa coisa de dia e de dois meses exatos. Existe só que vamos todos morrer então pra que mesmo o orgulho de sair ileso mais um dia? Mais um dia ileso... Pra quê? Vamos agir como se não fossemos cheios de feridas abertas, e ai então dormiremos em paz.
Hoje eu estava no estacionamento da emissora e fiquei seguindo as plaquinhas de saída, vi que é isso que faço melhor do que ninguém. São tantas as coisas que eu queria te falar e contar. E eu sigo fantasiando que você entende tudo e melhor que todo mundo. E isso acaba comigo mas, ao mesmo tempo, me tira um pouco da chatice burra e apática de sempre. E então, me vem a ideia de realmente te contar as coisas. E por isso escrevo. Porque se você entra aqui pra ler é você que, com todo o meu amor que você nem imagina, consegue sentir como sendo seu. E então é mesmo essa coisa maluca de eu me livrar do que eu nem sei se sinto pra você, sem nem saber se sente, sentir o que já estava aí esse tempo todo. A troca do absurdo. Nisso trocamos. O absurdo. -E você já aprendeu brincar disso também.
São, sei lá, pouco mais de meio dia. A emissora tá vazia, o programa foi gravado ontem, quase todo mundo imendou. E me deu vontade de conversar com você. Passo boa parte de tudo sem doer, sem sentir tão forte. Às vezes nem parece que aconteceu. Mas o tempo todo, ainda, converso e te mostro tudo, o tempo todo. O tempo todo. O tempo todo. Não porque sou sozinha. Não porque era menos sozinha com você. Apenas porque não perdi esse hábito ainda.
-Lê então pra mim um texto. Com a luz apagada?
Quando alguém liga eu fico cheia dos risinhos idiotas porque tiro sarro de quem tenta falar algo e não sai como sairia se fosse você. E eu tô aqui enrolando, enrolando, talvez você esteja rindo da minha falta de jeito aí do outro lado.
O maior elogio que eu poderia fazer a uma pessoa era dizer assim:
"Gosto de você além da minha imaginação, não porque aprendi a gostar, mas porque por mais que eu sonhe, você é ainda melhor que o sonho. Você é além da minha capacidade em te imaginar." E eu jamais te diria isso. Não posso te fazer esse elogio. Mas olha, ainda assim, olha eu aqui de novo. Porque você não é melhor que a minha imaginação, você não é melhor que a minha esperança, você, pra falar a verdade, é bem ruinzinho.
Mas é isso. O boneco salta da caixinha e espanca meu peito com cabeçadas duras e olhar macabro. Tem sempre a hora que não entra no dia. E eu mais uma vez preferindo não sair ilesa pra me sentir menos machucada.
Você pode agora também algumas vezes na semana escrever, brincar do não abismo, qualquer coisa, só ler se preferir, continuar assim, só ler, mas não me esquece, por favor. Eu nunca vou esquecer você. Eu não soube o que fazer com você, mas sei o que fazer com o não você. Isso eu sei fazer e faço bem. Lembrar que era terrível e incrível. Terrível, meu amor, como poucas (ou nenhuma) coisas foram. Mas absolutamente incrível.
domingo, 5 de julho de 2009
O óbvio, o normal e as saídas
O ÓBVIO: Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente não precisar de você, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade. É você quem eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.
Eu tenho um milhão de motivos pra fugir de pensar em você, mas em todos esses lugares você vai comigo. Você segura na minha mão na hora de atravessar a rua, você me olha triste quando eu olho para o celular pela milésima vez, você sente orgulho de mim quando eu solto uma gargalhada e você vira o rosto se algum homem vem falar comigo. Você prefere não ver, mas eu vejo você o tempo todo.
Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava. Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. E quer saber a verdade? Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu.
Eu sinto falta mesmo é da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinto falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, em não dar conta, em não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa.
E isso era lindo. Você era lindo. Simplesmente isso.
Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza.
Eu não preciso de você nem pra andar e nem pra ser feliz, mas como seria bom andar e ser feliz ao seu lado.
O NORMAL: Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar. É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto. Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele não seja como você - covarde - e ainda que insuportável, não desista.
Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar.
AS SAÍDAS: Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.
Eu tenho um milhão de motivos pra fugir de pensar em você, mas em todos esses lugares você vai comigo. Você segura na minha mão na hora de atravessar a rua, você me olha triste quando eu olho para o celular pela milésima vez, você sente orgulho de mim quando eu solto uma gargalhada e você vira o rosto se algum homem vem falar comigo. Você prefere não ver, mas eu vejo você o tempo todo.
Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava. Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. E quer saber a verdade? Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu.
Eu sinto falta mesmo é da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinto falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, em não dar conta, em não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa.
E isso era lindo. Você era lindo. Simplesmente isso.
Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza.
Eu não preciso de você nem pra andar e nem pra ser feliz, mas como seria bom andar e ser feliz ao seu lado.
O NORMAL: Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar. É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto. Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele não seja como você - covarde - e ainda que insuportável, não desista.
Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar.
AS SAÍDAS: Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Foda-se você
Sempre achei que esse amor era coisa de quem não tinha nada melhor para fazer. Eu só o sentia porque estava infeliz naquela vida pacata. Só por isso. Resolvi então agitar a vida pacata. E comecei a sair mais de casa, enxergar as pessoas ao meu redor, mais viagens, mais baladas. Amor é coisa de gente pacata e agora que eu tinha uma vida agitada, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta.
Nada feito. Só piorou. Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada. Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pra pensar nele. Claro, mesmo com a semana agitada entre faculdade e trabalho, eu fico em casa o fim de semana todo, alegando cansaço, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira. Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo. Fui procurar Jesus.
Depois de dez passes e de ler todo o Evangelho Espírita, achei que ficaria tudo bem. Ficou nada. Eu só parei de sonhar que botava fogo no apartamento do ser amado ou que arrancava os olhos de todas as mulheres do mundo. Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava.
Amor adolescente, pensei. Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando o visual, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Cabelo novo, roupas novas, sapatos novos, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não?
Ah, que que é isso! Amor deve passar com um novo amor, não? Olha lá aquele menino bonito te olhando, o outro que escreve bonito, o outro que te faz rir um monte, aquele gordinho simpático (adoro gordinhos), tem também aquele ali, com mão firme. Nada. Nenhum deles foi capaz de me salvar, de substituir minhas células cansadas em sentir sempre a mesma coisa. Nenhum foi capaz, nem por um segundo, de me levar para passear em outros tormentos. Ou outras alegrias. Qualquer outra coisa que seja.
Aí veio a idéia brilhante. Será que se eu mergulhasse de cabeça na estupidez desse amor, não me curava? Será que se eu, por um minuto apenas, parasse de sentir tudo isso de dentro da grandiosidade que eu inventei para tudo isso e enxergasse de perto como tudo é tosco e pequeno, eu não me curava? Só piorou. De frente para ele e suas constatações tão absurdas a respeito de tudo, só consigo sentir ainda mais amor. E quanto mais e maiores motivos para não sentir, ele e a vida me dão... Adivinhem? Sim, o amor cresce. Irresponsável, sem alimento, sem esperança e de uma burrice enorme. Ainda assim, forte e em crescimento.
Mas esse amor, ah, esse amor é coisa de quem não ama a própria vida. Se um dia, um dia eu pudesse realmente ser uma Jornalista. Ou até, nossa, se eu pudesse trabalhar na televisão sabe? Esse amor iria embora, claro. Nada feito. Escrevo essas linhas de frente para um monitor chiquérrimo, posicionado na minha sala, que não divido com ninguém, minha, com tudo que sempre sonhei nela, que fica dentro de uma emissora de tv. Afiliada à segunda maior e melhor do Brasil. Estou aqui graças a minha maior qualidade: a fé. Sim, isso só não funciona pro amor, mas pra todo resto na minha vida acreditar sempre funcionou.
Tudo certo com a minha vida. Ou quase tudo certo. Ainda sinto esse amor ridículo. Essa coisa infernal que me vence todos os dias, todos os minutos. Mas olha lá quem me adicionou. Aquele diretor inteligentíssimo, daquele programa que eu amo! Quantos bons contatos me admiram e me elogiam. Ainda bem que alguém além de mim acredita em mim. É tanta coisa boa acontecendo, tanta gente boa se aproximando que tá na hora de acordar. Enxergar. Receber.
Taí. Tá bom. O amor venceu. Você venceu. Venceu. Venceu. Venceu.
E eu acabo de descobrir, simples assim, a única maneira de me livrar desse sentimento: aceitando ele, parando de querer ganhar dele. Te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E foda-se você.
Nada feito. Só piorou. Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada. Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pra pensar nele. Claro, mesmo com a semana agitada entre faculdade e trabalho, eu fico em casa o fim de semana todo, alegando cansaço, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira. Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo. Fui procurar Jesus.
Depois de dez passes e de ler todo o Evangelho Espírita, achei que ficaria tudo bem. Ficou nada. Eu só parei de sonhar que botava fogo no apartamento do ser amado ou que arrancava os olhos de todas as mulheres do mundo. Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava.
Amor adolescente, pensei. Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando o visual, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Cabelo novo, roupas novas, sapatos novos, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não?
Ah, que que é isso! Amor deve passar com um novo amor, não? Olha lá aquele menino bonito te olhando, o outro que escreve bonito, o outro que te faz rir um monte, aquele gordinho simpático (adoro gordinhos), tem também aquele ali, com mão firme. Nada. Nenhum deles foi capaz de me salvar, de substituir minhas células cansadas em sentir sempre a mesma coisa. Nenhum foi capaz, nem por um segundo, de me levar para passear em outros tormentos. Ou outras alegrias. Qualquer outra coisa que seja.
Aí veio a idéia brilhante. Será que se eu mergulhasse de cabeça na estupidez desse amor, não me curava? Será que se eu, por um minuto apenas, parasse de sentir tudo isso de dentro da grandiosidade que eu inventei para tudo isso e enxergasse de perto como tudo é tosco e pequeno, eu não me curava? Só piorou. De frente para ele e suas constatações tão absurdas a respeito de tudo, só consigo sentir ainda mais amor. E quanto mais e maiores motivos para não sentir, ele e a vida me dão... Adivinhem? Sim, o amor cresce. Irresponsável, sem alimento, sem esperança e de uma burrice enorme. Ainda assim, forte e em crescimento.
Mas esse amor, ah, esse amor é coisa de quem não ama a própria vida. Se um dia, um dia eu pudesse realmente ser uma Jornalista. Ou até, nossa, se eu pudesse trabalhar na televisão sabe? Esse amor iria embora, claro. Nada feito. Escrevo essas linhas de frente para um monitor chiquérrimo, posicionado na minha sala, que não divido com ninguém, minha, com tudo que sempre sonhei nela, que fica dentro de uma emissora de tv. Afiliada à segunda maior e melhor do Brasil. Estou aqui graças a minha maior qualidade: a fé. Sim, isso só não funciona pro amor, mas pra todo resto na minha vida acreditar sempre funcionou.
Tudo certo com a minha vida. Ou quase tudo certo. Ainda sinto esse amor ridículo. Essa coisa infernal que me vence todos os dias, todos os minutos. Mas olha lá quem me adicionou. Aquele diretor inteligentíssimo, daquele programa que eu amo! Quantos bons contatos me admiram e me elogiam. Ainda bem que alguém além de mim acredita em mim. É tanta coisa boa acontecendo, tanta gente boa se aproximando que tá na hora de acordar. Enxergar. Receber.
Taí. Tá bom. O amor venceu. Você venceu. Venceu. Venceu. Venceu.
E eu acabo de descobrir, simples assim, a única maneira de me livrar desse sentimento: aceitando ele, parando de querer ganhar dele. Te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E foda-se você.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Quase
Eu quase consegui olhar para alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente.
Esse fim de semana ri tanto, tanto que quase fui feliz de novo.
Ouvi uma história muito engraçada sobre uma garota doida da faculdade que subiu bêbada no touro mecânico da festa junina. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo.
Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele.
Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente.
Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho.
-Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada.
Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: “Ei, não quer ver como ficou bacana meu novo projeto de TCC?” Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca.
Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro. Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aqueles recados de garotas no seu orkut, eu quase não entro lá, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.
É isso, sei lá, mas acho que amo você. Amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, tão grande, tão absurdo, que quase não é.
Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu quase nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano. Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: eu te amo burra. Estúpida. Cega. E eu acredito na gente. Eu acredito que ainda vou voltar a subir os seis andares de escada do seu prédio, tão feliz e afobada a ponto de tropeçar, derrubando nossos pastéis de belém. Outro dia me peguei pensando que entre subir as escadas e ganhar na mega-sena acumulada, eu preferia as escadas. Eu amo as suas escadas, eu amo a sua vida e eu amo tudo o que é seu. Amo tanto, tanto, tanto, que te deixo em paz. Deixo você se virando sozinho, se dobrando sozinho. Se virando e subindo as escadas. Afinal, por elas você também subiu quando não me quis mais, quando não quis mais minha quase perfeição, nossa quase história.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Reticências
E foi assim, num dia que não prometia absolutamente nada que senti uma vontade louca de resolver situações. Era segunda-feira, dia mundial de começar coisas, mas eu só pensava em acabar com aquela situação insustentavelmente patética. Passei a tarde toda numa ansiedade louca, eram milhares de borboletas fazendo festa em meu estômago, e na cabeça o conflito entre a insegurança e a necessidade.
20h30, estava decidido, às 20h30 resolvo isso.
17 horas: Horário oficial do fim do meu expediente, pelo menos é o que consta no contrato. Realises precisavam ser refeitos, hora extra.
18 horas: Finalmente em casa. Sento em frente ao computador. Assuntos referentes ao TCC me prendem naquela posição até às 19h30.
19h50: Pós banho. Seco o cabelo. Não encontro aquela calça que eu queria, está pra lavar. Ter que repensar a roupa leva mais uma meia hora.
20h20: O jantar era importantíssimo, afinal não tinha almoçado. Com pressa derrubei sopa na roupa. Repensar a roupa pela segunda vez é demais para mim.
20h34: Amiga aparece no msn, ela já estava em casa, a prova acabou, eu estava atrasada. Parecia um sinal para eu desistir, mas entreguei nas mãos de Deus.
20h40: Finalmente pronta, mas cadê meu celular? LOST! Ligo nele para encontrar, estava no silencioso, embaixo da cama. Sem ele como avisar que estou lá, que finalmente cheguei? Não poderia sair sem.
20h50: 20 minutos atrasada. Arrumada. Celular na mão. Coragem. Abro a garagem, Elvis escapa.
21h: Gato guardado. Rua! Os pares são demorados demais, parei de parar. Velocidade máxima.
35 minutos atrasada. Alguns quase acidentes pra contar história. Cheguei na hora certa. Era pra ser. E lá estava você, mais lindo que nunca e com um sorriso que eu não pensava ver tão cedo. Pelo menos não direcionado a mim.
E no meio de tanta gente querendo provar coisas, após tantos desencontros você dá o desconto e só me escuta. E de repente, estou fazendo silêncio para escutar você. E, de repente, pela primeira vez, porque dessa vez sim é a sua vez, você diz algo e me sinto a maior tola do mundo, como se quisesse te mostrar que você conseguiu. E não temos mais dor de barriga e nem ódio e muito menos ânsia de vômito. Você não tem nada, você tem é uma massa que se mistura e sente tanto quanto eu, como todos que se anulam. Se anular, você vai descobrir, era só o que você precisava pra ser feliz. E eu acho que no fim compreendi e aprendi a respeitar seu egoísmo.
Você determinou o que é melhor pra nós nesse momento sem pedir minha opinião, e apesar de mais uma vez não ter resolvido nada me sinto em paz, me sinto bem.
Mas aí, daqui um mês você vai voltar. Querendo me ver como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro, e eu vou topar. Não porque seja uma idiota, porque não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida, simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.
Sorria sempre, meu querido, cresça, e, mais do que isso, seja imensamente feliz. Porque felicidade é só um pouquinho daquilo que você merece. E nunca, nunca mais chore. Porque há pessoas que simplesmente não merecem suas lágrimas (eu). Boas férias.
20h30, estava decidido, às 20h30 resolvo isso.
17 horas: Horário oficial do fim do meu expediente, pelo menos é o que consta no contrato. Realises precisavam ser refeitos, hora extra.
18 horas: Finalmente em casa. Sento em frente ao computador. Assuntos referentes ao TCC me prendem naquela posição até às 19h30.
19h50: Pós banho. Seco o cabelo. Não encontro aquela calça que eu queria, está pra lavar. Ter que repensar a roupa leva mais uma meia hora.
20h20: O jantar era importantíssimo, afinal não tinha almoçado. Com pressa derrubei sopa na roupa. Repensar a roupa pela segunda vez é demais para mim.
20h34: Amiga aparece no msn, ela já estava em casa, a prova acabou, eu estava atrasada. Parecia um sinal para eu desistir, mas entreguei nas mãos de Deus.
20h40: Finalmente pronta, mas cadê meu celular? LOST! Ligo nele para encontrar, estava no silencioso, embaixo da cama. Sem ele como avisar que estou lá, que finalmente cheguei? Não poderia sair sem.
20h50: 20 minutos atrasada. Arrumada. Celular na mão. Coragem. Abro a garagem, Elvis escapa.
21h: Gato guardado. Rua! Os pares são demorados demais, parei de parar. Velocidade máxima.
35 minutos atrasada. Alguns quase acidentes pra contar história. Cheguei na hora certa. Era pra ser. E lá estava você, mais lindo que nunca e com um sorriso que eu não pensava ver tão cedo. Pelo menos não direcionado a mim.
E no meio de tanta gente querendo provar coisas, após tantos desencontros você dá o desconto e só me escuta. E de repente, estou fazendo silêncio para escutar você. E, de repente, pela primeira vez, porque dessa vez sim é a sua vez, você diz algo e me sinto a maior tola do mundo, como se quisesse te mostrar que você conseguiu. E não temos mais dor de barriga e nem ódio e muito menos ânsia de vômito. Você não tem nada, você tem é uma massa que se mistura e sente tanto quanto eu, como todos que se anulam. Se anular, você vai descobrir, era só o que você precisava pra ser feliz. E eu acho que no fim compreendi e aprendi a respeitar seu egoísmo.
Você determinou o que é melhor pra nós nesse momento sem pedir minha opinião, e apesar de mais uma vez não ter resolvido nada me sinto em paz, me sinto bem.
Mas aí, daqui um mês você vai voltar. Querendo me ver como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro, e eu vou topar. Não porque seja uma idiota, porque não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida, simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.
Sorria sempre, meu querido, cresça, e, mais do que isso, seja imensamente feliz. Porque felicidade é só um pouquinho daquilo que você merece. E nunca, nunca mais chore. Porque há pessoas que simplesmente não merecem suas lágrimas (eu). Boas férias.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Pessoas miúdas
No mundo das pessoas miúdas elas vivem sem muito assunto, planejando formas de se sobressair, de aparecer.
Dotadas de pouca criatividade, inteligencia e quase nenhum talento natural fazem da vida alheia sua morada, apagar o brilho do outro é seu principal desafio e o empecilho para seus planos é a felicidade
dos demais.
Para elas o mundo seria sem graça se não fosse por aqueles outros que vivem por si só e tentam se realizar a seu modo em seus mundos simples.
Há algum tempo, reparo na atenção demasiada que elas tem me
dispensado.
Elas, as minhas grandes espectadoras, aguardam os próximos capítulos, riem dos meus tropeços e jogam todo o seu pessimismo na minha felicidade.
Desde o principio mantive o silêncio e brinquei de ser indiferente a cada nova pedra que elas direcionavam para a minha vidraça. Na madrugada, eu sorrateira, limpava o estrago e no dia seguinte lá estava plena e absoluta como se nada tivesse me atingido.
Eu acreditava que elas desistiriam, ou que finalmente quando achassem que haviam conseguido o que queriam, me deixariam em paz, mas não. Me equivoquei quando pensei que pessoas como elas, saberiam sair das batalhas vitoriosas como eu.
Será que com todo esse barulho agora elas anunciam que ainda não acabou?
-Minha vida é a grandiosidade dos pequenos momentos, o cultivo de segundos, colhendo os frutos dos meus reais interesses, sem tempo para o alheio que não mora no meu coração.
Mas hoje resolvi desperdiçar meu tempo e energia, simplesmente porque cansei de silenciar e não compreender.
Eu não entendo a felicidade de pessoas como elas, que de tão felizes em finalmente conseguirem o que querem, ainda tem tempo de sobra para viverem presentes na vida do outro. Nos meus momentos de alegria elas nunca existiram. E sinceramente, esses dias, voltei a tranquilidade quando descobri porque sou tão presente nas conversas, medos e devaneios delas.
Agradeço a elas que me fizeram lembrar que todo fim é um recomeço, que tudo muda e se transforma a todo momento, que eu tenho força para conseguir tudo o que quero e que a minha grandiosidade incomoda e precisa servir de norte a gente tão miúda.
O que me diferencia delas? Caráter, fé e muita sorte. Obrigada Deus, por mais um sonho realizado.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Antes de morrer
Mania besta do ser humano de se queixar da vida. Mas quem aqui nunca desejou morrer, mesmo que da boca pra fora? Tenho dito bastante isso nos ultimos dias, mas pô, sei que tenho muito a realizar por aqui... Então, antes de ir, eu gostaria de algumas coisas desta vida:
Eu queria voltar a ter o corpo que tinha quando malhava frenéticamente.
Reencontrar algumas pessoas que passaram e se foram. Encontrar algumas pessoas que o destino, a distância ou a falta de acaso me impediram de encontrar, e nunca mais na minha vida dar de cara com algumas pessoas em alguma rua qualquer.
-Mas quero principalmente mais gente nova chegando na minha vida!
Eu quero um amor maior que eu. Quero a sorte de um amor tranquilo.
E quero nunca mais precisar de mentiras sinceras.
Muitas noites em claro, enrolando minhas pernas em outras pernas.
Quero uma casa nossa, pra chamar de minha. E se der pra incluir, cercas brancas e muitos gatinhos persas (se dane a sua renite!).
Quero poder ver meu filho ir de menino a homem, forte e vencedor.
Nunca mais ter que me despedir pra sempre de pessoas que amo.
Quero ainda alguns banhos de chuva, dias frios regados a vinho e fondue de chocolate, dias quentes com conversas e amigos na beira da piscina. Quem sabe uma big king size.
-Não quero dinheiro sobrando, mas quero o suficiente pra não ter que ficar contando.
Antes de eu ir de vez, queria umas 2 tatuagens.
Queria que a minha utopia de não ver mais animais procurando comida no lixo tivesse se tornado realidade.
Eu quero perder algumas manias. Quero aprender finalmente a ter paciência.
Quero deixar pelo caminho alguns pesos e levar bagagens mais leves.
Quero nunca perder a risada frouxa que tenho, o meu jeito sarcástico e essa dose de humor.
E que Ele permita que eu nunca fique mais rabugenta do que já estou.
Mais sorvete.
Mais vôos.
Mais lugares a descobrir!
Mais pão quente com requeijão. Mais suco de abacaxi com hortelã, mais tequila!
Muito mais músicas. Muito mais danças. Mais conversas fiadas.
Quero ter no caminho algumas boas surpresas. Algumas pedras ainda pra que nunca esqueça do quanto é difícil o caminho.
Quero não ter mais essa inquietude. Essa urgência e essa pressa.
No dia que eu me for de vez, quero sentar e sentir tranqüilidade de pensar que no fim tudo deu certo. ;-)
Eu queria voltar a ter o corpo que tinha quando malhava frenéticamente.
Reencontrar algumas pessoas que passaram e se foram. Encontrar algumas pessoas que o destino, a distância ou a falta de acaso me impediram de encontrar, e nunca mais na minha vida dar de cara com algumas pessoas em alguma rua qualquer.
-Mas quero principalmente mais gente nova chegando na minha vida!
Eu quero um amor maior que eu. Quero a sorte de um amor tranquilo.
E quero nunca mais precisar de mentiras sinceras.
Muitas noites em claro, enrolando minhas pernas em outras pernas.
Quero uma casa nossa, pra chamar de minha. E se der pra incluir, cercas brancas e muitos gatinhos persas (se dane a sua renite!).
Quero poder ver meu filho ir de menino a homem, forte e vencedor.
Nunca mais ter que me despedir pra sempre de pessoas que amo.
Quero ainda alguns banhos de chuva, dias frios regados a vinho e fondue de chocolate, dias quentes com conversas e amigos na beira da piscina. Quem sabe uma big king size.
-Não quero dinheiro sobrando, mas quero o suficiente pra não ter que ficar contando.
Antes de eu ir de vez, queria umas 2 tatuagens.
Queria que a minha utopia de não ver mais animais procurando comida no lixo tivesse se tornado realidade.
Eu quero perder algumas manias. Quero aprender finalmente a ter paciência.
Quero deixar pelo caminho alguns pesos e levar bagagens mais leves.
Quero nunca perder a risada frouxa que tenho, o meu jeito sarcástico e essa dose de humor.
E que Ele permita que eu nunca fique mais rabugenta do que já estou.
Mais sorvete.
Mais vôos.
Mais lugares a descobrir!
Mais pão quente com requeijão. Mais suco de abacaxi com hortelã, mais tequila!
Muito mais músicas. Muito mais danças. Mais conversas fiadas.
Quero ter no caminho algumas boas surpresas. Algumas pedras ainda pra que nunca esqueça do quanto é difícil o caminho.
Quero não ter mais essa inquietude. Essa urgência e essa pressa.
No dia que eu me for de vez, quero sentar e sentir tranqüilidade de pensar que no fim tudo deu certo. ;-)
domingo, 7 de junho de 2009
Mais sozinho que eu
Após meia pizza de rúcula, dois tabletes de chocolate derretidos, quatro episódios de Dawson's Creek e um dramim, aqui estou. Azeda como sempre.
Em domingos chatos e frios como esse eu sinto falta de amar. Alguém ou alguma coisa.
Sei que são exatamente esses conflitos internos que nos tornam humanos e que, às vezes, devíamos nos permitir sofrer um pouco. Sofrer por estar sofrendo.
É um direito sentir pena de si mesmo quando te pregam um trauma mental que ninguém quer sentir. Todos têm medo da perda, da solidão, da mutilação interna. Todos têm sua autodefesa para não ter nenhum machucado. E com razão.
-Dor não tem pena de ninguém, e por isso não vejo mal em sentir pena de si mesmo de vez em quando.
Ninguém sabe a razão de qualquer tragédia. Mas compreendo a razão de qualquer revolta, raiva e autocompaixão.
Hoje sinto falta de alguma coisa que desperte um lado besta. Um lado que ri atoa... Umas coisas bobas pra me fazer sentir tão bem com elas. Uma vontade inexplicável de passar um dia inteiro sem fazer nada só falando bobagem e depois tomar um vinho e conversar sem perceber a noite passar. Vontade de dar ou receber flores sem motivos aparentes.
Abraçar.
Hoje eu queria apenas sentar em alguma praça, ou em qualquer lugar desses lugares que existem só pra olhar a lua, sentir um pouco as coisas.
Estou em pedaços tentando me encaixar, mas labirintos e quebra cabeças cansam demais.
Sei que conseguimos sobreviver. Acabamos saindo vivos. E seguindo em frente.
Nada é pra sempre.
Só que não deixa de ser triste. Um lado triste da vida. Um lado que já nem suporta algumas idéias e nunca vai suportar. Um lado que não suporta mais ter que admitir que isso é pura saudade.
Percebi que há tempos não paro pra ouvir meu coração.
Então, hoje parei pra ouvi-lo.
-Ele está mais sozinho que eu.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Minha falta de afeto, te afeta?
"A cada dia que passa tenho sinais de que o sentimento do afeto é fundamental para o bom relacionamento entre as pessoas. Ter afeto no sentido de ter afeição por alguém, ou até mesmo por inclinação, simpatia, amizade, amor e outros sentimentos similares, são comportamentos emocionais de uma sensação que une as pessoas. Não tenho dúvida de que é esse o elo entre as pessoas e o que nos faz sermos seres altamente sociáveis, ou seja, vivermos em grupo e sempre estarmos na companhia de alguém. Naturalmente entre as pessoas que nutrem esse sentimento de afeto, pois aquele que se isola, não teria condições de usufruir deste relacionamento prazeroso.Ao ouvir este final de semana uma palestra do professor e escritor Gabriel Chalita, figurinha carimbada nos meios acadêmicos, literários e políticos, tive a confirmação deste sentimento nobre que classifico a afetividade. Sinto-me uma pessoa assim, pois gosto de viver em grupos, necessito do feedback das pessoas e sempre quero estar em companhia de muitas pessoas. Preocupo-me com o outro em todos os níveis e muitas vezes absorvo problemas e alegria das pessoas que amo. Sinto-me como um torcedor fanático que explode de emoção ao ver o gol do time em qualquer partida. Imagino que eu tenha afeto pelas pessoas que estimo.Certa vez o psicoterapeuta Ivan Capellato disse em uma de suas palestras que a relação do afeto está ligada ao fato deste sentimento afetar ou não outra pessoa. Naturalmente o trocadilho do título deste artigo é exatamente chamar a atenção para o sentimento amoroso com relação ao sentimento de interesse. Quem não tem afeto (sentimento) não é afetado (atingido). Gosto desta frase que de forma direta sintetiza muito bem a falta desta emoção que considero básica para uma pessoa do bem. Penso que tudo que quero, de fato, de bom para mim e para os outros, tem que afetar sobremaneira nossas vidas. O afetar neste sentido é fazer a diferença da ausência de um prazer em relação ao outro. Se uma pessoa que gosto está infeliz, isto tem que afetar-me, pois, do contrário o que sinto por esta pessoa na realidade não é tudo isso que imaginava ser.Depois de ouvir e entender o que Capellato e Chalita disseram, passo a observar melhor este sentimento que tenho pelas pessoas que estão ao meu redor. Vou procurar fazer a seguinte pergunta, quando notar algo de estranho na pessoa que gosto: Se “tal pessoa” não está bem, isto me afeta? Se eu chegar a conclusão que não me afeta, será um sinal de que o afeto que tenho por ela não é tão significativo. Daí vou saber dosar para encontrar o ponto de equilíbrio suportável, afinal, devo preocupar-me com as pessoas que gosto, mas não ao ponto de colocar em risco a minha situação. Para eu poder ajudar, preciso estar forte e seguro, do contrário, sou eu quem precisa de ajuda.Quando percebo que uma atitude minha, boa ou ruim, afeta alguma pessoa, certamente devo sentir-me bem. É um sinal de que tenho um significado para aquela pessoa. É lógico que meu comportamento ruim é inconsciente, porque não faria isso de forma proposital se essa pessoa é relevante a mim. Assim sendo a pergunta se meu afeto é afetado pode ser feita tanto para as minhas ações, como para as ações dos outros, e desta forma, vou avaliando o grau de importância que cada pessoa tem em minha vida.Essa experiência parece-me interessante e assim sendo, sugiro que mais pessoas passem a questionar este tipo de situação, pois, segundo os estudiosos é uma excelente maneira de interagir de forma agradável com as pessoas que amamos. Será uma forma, também, de disciplinarmos nossos comportamentos perante os outros, uma vez que, sempre queremos agradar e jamais desejaríamos algo de ruim para aqueles que gostamos e queremos que permaneçam em nossa volta. Não tenho dúvidas que isso irá melhorar a visão que tenho das pessoas, e perceberei em breve que as pessoas também notarão a mudança em meu comportamento.Não existe algo pior, no comportamento humano, do que a indiferença. Vejo isso como algo nocivo nas relações entre pessoas e o pior dos piores sentimentos. Conheci pessoas que se definharam por causa da indiferença alheia, como já assisti pessoas triunfarem com excessiva torcida. Naturalmente aquele que venceu, era uma pessoa querida, enquanto que o outro, nem tanto assim. Desejar ser uma pessoa querida pelos outros, independente de quem seja, é o objetivo de todos. Se assim for, que passemos a questionar quem e o que nos afeta entre as pessoas que convivemos. Vamos procurar desenvolver o sentimento do afeto, afetando positivamente as pessoas, que certamente seremos afetados de forma agradável. Percebo que este tipo de sentimento afetivo só é correspondido com coisa boa, pois aquele que se preocupa com o outro, terá a preocupação dos demais. É uma troca de preocupação mútua.É preciso colocar que todo sentimento exagerado torna-se doentio. Por isso, vamos com calma. Primeiro atinja o campo da observação, para na seqüência agir conforme a necessidade, dosando a retribuição com relação ao valor e ao significado que determinada pessoa tenha. Cuidado, pois, muita preocupação e atenção provocam sentimentos contrários, sufocando e distanciando as pessoas, que um dia tiveram um sentimento bom entre elas. Muito afeto, pode afetar a boa relação. Pense nisto."
Artigo do meu colega, Márcio C. Medeiros (radialista e jornalista, tbm...)
Entendeu? PENSE NISTO!!!
Artigo do meu colega, Márcio C. Medeiros (radialista e jornalista, tbm...)
Entendeu? PENSE NISTO!!!
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Perdas e fins
Quase dou fim nesse blog.
Mas talvez alguns “fins” não sejam tão previsíveis assim. Mesmo quando a gente realmente quer um final.
Já ouviram falar na melhora da morte? Lí num site espírita que ela é provocada pela parte egoísta que não quer deixar que o outro se vá, isso faz com que ele use todas suas forças para ter uma melhora surpreendente, porém todas suas forças não são sufiencientes para traze-lo de volta a vida por muito tempo, e logo em seguida ele se vai, de vez.
Apliquei essa teoria em algumas situações, e isso me fez compreender muitas coisas.
Nosso sub-consciente é realmente algo extraordinário, mas mesmo que transforme nossos desejos em algo real, nada desvia o destino.
Ando dizendo que está tudo bem para escrever alguma coisa. E sempre que começo escrever entro numa crise de que não me sinto mais tão adequada na escrita. Mesmo quando a escrita me é uma salvação.
Preciso aproveitar esse post para agradecer meus amigos. Minhas amizades são dolorosamente fodas e nem um pouco fáceis de se encontrar. São raras pela sua exclusividade. Adoro ter encontrado as pessoas que encontrei. Obrigada a todos, Obrigada Deus.
E mesmo me fazendo de forte, achando que tudo isso é assim mesmo num quase conformismo de que são coisas da vida, dói pra caramba.
Ainda estou sensibilizada com perdas. Mas com uma certa experiencia consegui vivenciar uma perda saudável. Perdas que doem na mesma proporção de que tudo foi muito bom.
Eu sei que não é legal antecipar sofrimento. Mas é que fins e perdas andam fazendo parte de mim no momento. O que aprendi é que, já que é pra perder que seja uma boa perda. Uma ótima perda.
E no fim, ainda não perdi esse blog.
"Sou um animal sentimental, me apego facilmente ao que desperta meu desejo.
Tente me obrigar a fazer o que não quero e você vai logo ver o que acontece.
Acho que entendo o que você quis me dizer, mas existem outras coisas.
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade.
Tudo está perdido mas existem possibilidades.
Tínhamos a idéia, mas você mudou os planos...
Tínhamos um plano, você mudou de idéia...
Já passou, já passou - quem sabe outro dia.
Antes eu sonhava, agora já não durmo.
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe.
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade.
Não estou mais interessado no que sinto.
Não acredito em nada além do que duvido.
Você espera respostas que eu não tenho mas, não vou brigar por causa disso...
Até penso duas vezes se você quiser ficar.
Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada?
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço...
Enquanto o caos segue em frente, com toda a calma do mundo."
Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá
Mas talvez alguns “fins” não sejam tão previsíveis assim. Mesmo quando a gente realmente quer um final.
Já ouviram falar na melhora da morte? Lí num site espírita que ela é provocada pela parte egoísta que não quer deixar que o outro se vá, isso faz com que ele use todas suas forças para ter uma melhora surpreendente, porém todas suas forças não são sufiencientes para traze-lo de volta a vida por muito tempo, e logo em seguida ele se vai, de vez.
Apliquei essa teoria em algumas situações, e isso me fez compreender muitas coisas.
Nosso sub-consciente é realmente algo extraordinário, mas mesmo que transforme nossos desejos em algo real, nada desvia o destino.
Ando dizendo que está tudo bem para escrever alguma coisa. E sempre que começo escrever entro numa crise de que não me sinto mais tão adequada na escrita. Mesmo quando a escrita me é uma salvação.
Preciso aproveitar esse post para agradecer meus amigos. Minhas amizades são dolorosamente fodas e nem um pouco fáceis de se encontrar. São raras pela sua exclusividade. Adoro ter encontrado as pessoas que encontrei. Obrigada a todos, Obrigada Deus.
E mesmo me fazendo de forte, achando que tudo isso é assim mesmo num quase conformismo de que são coisas da vida, dói pra caramba.
Ainda estou sensibilizada com perdas. Mas com uma certa experiencia consegui vivenciar uma perda saudável. Perdas que doem na mesma proporção de que tudo foi muito bom.
Eu sei que não é legal antecipar sofrimento. Mas é que fins e perdas andam fazendo parte de mim no momento. O que aprendi é que, já que é pra perder que seja uma boa perda. Uma ótima perda.
E no fim, ainda não perdi esse blog.
"Sou um animal sentimental, me apego facilmente ao que desperta meu desejo.
Tente me obrigar a fazer o que não quero e você vai logo ver o que acontece.
Acho que entendo o que você quis me dizer, mas existem outras coisas.
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade.
Tudo está perdido mas existem possibilidades.
Tínhamos a idéia, mas você mudou os planos...
Tínhamos um plano, você mudou de idéia...
Já passou, já passou - quem sabe outro dia.
Antes eu sonhava, agora já não durmo.
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe.
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade.
Não estou mais interessado no que sinto.
Não acredito em nada além do que duvido.
Você espera respostas que eu não tenho mas, não vou brigar por causa disso...
Até penso duas vezes se você quiser ficar.
Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada?
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço...
Enquanto o caos segue em frente, com toda a calma do mundo."
Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá
segunda-feira, 1 de junho de 2009
O passado que não passa
Hoje, vou tentar falar do passado; daquele que você deseja retomar, mas ainda não entendeu como.
Meus sentimentos foram, mesmo que atrapalhados, verdadeiros. Eu te amei e muito. E o que vivi com você, especialmente, não guardei em caixas, gavetas, porta-retratos. A verdade é que tentei destruir todas as provas, mas me restaram cicatrizes, das quais não posso me livrar.
Tentei fazer um tratado de paz solitário - e em vão - pois tratados só são firmados em comum acordo (de ambas as partes). E qual foi o nosso acordo ou desacordo? Nenhum.
- Ao invés de um acordo de paz, fui passada pra trás.
Lutei sozinha contra meu próprio sentimento. E depois da batalha, eu tentei voltar a mim mesma, sem vitória e com grandes feridas. Fui vencida, esquartejada e lançada ao vento.
As lembranças se apresentavam, assim como as novidades devastadoras, mas eu já não tinha mais um norte. A saudade me fez várias visitas. O meu perfume ainda tinha o mesmo aroma, os autores e cantores continuaram produzindo boas obras, o carro levava pro mesmo lugar, tudo aparentemente seguia bem, mas as coisas foram perdendo os nossos cheiros.
Também posso dizer que muitos dias foram silenciados, apesar das informações correrem através de pombos correios e tantos erros cometidos.
- Senti tanta falta de um abraço, de ouvir musica com cafuné, de comer pastel de belém.
Sem acordo, sem tratados e mantendo certa rivalidade, seguimos nossas vidas. Apenas alimentamos, clandestinamente, vontades misturadas com saudades silenciosas, para que ninguém perceba.
E é assim, escondendo, misturando e mantendo o silêncio, que eu me perdi de você e o que ficou são apenas cicatrizes. As feridas cicatrizaram mas tornaram o campo estéril.
Meus sentimentos foram, mesmo que atrapalhados, verdadeiros. Eu te amei e muito. E o que vivi com você, especialmente, não guardei em caixas, gavetas, porta-retratos. A verdade é que tentei destruir todas as provas, mas me restaram cicatrizes, das quais não posso me livrar.
Tentei fazer um tratado de paz solitário - e em vão - pois tratados só são firmados em comum acordo (de ambas as partes). E qual foi o nosso acordo ou desacordo? Nenhum.
- Ao invés de um acordo de paz, fui passada pra trás.
Lutei sozinha contra meu próprio sentimento. E depois da batalha, eu tentei voltar a mim mesma, sem vitória e com grandes feridas. Fui vencida, esquartejada e lançada ao vento.
As lembranças se apresentavam, assim como as novidades devastadoras, mas eu já não tinha mais um norte. A saudade me fez várias visitas. O meu perfume ainda tinha o mesmo aroma, os autores e cantores continuaram produzindo boas obras, o carro levava pro mesmo lugar, tudo aparentemente seguia bem, mas as coisas foram perdendo os nossos cheiros.
Também posso dizer que muitos dias foram silenciados, apesar das informações correrem através de pombos correios e tantos erros cometidos.
- Senti tanta falta de um abraço, de ouvir musica com cafuné, de comer pastel de belém.
Sem acordo, sem tratados e mantendo certa rivalidade, seguimos nossas vidas. Apenas alimentamos, clandestinamente, vontades misturadas com saudades silenciosas, para que ninguém perceba.
E é assim, escondendo, misturando e mantendo o silêncio, que eu me perdi de você e o que ficou são apenas cicatrizes. As feridas cicatrizaram mas tornaram o campo estéril.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Eu quero ganhar muito
- Preciso sair desse mundo que errou e me aprisionou como perdedora.
Só quem quer ganhar muito se aprisiona por perder... e eu sempre quero ganhar muito.
Eles mijam em qualquer canto, eles dormem sujos, eles comem qualquer vadia, eles esquecem tanto do amor. Eles não imaginam o que se passa dentro da gente.
Quero me esquecer de tanto lixo pesado que guardo em mim. Queria te contar toda a dor que eu guardo em mim, todo o nojo, toda a sujeira, toda essa merda que eu carrego. Queria te contar sobre tudo isso que me aconteceu, sentindo que liberto tudo enquanto escrevo, para afastar esse mundo quase podre de tudo o que morre agora.
Eu quero esquecer que não me sobrou nada do que eu acreditei que era o meu castelo. Eu não quero mais sentir falta das suas torradas no café da manhã, não quero mais deixar a minha vida de lado. Eu não quero me lembrar que, depois do e-mail gigante desejando melhoras que eu escrevi para ele, ele apenas respondeu: obrigado. Eu não quero me lembrar que, depois do e-mail gigante que eu escrevi para ele, ele me respondeu que estava ocupado demais pra ler, eu não quero me lembrar que, depois do e-mail gigante que eu escrevi para ele, eu apaguei tudo.
-Eu não quero lembrar que o mundo é simples e segue em frente enquanto eu não consigo nem levantar mais da minha cama de tanto que eu peso.
Eu não quero mais nenhuma mão nojenta tentando me segurar a nuca, não quero mais que ele me fale que eu sou chata e muito novinha para entender a vida. E não quero nunca mais me emocionar com nosso livro cheio de ilustrações.
Eu não quero mais desejar aquele velho covarde que responde cada dor minha com o seu típico “hehehehehe” de quem disfarça as suas historias, a nossa história, ou faz de conta que não sabe o quanto me assusto com pessoas rasas.
- Eu não sei o que fazer, por favor, chame o carro, me tire daqui, me leve pra ver o pôr-do-sol, diga que vai ficar tudo bem. Eu preciso ver coisas bonitas, eu preciso sentir coisas bonitas, eu preciso viver mais!
Eu não sei mais o que fazer se tenho nojo de todo mundo, medo de todo mundo, descrença em todo mundo. Como se vive num mundo tão hipócrita tendo tanta verdade dentro do coração? Alguém me ensina, por favor.
Esses TIPINHOS só prestam para rasgar a nossa verdade, só prestam para provar ao mundo que são maiores que a beleza e que a interrogação porque podem transformá-las em ódio, e o ódio nunca é bonito e muito menos tem dúvidas. Quero me agarrar à minha unidade e nunca mais me despedaçar assim, quero me agarrar a tudo o que é meu, quero andar por aí sem sentir que o vento atravessa minhas janelas.
Preciso que alguem me ame como só eu posso me amar, me ame com a urgência que eu cobro do mundo, me ame com o peso sufocante que eu coloco no mundo, me ame com as horas intermináveis que eu espero do mundo. Me ame sem amar porque nenhum amor é assim tão assustador, mas eu vivo assustada e precisando desse amor. Me dê esse amor, nem que seja para eu descobrir finalmente que ele existe e parar de querer tanto ele, só pela mania de querer o que não existe.
Ei, seu tonto, será que você não pode me olhar com olhos de devoção porque eu estou aqui quase esmagada com sua presença?
Não, não dá pra dizer isso.
Ei, seu velho, será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença?
Não, você não pode dizer isso.
Ei, dono da superioridade, será que você pode me beijar como um beijo de final de filme porque eu estou aqui sem saliva, sem ar, sem vida com a sua presença?
Definitivamente, não, melhor não.
Amor não se pede, é uma pena.
É triste amar tanto e, tanto amor, não ter proveito.
Tanto amor querendo fazer alguém feliz.
Mas amor, você sabe... amor não se pede. Amor se declara.
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